Desde fevereiro, pelo menos, termos como novo coronavírus, pandemia, Covid-19 invadiram nosso vocabulário cotidiano e têm mobilizado o mundo para entender o que é uma epidemia e o que pode ser feito. Os altos índices de transmissibilidade e o grande número de mortes despertam atenção e o medo, assim como outras doenças já causaram em outros tempos.
Desde pelo menos o fim do século 19, o Ceará passa por situações epidêmicas. “Cada epidemia é um momento que não se repete, mesmo que uma doença atinja expressivamente mais de uma vez a mesma região. Mas é possível perceber que há padrões”, afirma o historiador Jucieldo Ferreira.
“A situação do Nordeste brasileiro é particular porque convivemos tanto com epidemias classicamente tropicais quanto com epidemias respiratórias que tendiam a ser típicas do hemisfério Norte”, explica o epidemiologista Antônio Silva Lima.
Gerente da Vigilância Epidemiológica de Fortaleza, Antônio Lima diz que o Ceará tem uma história de arboviroses entremeadas e sucessivas, mas muitas vezes negligenciadas. “Nós tivemos anos seguidos de epidemias de dengue e depois zika e chikungunya, mas quando você pergunta por epidemias poucas pessoas vão lembrar delas.”
Lima enfatiza ainda que “o impacto de uma epidemia não é só o que a doença causa, mas também o que você deixa de fazer em relação ao demais agravos de saúde”. Em situações que demandam esforços para um quadro específico, cirurgias eletivas e consultas precisam ser suspensas, por exemplo. Efeitos positivos também podem surgir, com reestruturações de políticas públicas. O POVO conversou com especialistas e listou algumas epidemias que impactaram a história cearense.
O cólera foi uma das doenças mais letais do século 19. Matou cerca de 40 milhões de pessoas no mundo. A doença endêmica do delta do rio Ganges atingiu, por conta do avanço dos meios de transporte e do aumento do fluxo de pessoas e mercadorias, todos os continentes a partir de 1820.
O momento foi também de adensamento populacional nos grandes centros urbanos e de consequente precarização das condições de moradia, alimentação e higiene. Causada pela bactéria Vibrio cholerae, a enfermidade se manifestou pela primeira vez no Brasil em 1855 e no Ceará em 1862. A província foi atingida do sul ao norte. Calcula-se que naquele ano teriam morrido entre 11 e 12 mil cearenses, cerca de 2% da população na época.
“Esses números são sempre difíceis de serem validados porque o registro estatístico durante uma crise epidêmica é algo difícil de ser feito, ainda mais no século 19, quando era feito pelos párocos”, explica Jucieldo Ferreira, professor da Universidade Federal do Cariri (UFCA) que estuda a epidemia de cólera deste período.
Ele conta que Maranguape foi a localidade mais atingida em termos de quantidade de enfermos e de duração. Enquanto em alguns lugares a epidemia durou alguns meses, como no Icó ou no Crato, em Maranguape ela se estendeu de abril de 1862 até o início de 1863.
O cólera é endêmico em vários países e episodicamente ocorrem surtos onde a infraestrutura de saneamento básico é inadequada ou inexistente. A infecção bacteriana se espalha quando há ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes ou vômito de uma pessoa infectada.
Normalmente é leve e assintomática, mas pode ser grave, resultando em diarreia aquosa, vômito e câimbras nas pernas. O paciente rapidamente perde fluidos corporais, o que leva à desidratação e ao choque. Sem tratamento, pode levar à morte em algumas horas.
Anos depois, entre 1877 e 1879, Fortaleza viveu a “Seca dos Três Setes” e a estiagem expulsou sertanejos para a Capital. A população de 42 mil no censo de 1872 ultrapassou os 100 mil com a chegada de retirantes.
A maior parte ficou em abarracamentos nos subúrbios. A fome e os problemas sanitários foram consequências inevitáveis. Vivendo em condições sub-humanas, a multidão foi atingida por uma epidemia de varíola. Acredita-se que a doença chegou ao Ceará pelo porto de Aracati, de onde aportavam fugitivos da epidemia do Rio Grande do Norte.
Imagens da tragédia do século 19, que emergiu dos subterrâneos da Capital em janeiro de 1994, quando operários que trabalhavam nas obras do Serviço de Saneamento de Fortaleza acharam ossadas no bairro Jacarecanga:
O comércio fechou, o lazaretos não atendiam a demanda e a doença chegou ao palácio do presidente da província. A tristeza e o luto entravam em todos os lares, como relatou o farmacêutico Rodolfo Teófilo. Em 10 de dezembro de 1878, a doença vitimou 1.004 pessoas em apenas um dia.
A data ficou marcada na história da Cidade como o “Dia dos Mil Mortos". Novembro daquele ano terminou com 9.844 mortes. Em dezembro, foram 14.491.
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Um dos dramas em relação à epidemia na província foi a recusa da população em tomar a vacina. Além do preconceito e da ignorância, as doses vindas do sul eram transportadas em condições que as tornavam questionáveis.
A imunização ganhou eficácia quando passou a ser produzida em Fortaleza e pela campanha de vacinação promovida por Teófilo. O farmacêutico formou a Liga Cearense Contra a Varíola, mandou ampolas para o Interior gratuitamente e as vendeu para outros estados.
O vídeo a seguir mostra a saga de Rodolfo Teófilo. Foi produzido pela Seara da Ciência da Universidade Federal do Ceará (UFC)
O vírus Orthopoxvírus variolae é transmitido pelas vias respiratórias. Os sintomas iniciais são febre muito alta, dores e mal-estar. Quando a febre baixa, surgem manchas vermelhas que evoluem para bolhas de pus, que causam coceira, dor e deformações.
Nesse estágio, o risco de cegueira era grande, como complicação de inflamações ao tocar os olhos. Por não haver tratamento específico, em muitos casos, pacientes foram mantidos em isolamento para morrer.
A sobrevivência dependia da forma de varíola que adquirida: a major (com 30% de letalidade) ou a minor (com menos de 1% de letalidade e mais comum). A doença foi considerada mundialmente extinta em 1980, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em 1918, uma pandemia incomumente letal do vírus influenza acometeu o mundo que estava em guerra: a gripe espanhola. Aqueles que ficavam doentes apresentavam febre, dor no corpo, coriza e tosse. Nos casos mais graves, os pacientes apresentavam problemas respiratórios agudos.
Evitar aglomerações, não fazer visitas, manter higiene de nariz e garganta e cuidar especialmente dos idosos eram as medidas de prevenção. As estimativas de mortos em todo mundo durante a pandemia variam entre 20 e 40 milhões - o dobro do estimado para os quatro anos da Primeira Guerra Mundial.
Como conta o médico José Policarpo Araújo Barbosa em Origens e desenvolvimento das políticas públicas de saúde no estado do Ceará, no dia 13 de outubro de 1918 chegava a Fortaleza o navio Vapor Pará, trazendo a bordo doentes da gripe.
A embarcação ficou atracada “bastante longe da costa”, sendo proibida a ida de qualquer pessoa a bordo e o desembarque dos passageiros. Foram providenciadas medidas de vigilância e quarentena. Apesar dos esforços, a epidemia se desencadeou por toda a Cidade.
Colégios foram fechados, cinemas pararam, procissões estavam suspensas e as 21 farmácias existentes funcionaram em regime de plantão. De imediato, foram providenciados sete postos de saúde em diferentes pontos de Fortaleza, com atendimento médico gratuito. Tais postos registraram 8.310 atendimentos por gripe espanhola em 1918.
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Durante os três meses em que durou a epidemia, 15.959 casos foram oficialmente notificados; entretanto, a Diretoria de Saúde estimou 35 mil doentes no Ceará. A epidemia foi um marco na saúde pública do Estado.
A partir das ações ambulatoriais de emergência surgiu o primeiro serviço público de atendimento individual, chamado de “Sala de Banco” e que funcionou em convênio com a Santa Casa de Misericórdia. Além disso, houve aumento de aportes para a Saúde e entrou em vigor um novo regulamento para a saúde pública.
A disseminação da gripe espanhola durante os últimos anos da década de 1910 produziu um cenário muito similar ao que se observa durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. Entretanto, mesmo de grande relevância tanto do ponto de vista de pessoas afetadas quanto de avanços médicos, a biografia da doença no Ceará é escassa. Foi diante disso que a bióloga e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente Leidiane Batista se juntou a dois colegas para investigar sobre o tema. Com a pesquisa ainda em curso, Leidiane conversou com O POVO sobre o que tem descoberto dessa história.
O POVO - Intitulada “mãe das pandemias”, a gripe espanhola correu o mundo entre 1918 e 1920. Como foi que a doença chegou ao Ceará?
Leidiane Batista - Antes de ela chegar no território, já havia notícias de cearenses que vieram falecer por conta da gripe. É o caso dos médicos Paulo de Mello Andrade e Pedro Monteiro Gondim que foram enviados à França em uma missão médica especial durante a Primeira Guerra Mundial. Receber a notícia do falecimento de seus conterrâneos, trouxe proximidade aos cearenses com a pandemia, que até então apresentava-se como um problema distante que afetava somente o restante do mundo.
Há registros de que a gripe chegou entre o final de setembro e os primeiros dias de outubro de 1918. Não há um consenso sobre a data, mas sabe-se que chegou por um navio que vinha do sul do País e já trazia a bordo pessoas doentes. Apesar de já haver medidas sanitárias de controle dos portos, não foi possível evitar a entrada da gripe no Estado. Pelo que remetem os jornais da época, esse não foi o único navio com enfermos a chegar. Há denúncia de navios que aportaram em Camocim sem haver fiscalização ou isolamento dos doentes.
O POVO - De que formas a epidemia de gripe espanhola afetou a população cearense?
Leidiane - No começo, tanto autoridades quanto médicos, utilizavam os jornais para tentar acalmar a população e dizer que não havia motivo de desespero. Alegavam que a gripe só atingia pessoas que já estavam debilitadas ou até mesmo justificar que só atingia quem já estava apavorado. Mas a doença não ficou só em Fortaleza; pelos navios ela chegou a outras cidades litorâneas e pelas linhas férreas adentrou o Estado.
Na época, a estrada de ferro de Baturité chegava até Lavras da Mangabeira. A estrada de Sobral saía de Camocim até Crateús. Em Sobral, ao tomar conhecimento da propagação da pandemia, a imprensa afirmou que a gripe não resistiria a temperatura de 36º graus medida à sombra na cidade. Todavia, a previsão não se cumpriu.
Houve fechamento de escolas e de cinemas, suspensão de procissões religiosas e as farmácias funcionaram durante a noite. No interior foram designadas ambulâncias e enviados médicos. Em Fortaleza, o cemitério São João Batista ficou fechado durante o dia de Finados, funcionando só para enterros a fim de evitar aglomerações. Então a população teve esse impacto do isolamento social.
O POVO - Mesmo tendo passado um século, as reações da população e das autoridades sobre a gripe espanhola e sobre a Covid-19 se assemelham. Quais aspectos chamam sua atenção durante sua pesquisa?
Leidiane Batista- Em ambos os casos o discurso geral de autoridades e parcela da população estava ligada ao negacionismo da ciência. Da mesma forma, os governos nos dois períodos propagandearam a existência de um composto simples, capaz de curar as referidas doenças e deter o avanço das pandemias. O que se mostrou sem sucesso. Na época havia a crença no quinino, utilizado no combate à malária, tal como em nossos dias em relação à cloroquina. Esse tipo de estratégia visava acalmar a população fazendo-a pensar que, se existe uma cura, não havia motivos para pânico. Isso enfraquecia o discurso científico da necessidade de isolamento social.
O POVO - Hoje há um aspecto da incidência da doença que se mostra cada vez mais na medida em que o vírus avança pelas regiões de Fortaleza e do Ceará: a doença não atinge a todos da mesma forma. Populações já vulnerabilizadas tem estado mais expostas à Covid-19. Como foi a incidência da gripe espanhola por esse aspecto?
Leidiane Batista - Essa é uma outra semelhança entre as duas pandemias. Na época, registros oficiais do presidente da província utilizavam o fato de a gripe atingir as pessoas mais pobre e fragilizadas por conta da má alimentação e sem tanto poder aquisitivo para comprar medicamentos, como forma de minimizar a gravidade da doença. Há um agravante para a época de que tanto medicamentos quanto itens alimentícios eram escassos por conta da guerra e, por isso, seus preços eram bastante elevados. Então a população pobre não tinha como ter acesso. Ao mesmo tempo, essa população não podia se isolar pois tinha que se manter trabalhando. É bastante semelhante ao que podemos observar hoje.
O POVO - E as diferenças? Na sua percepção, houve avanços científicos e na sociedade que tornam o momento que vivemos distinto de 1918?
Leidiane Batista - É inegável que a ciência se desenvolveu. Medicamentos foram criados para atenuar sintomas, equipamentos (como os próprios respiradores) foram desenvolvidos e diversas pesquisas foram realizadas. Até do ponto de vista da saúde pública ocorreram avanços. Naquele momento, a inexistência de um sistema universal de saúde pública era uma das maiores barreiras. Se hoje o SUS atua com enorme dificuldade, no primeiro momento nem isso existia.
Além disso, não se conhecia o agente causador da doença. Então, as tentativas de produção de vacinas foram todas fracassadas. Agora, em 2020, vários países estão produzindo vacinas e pesquisando a sua eficácia. Já há notícias de vacinas com resultados bastante promissores.
Atualmente há ainda a unificação dos registros de casos e de mortes. O que permite o acompanhamento do avanço da pandemia e do seu comportamento na população. Embora haja subnotificação dos dados da pandemia que enfrentamos atualmente, em 1918, por não haver uma base de dados, a subnotificação foi bem mais intensa.
O POVO - Pelo que a senhora tem pesquisado sobre a gripe aqui no Estado, o que deveríamos ter aprendido ao olhar para a História a fim de passarmos melhor pela pandemia da Covid-19?
Leidiane - A sociedade e autoridades deveriam ter aprendido a valorizar a ciência, as orientações dos profissionais de saúde e dos especialistas. Vivenciamos a desvalorização dos pesquisadores e pesquisadoras em âmbito nacional, principalmente com as áreas de humanas. As pesquisas de âmbitos sociais também podem nos dar respostas importantes. Além disso, deveríamos aprender sobre o sistema público de saúde e fortalecê-lo, para que possa estar preparado para situações de calamidade.
Já no fim do século 20, o Ceará voltou a ter de enfrentar uma epidemia de cólera que, na época, teve grande incidência em todo o Nordeste. No Estado, a doença atingiu mais de 300 habitantes a cada 100 mil nos anos de 1993 e 1994.
Somente nos primeiros quinze dias de 1994, a Secretaria de Saúde de Fortaleza registrou 3.542 casos de cólera, caracterizando um surto. No mesmo período foram notificadas quatro mortes provocadas pela doença. Durante o mês, a Cidade chegou a registrar até 300 novos casos por dia.
Em 21 de fevereiro daquele ano, o então governador, Ciro Gomes, decretou estado de emergência na Capital, que até então registrava mais de 10 mil casos, 81% do total do Ceará e 70% do total do País.
O cólera teria atingido tamanha proporção porque a água servida pela Companhia de Água e Esgotos (Cagece) tinha sabor salgado e a população passou a beber a água de poços e cacimbas.
Em março desse mesmo ano, detectou-se a introdução da dengue tipo 2, que ocasionou uma epidemia com dezenas de casos de febre hemorrágica da dengue em Fortaleza. Epidemias da doença já vinha ocorrendo no Estado desde o fim dos anos 1980, mas causadas pelo sorotipo 1.
Em 1986, foram registrados 75 casos a cada 100 mil habitantes; no ano seguinte, a incidência quintuplicou e chegou 375,4 casos/100 mil hab. Uma segunda onda foi registrada no biênio 1990/91, afetando 249 em cada 100 mil cearenses. Desde então, a doença se tornou endêmica e o Estado já passou por 14 epidemias de dengue.
Três doenças respiratórias se manifestaram como pandemias antes da Covid-19. A Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) e a Influenza A H1N1 impactaram o mundo com sintomas de gripe que poderiam evoluir para insuficiência respiratória fatal.
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No Ceará, tais enfermidades tiveram impacto reduzido. A gripe H1N1, conhecida durante a pandemia de 2009 como gripe suína, por exemplo, teve 21 casos confirmados no Ceará até julho daquele ano.
Ainda assim, a epidemia teve impacto importante na saúde pública brasileira - no mesmo período, o País registrou 5.206 casos - e trouxe mudanças no tratamento de gripe com antivirais. Hoje o influenza é controlado no Brasil por meio de campanhas de vacinação.
O Aedes aegypti é responsável por transmitir três arboviroses de grande impacto no Ceará: a dengue, a zika e a chikungunya. De 2008 a 2017, o Estado passou por quatro epidemias de dengue (2008, 2011, 2012 e 2015), a de zika em 2015 e a de chikungunya em 2017. Quem enumera é o gerente da Vigilância Epidemiológica de Fortaleza, Antônio Lima.
Em 2008, o sorotipo 2 da dengue foi predominante e 1.396,6 a cada 100 mil cearenses tiveram a doença. Lima conta que a incidência colapsou o sistema de saúde apesar da baixa letalidade. Até a primeira quinzena de maio daquele ano, o Estado registrou 17.384 pessoas infectadas e nove mortes por dengue hemorrágica. Os anos de 2011, 2012 e 2015 também foram significativos, com predominância dos tipos 1, 4 e 1. Foram pelo menos 30 mil casos em cada ano.
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Quanto às epidemias de arboviroses mais recentes, Lima indica que, em 2015, 42 crianças nasceram com microcefalia decorrente do zika vírus em Fortaleza. Já entre 2016 e 2017, pelo menos 60 mil casos de chikungunya foram registrados no Estado.
A OMS define como epidemia a ocorrência de um número casos em excesso, em relação ao que normalmente seria esperado em uma região ou comunidade. Por isso, a identificação de uma epidemia depende da frequência usual da doença na região, no mesmo grupo populacional, durante a mesma estação do ano. Um pequeno número de casos de uma doença que não tinha ocorrido previamente na região pode ser o suficiente para constituir a ocorrência de uma epidemia.
Além da varíola e da gripe H1N1, outras epidemias hoje estão facilmente controladas por vacinas. Entre as décadas de 1960 e 1980, a poliomielite ou paralisia infantil preocupava muitas famílias. Graças às campanhas de imunização da época e ao esquema vacinal contemporâneo, há 30 anos a doença não é registrada no País. Entretanto, quedas na cobertura vacinal têm chamado atenção para o risco de reintrodução da doença.
O sarampo também está sob atenção diante de coberturas vacinais que estão reduzidas. Em agosto de 2019, a doença voltou ao Ceará após três anos livre do Measles morbillivirus. A doença já havia voltado forma epidêmica em 2014, depois de 15 anos sem registros do vírus.