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7ª edição do Festival Elos é realizada na Praia de Iracema
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Vida & Arte

7ª edição do Festival Elos é realizada na Praia de Iracema

Festival Elos acontece neste fim de semana e reúne nomes locais e atrações de destaque nacional - como Iza, Gaby Amarantos e Vanessa da Mata
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Com shows gratuitos, Festival Elos 2025 traz Gaby Amarantos, Vanessa da Mata e Iza à Praia de Iracema, em Fortaleza. Confira line-up e horários  (Foto: Divulgação / Festival Elos)
Foto: Divulgação / Festival Elos Com shows gratuitos, Festival Elos 2025 traz Gaby Amarantos, Vanessa da Mata e Iza à Praia de Iracema, em Fortaleza. Confira line-up e horários

A Praia de Iracema ficará mais colorida desta quinta-feira, 4, até o domingo, 7, quando ocorre a 7ª edição do Festival Elos. Neste ano, três diferentes palcos recebem as programações musicais: Palco Elos, Palco Aparelhagem e o palco Belchior, localizado no Centro Cultural Belchior. Todos os shows e as atividades possuem acesso gratuito. Vanessa da Mata e Iza, que lideram o lineup ao lado de Gaby Amarantos, conversaram com O POVO.

 

Cantrora Iza
Cantrora Iza

IZA

O POVO - Você vem falando sobre uma nova era na sua carreira, com forte influência do reggae e referências à ancestralidade. O que motivou essa virada estética e sonora agora?

Iza - Eu sempre quis explorar o reggae nas minhas músicas, porque é um estilo que eu acredito que seja muito democrático. Ele tem uma riqueza de sonoridades com as quais eu me identifico muito. E fora que ele traz uma mensagem de amor, liberdade e de muita consciência política. Eu me identifico demais com isso. A ideia era me reconectar com a minha ancestralidade, com a minha religiosidade.

OP - No The Town, você trouxe referências como a lenda do Sankofa. Como esses símbolos influenciam a estética e a mensagem que você quer transmitir neste momento da sua trajetória?

Iza - Sankofa é um conceito africano como uma filosofia que celebra as raízes africanas e quis levar para o palco para mostrar a influência da música negra e do reggae na minha formação. A ideia era reverenciar o passado para iniciar esse novo capítulo na minha carreira.

OP - Você apresentou "Caos e Sal" e adiantou novos lançamentos. Em que estágio está o próximo álbum e que temas você pretende abordar nesta fase?

Iza - A previsão do álbum novo é para o ano que vem. Desde a gravidez, minha voz está mais grave, por conta das mudanças hormonais, então vocês podem esperar mais disso no novo trabalho. Esse novo trabalho vai falar muito da minha verdade porque eu me sinto representada pelo reggae. Mas, por outro lado, não acho que seja uma guinada brusca. Acredito que seja um desejo antigo se realizando. "Caos e Sal", por exemplo, estava guardada há quase cinco anos e senti que era o momento certo de lançá-la. Será um projeto que reflete o processo espiritual e emocional pelo qual eu passei.

OP - Como a chegada da Nala transformou sua relação com o trabalho e a vida pública?

Iza - A Nala me transformou em uma mulher muito mais completa, pessoal e profissionalmente. Ela é maneira demais, uma criança muito legal. Com ela, aprendi a enxergar as coisas com outro olhar, a entender meu papel no mundo, a minha verdadeira caminhada.

 

Vanessa da Mata
Vanessa da Mata

Vanessa da Mata

O POVO - "Todas Elas", lançado neste ano, foi descrito por você como o seu álbum mais biográfico. O que mudou na sua vida e no seu olhar para que essa intimidade viesse à tona agora?

Vanessa da Mata - Esse é um disco que poderia contar a história de várias mulheres. Ele traz situações amplas e diversas que podem acontecer com várias pessoas. Em "Todas Elas" eu apresento um olhar sobre a vida, a mulher e o amor. E é também um trabalho que mostra as mulheres que formam a minha pessoa, eu exponho nas músicas as minhas facetas e os meus momentos. Para mim, é um projeto muito potente porque ele debate temas que são importantes e que precisam ser discutidos na nossa sociedade.

OP - O novo trabalho conta com nomes como João Gomes e Robert Glasper. Como foram pensadas essas parcerias e como elas dialogam com a sua essência musical?

Vanessa - João Gomes é um artista muito talentoso, um amigo querido e ele canta um reggae comigo. O Robert Glasper é apontado hoje como a promessa do jazz no mundo, um super produtor, um pianista maravilhoso, ele trabalha com as melhores pessoas do ramo no mercado. A gente se encontrou nessa canção, ele me mandou algumas coisas tocando, eu fiz melodia e letra em cima. E aí se deu essa parceria linda. E o Jota.pê tem uma voz incrível e a música com ele fala sobre a aparência das redes sociais, que jamais mostra psicologicamente como realmente estamos. Foi uma canção muito rápida de ser feita. Ela fluiu em uma capacidade linda. Ele me mandou a primeira parte da melodia e eu fiz o restante. E fizemos a letra juntos. Todas as colaborações enriquecem o resultado final do álbum porque acredito que o trabalho de um músico não pode ser engessado.

OP - A turnê do novo álbum combina músicas inéditas com sucessos de décadas. Como tem sido construir um show que costura tantas versões suas ao longo do tempo? Tem alguma canção que não pode faltar no repertório?

Vanessa - O repertório do show foi pensado para contemplar as músicas do meu novo álbum e os sucessos, mas também tem espaço para apresentar algumas surpresas para o público. Um dos momentos mais especiais é quando canto a minha versão de "Nada Mais", um clássico da Gal Costa que gravei na edição deluxe de "Todas Elas", nesse show também realizo o sonho de cantar "O Mio Babbino Caro", de Giacomo Puccini para a ópera de Gianni Schicchi. Alguns fãs sempre pedem uma música ou outro que ficou de fora do repertório, mas os clássicos da minha carreira estão presentes na apresentação.

OP - A tua obra é conhecida por trazer crônicas sociais e temas politizados nas letras. Como a discussão sobre negritude e questões sociais se manifesta neste novo trabalho?

Vanessa - Todos esses assuntos estão muito presentes na minha vida e na minha obra musical desde sempre e é um processo bem natural para mim abordar essas questões na minha obra. Eles surgem na naturalidade na minha arte. "Eu Te Apoio em Sua Fé", por exemplo, é uma música que fala sobre intolerância religiosa, "Maria Sem Vergonha" questiona o machismo ainda tão presente na nossa sociedade. É um disco que aborda temas que precisam ser discutidos. Ele traz muitos manifestos, muitas observações e histórias.

 

Festival Elos 2025

  • Quando: de quinta-feira, 4, até domingo, 7
  • Onde: Praia de Iracema e Centro Cultural Belchior
  • Mais informações: @elosfestival
  • Gratuito

Programação

Palco Acelera MicBR (Rua dos Pacajús, 123 - Praia de Iracema)

  • Quinta-feira, 4 de dezembro

17h20min - Orquestra Popular do Nordeste

17h55min - Murmurando

18h30min - Theresa Rachel

19h05min - Briar 

19h40min - Má Dame

20h15min - Roda das Minas

20h50min - Makem

21h25min - Moon Kenzo

22 horas - Caio Castelo

22h40min - Cor dos olhos

23h15min - Horabuenaclub

  • Sexta-feira, 5 de dezembro

17h20min -  Cordas que falam

17h55min - Orlângelo

18h30min - Milla Sampaio

19h05min - Clau Aniz

19h40min - Mulher Barbada

20h15min - Máquinas

20h50min - Batuta

21h25min - Clarisse Aires

22 horas - Camaleoa

22h40min - Belinho da Silva

  • Sábado, 6 de dezembro

16h - Di Ferreira

16h40min - Ilessi e Marcelo Galter 

17h20min - Maria Beraldo

18 horas - Almério 

18h40min - Alaídenegão

19h20min - Lambada da Serpente

Palco Aparelhagem (Praia de Iracema)

  • Sábado, 6 de dezembro

19h40min - Rapadura

20h45min - Gabivic

22h05min - Vanessa A Cantora

23h25min - JSOM - A Majestosa Fênix do Marajó

  • Domingo, 7 de dezembro

18h50min - Montage

21h20min - O Cheiro do Queijo

22h50min - JSOM - A Fênix de Marajó

Palco Elos (Praia de Iracema)

  • Sábado, 6 de dezembro

18 horas - Caiô e Outragalera

19 horas - Juruviara

20h05min - Procurando Kalu

21h05min - Iza

22h25min - Getúlio Abelha

Domingo, 7 de dezembro

17 horas - Gabi Nunes

18h10min - Pantico Rocha

19h10min - Otto

20h20min - Vanessa da Mata

21h50min - Gaby Amarantos

 

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