Universitário de 23 anos que cursa o último semestre de publicidade, Warleson Oliveira viu seu nome viralizar na internet após criar um novo design para o jogo de cartas Uno. Publicado em uma plataforma online, as cartas com visual minimalista logo tomaram conta das redes sociais.

O cearense, que divide seu tempo entre os estudos e os trabalhos como freelancer, se reúne toda semana para jogar Uno com os amigos. Por ser apaixonado pela tendência minimalista, pensou no que poderia acontecer caso apostasse em um visual assim para o jogo tradicional. O POVO conversou com Warleson para saber mais sobre a ideia.

O POVO - Como surgiu a ideia de um Uno minimalista?

Warleson Oliveira - Basicamente foi no meio de uma partida entre amigos quando me veio em mente: 'E se o Uno tivesse uma versão minimalista, como seria?´ Não consegui segurar o questionamento por muito tempo em minha mente, corri pra casa e comecei a colocar a mão na massa. Só parei quando conclui, mesmo sendo de madrugada. Inicialmente, mostrei apenas aos meus amigos, que me motivaram a postar na internet. Postei em alguns grupos de colegas de profissão e de repente tinha viralizado.

OP - Você se considera minimalista?

Warleson - Posso dizer que sim, mas não completamente. Amo design amplamente... mas, naturalmente, tem algumas áreas nele que me deixam mais empolgados. O minimalismo é uma dessas áreas.

OP - Qual sua história como designer?

Warleson - É algo que vem desde minha infância, sempre gostei muito de desenhar e de criar coisas. Todas as tardes, após ir à escola, inventava algo novo. No ensino médio, tive meu primeiro contato com a informática, cursando Redes de Computadores em uma das escolas profissionalizantes do Governo do Estado (do Ceará, EEEP Presidente Roosevelt). Foi então que comecei a levar minha criatividade para o virtual. Nesse período, cheguei até mesmo a vender cadernos personalizados, onde eu criava as artes das capas sob demanda e personalizava um caderno. Foi de grande sucesso e contribuiu para a minha manutenção na escola, que era fora de Caucaia, em Fortaleza. Após concluir o ensino médio, trabalhei em uma gráfica, onde aprendi muito com os amigos que fiz lá. E, nesse período, ganhei uma bolsa integral para cursar publicidade na UniFanor, onde busquei dar o meu máximo em cada trabalho solicitado. No contraturno, trabalhando como freelancer. Este é meu último semestre lá. Porém, meu esforço de sempre buscar melhorar vai continuar, mas agora no mercado de trabalho.

OP - Qual sua relação com o jogo Uno?

Warleson - O Uno é atualmente o meu jogo favorito. Ele é para mim como um escape da correria do dia a dia. Pelo menos uma noite na semana, me reúno com os amigos e me desligo do mundo. É onde podemos perder uma amizade em uma rodada e na próxima estar tudo bem, ou não (risos).

OP - Você adicionou algumas novas cartas ao jogo. Por que decidiu criá-las?

Warleson - Pensei que já que eu estava redesenhando o jogo, poderia incluir essas duas cartas como "oficiais" no baralho. A carta de "trocar mãos" já chegou na última versão do Uno, porém ela é apenas um modelo de regra que pode ser criada nas cartas em branco. Mas ela é tão interessante que acho que merecia ser padronizada. Em uma dessas cartas em branco, um amigo meu, Lucas Souza, criou a ação "Espelho". Ao usar essa carta, o último jogador a usar uma carta de ação contra você, sofrerá todo o dano. É uma carta que deixa o jogo muito divertido e que contribui grandemente para perder amizades (só durante a rodada). Também acredito que merecia ser padronizada no jogo.

OP - Você pensa em entrar em contato com a Uno e lançar o jogo físico com as cartas?

Warleson - Quando criei o projeto, não tinha isso em mente. Foi mais para ter uma resposta ao meu questionamento. Mas com a popularidade e a alta taxa de aprovação das pessoas nas redes sociais, ficaria muito feliz em ver esse projeto sair do papel. Acredito que, realmente, exista um grande público interessado em adquirir essa versão. Isso fica claro pela quantidade de comentários de pedidos no post do projeto e na minha caixa de mensagens. Porém, isso dependerá das empresas com os direitos autorais: Copag e Matte.