O primeiro dia do Carnaval de 2024 no Ceará foi marcado, da manhã ao início da tarde, por chuvas que causaram diversos sinistros e ocorrências. Junto à água vieram oscilação na energia elétrica, danos materiais a residências e comércios e queda de árvores.
Dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) mostram que, pelo menos, 93 cidades cearenses registraram precipitações entre 7 horas de sexta, 9, e 7 horas de sábado, 10. Novo boletim que será publicado neste domingo, 11, deve trazer índices atualizados.
A Funceme prevê que os maiores acumulados de sábado fiquem concentrados no Cariri e no sul do Sertão Central e Inhamuns.
O número de equipes trabalhando em campo aumentou em 50%, disse a Enel, para ajustar o fornecimento de energia elétrica. Serviços mais complexos foram realizados pelos profissionais, como retirada de vegetação, substituição de postes e reconstrução de trechos da rede.
Especificamente a Capital recebeu alerta amarelo para chuvas intensas. O alerta é emitido quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) detecta "perigo potencial" de situações de risco. Até 19 horas de sábado, a Defesa Civil de Fortaleza atendeu 56 ocorrências.
José Sarto (PDT), prefeito de Fortaleza, afirmou ter acionado "toda nossa estrutura para garantir as condições de trabalho necessárias para nosso time trabalhar". Em publicação na tarde de sábado, o gestor municipal explicou que a Prefeitura utilizava câmeras de videomonitoramento para acompanhar possíveis ocorrências e que nenhuma vítima havia sido registrada.
O pedetista acrescentou que agentes da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) foram postos a campo para bloquear o tráfego e implementar desvios em pontos de alagamento.
Para as árvores que caíram devido às chuvas, equipes da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo (UrbFor) realizaram o recolhimento. Segundo o prefeito, nove foram recolhidas até o meio-dia desse sábado.
"Eu estou pessoalmente monitorando as ocorrências e os atendimentos, em contato direto com nossos secretários, cobrando celeridade nos serviços para minimizar prejuízos e riscos eventuais", declarou Sarto.
Prejuízos e riscos, porém, foram experienciados por muitos fortalezenses durante e após as chuvas. Ruth Rodrigues, de 26 anos, mora na rua Nogueira Acioli, no bairro Praia de Iracema, e temeu perdas materiais. O trecho entre a avenida Monsenhor Tabosa e a rua Tenente Benévolo alagou. A estudante conta que vizinhos se juntaram para levantar tampas de bueiros e facilitar o escoamento da água.
Além dos alagamentos, as árvores derrubadas pela chuva e pela ventania também geraram transtornos. No cruzamento entre a avenida Carapinima e a rua Padre Francisco, motoristas tentaram fazer conversões por conta do congestionamento. Para isso, tentaram passar pelo canteiro central, mas a areia presente no local ficou fofa por efeito das chuvas e atolou carros.
As estruturas de dois shoppings, nos bairros Presidente Kenney e Aldeota, foram danificadas. O teto de um posto de combustíveis localizado no bairro Rodolfo Teófilo também desabou durante a tarde.
Transtornos das chuvas também chegaram a duas unidades hospitalares da Capital, embora não tenha atrapalhado o atendimento. O Hospital Geral de Fortaleza (HGF), no Papicu, teve "acúmulo de água no térreo". Segundo a assessoria da unidade, o "serviço assistencial se mantém de forma regular". Já o Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro, registrou entrada de água por meio do vento. A situação foi controlada pela equipe de logística do órgão.