Logo O POVO+
Cor dos Olhos: banda cearense realiza show no Festival Zepelim
Comentar
Vida & Arte

Cor dos Olhos: banda cearense realiza show no Festival Zepelim

Trio cearense Cor dos Olhos se apresenta no Festival Zepelim no sábado, 15
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Comentar
Banda cearense Cor dos Olhos, formada por Nicholas Magalhães, Rafa Martins e Caio Evangelista, faz show no Festival Zepelim 2025 (Foto: For All Studios/Divulgação)
Foto: For All Studios/Divulgação Banda cearense Cor dos Olhos, formada por Nicholas Magalhães, Rafa Martins e Caio Evangelista, faz show no Festival Zepelim 2025

Banho de Sol, Bermudas, Falsa Memória, Luz da Lua, Massa Fantasma, Ninguém de Lá, Último Reino. Entre risadas, Caio Evangelista (baixo e voz), Nicholas Magalhães (bateria e voz) e Rafael Martins (guitarra e voz) revisitam os nomes que cogitaram e que poderiam ter intitulado o trio.

“Tinha um que era Honra ao Mérito, mas era só pra gente ficar rindo mesmo”, conta o guitarrista. Entre a imensidão de possibilidades e o prazo cada vez mais próximo, Cor dos Olhos acabou se destacando. “Começamos primeiro a ver como soava ‘Cor dos Olhos’. Depois a gente se vê nesse nome, um nome formado por três palavras. Começamos a achar vários significados metafóricos em cima do que a gente tá vivendo, em cima do som que a gente tá produzindo”, explica Caio.

Caio, Nicholas e Rafael se preparam para se apresentar no Festival Zepelim, que acontece neste sábado, 15, no Marina Park Hotel, em Fortaleza. O trio cearense se apresenta pela primeira vez no palco do festival, em um show que integra a turnê do seu primeiro álbum e que recebe o mesmo nome do grupo.

A escolha de uma identidade própria foi apenas um dos desafios que o trio precisou enfrentar em meio a ruptura do quarteto que formavam junto ao cantor Gabriel Aragão, a banda fortalezense de rock alternativo Selvagens à Procura de Lei. A dissolução da então formação dos “Selvagens” – como eram mais conhecidos – aconteceu em julho de 2024, após desentendimentos entre os artistas.

“Desde os primeiros atritos, no sentido determinante de romper relações, a gente foi muito fiel à nossa união”, afirma Caio, “eu acho que passamos por muitas coisas juntos e nossa decisão foi de seguir juntos. A partir do momento que a gente tomou essa decisão foi que houve a ruptura unilateral. Decidimos seguir mantendo as nossas convicções, o que molda o nosso trabalho”.

O álbum de estreia do grupo, “Cor dos Olhos”, foi lançado no final de julho, após dois singles com três músicas cada. Produzido por Luigi Sucena, amigo e fã do trabalho do trio, o disco conta com composições inéditas feitas em conjunto com todos os membros, e com parceria de Juno Castro nas músicas “Rouxinol” e “Banho de Rosas”.

Rafael explica a elaboração das letras como um processo democrático, “um compõe uma música e traz, e aí a gente pode ou não evoluir essa composição. Todo mundo vai botando a mão e dando pitaco, mas também respeitando a origem e o que o compositor quis trazer”.

O guitarrista conta também que muitas das novas letras foram “tiradas da gaveta”. “Eu tinha algumas músicas na gaveta. O Caio tinha várias composições que também nunca foram gravadas. Tudo isso virou a Cor dos Olhos”.

Entretanto, somente isso não refletia o desejo do grupo de se reinventar e, ao mesmo tempo, não se repetir. “A gente não pode negar quem a gente é, as nossas referências e tudo. Ninguém vai mudar do dia para a noite também, mas a gente buscou um caminho diferente. Fomos reaprender a tocar junto dessa forma”, declarou o guitarrista.

Agora como um trio, era necessário realocar as vozes e os instrumentos. Para Rafael, além da sintonia ser diferente, uma formação composta somente por três pessoas “acaba aumentando a responsabilidade para cada músico”.

O produtor, Luigi Sucena, foi uma peça chave no processo para o trio se redescobrir dentro de um novo som e formato. Ao somar o instrumental – querido pelos três – com beats e efeitos digitais, o produtor transformou a ideia em realidade. “O Luigi é um cara que tem uma energia massa e que ia somar bastante no lugar que a gente tava querendo chegar com o nosso som, de trazer novas referências, um garoto novo”, afirmou Caio.

Apesar das dificuldades de se apresentar como uma novidade, a possibilidade de novos ares reaproximou Caio, Nicholas e Rafael e resgatou uma energia para criar, coisas que sentiam que estavam adormecidas há um tempo. Caio completa afirmando que esse processo também serviu para reafirmar vários valores e crenças que estavam em cheque. “A gente conseguiu chegar em um lugar de união, de foco, de determinação para conseguir realizar tudo que a gente tem para realizar. As coisas, obviamente, por ser um projeto novo, são mais difíceis de serem realizadas, mas também é muito mais gratificante. Essa comunhão entre nós três foi o melhor que aconteceu.”

Em agosto, logo em seguida ao lançamento do álbum, a banda se lançou em uma turnê pelo Brasil. Passando por capitais como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Belém, Manaus, Recife e João Pessoa, o grupo se jogou no mundo “para sentir o termômetro” e se arriscou ao apresentarem como uma novidade, “e graças a Deus a gente pôde ir voltar muito satisfeitos de tudo”, conta o baterista Nicholas. “Somos uma banda nova, o que nos dá energia é justamente saber que a música tá sendo muito bem recepcionada. As pessoas estão gostando, pessoas que nem sabem da nossa carreira nos selvagens, mas que estão conhecendo a Cor dos Olhos e contando essa nova história”, diz.

O próximo passo da turnê é um show na cidade natal dos artistas, em um palco que se apresentaram em 2022, porém atrelados à antiga banda. Trazendo o ritmo do indie rock e do rock alternativo, porém agora como Cor dos Olhos, o trio enfrenta o frio na barriga de todo iniciante ao se apresentar no Festival Zepelim. Os três se orgulham de alcançar esse objetivo com menos de um ano de formação e prometem ao público entregar um show animado, que celebra um recomeço. Caio afirma que o público pode esperar o melhor da carreira dos três, com um repertório que inclui a melhor face do novo disco, assim como, resgata algumas composições dos selvagens, porém com um toque diferente. rafael completa afirmando: “tocar na nossa cidade, em um palco desses com muita visibilidade, vai ser como reviver o início. Vai ser muito bom”.

Cor dos Olhos

  • Palcos Sol e Mar
  • Horário: 17 horas

 

O que você achou desse conteúdo?