Operação integrada entre as forças de segurança do Ceará e do Rio de Janeiro (RJ), na manhã deste sábado, 31, na capital fluminense, busca prender chefes de facção criminosa que estariam escondidos na comunidade da Rocinha, na zona sul do RJ. Eles seriam responsáveis por ordenar, a distância, ações criminosas em território cearense.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) informou, em nota, que a operação pela Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) foi desencadeada a partir de uma investigação da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), relacionada a suspeitos cearenses que integram um grupo criminoso do Rio de Janeiro e que estão foragidos naquele estado.
Investigações realizadas pelos setores de inteligência das Forças de Segurança dos dois estados apontaram que lideranças criminosas da facção Comando Vermelho (CV) do Ceará estão escondidos na Rocinha.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a ação cumpre 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Os mandados, incluindo o sequestro de bens dos investigados, foram expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), com base em investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco/MPCE).
O grupo, segundo divulgado pelo Governo do Rio de Janeiro nas redes sociais, estaria usando a comunidade da Rocinha como base estratégica para dar ordens e manter o controle de ações criminosas à distância.
Durante a operação, foram usados drones e outros recursos tecnológicos para mapear a área e garantir a segurança das equipes em campo. Foram apreendidos armamentos, celulares e rádios transmissores da organização criminosa.
O governador fluminense, Cláudio Castro (PL), anunciou, nas redes sociais, que acompanha e monitora a ação, desde às 3 horas deste sábado, 31, diretamente do Quartel da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
“Diversos criminosos que nós vemos, conversamos sempre que estão aqui hoje, criminosos do Ceará; que juntamente com a Polícia do Ceará, o Ministério Público do Ceará e do Rio de Janeiro, planejamos essa grande ação”, avalia Cláudio Castro.
Segundo o MPRJ, à distância, os investigados continuavam coordenando remotamente práticas criminosas, como tráfico de drogas e execuções no Ceará. No planejamento da operação, deflagrada neste sábado, 31, os setores de inteligência do MPRJ e da Polícia Militar detectaram a presença de homens fortemente armados — com cerca de 70 fuzis — na localidade que teria sido arrendada pelos alvos dos mandados.
Em nota, ao O POVO, o Ministério Público do Ceará (MPCE) disse que foram cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão, arresto e sequestro de bens contra integrantes de uma organização criminosa no Rio e que atua no Cerá.
A quantidade de presos, no entanto, ainda não foi divulgada, assim como os materiais apreendidos, visto que a operação ainda seguia em curso até a noite do sábado. O MPCE informou que os resultados consolidados da ação integrada serão divulgados nos próximos dias.
A operação conta com o efetivo de aproximadamente 80 agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e de diversas estruturas do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), que reúne o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o Batalhão de Choque e o Primeiro Comando da Área.