Entre 23 e 26 de agosto de 2018, 86 pessoas foram mortas no Estado, em uma média de 21,5 assassinatos por dia — número bem acima dos 12 Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) por dia registrados em todo o ano. Ano de 2018 que viria a ser o segundo ano mais violento já registrado no Estado: com 4.518 CVLIs, só ficou atrás de 2017, que registrou 5.133. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
A maioria desses crimes segue sem elucidação dois anos depois, deixando sem explicação o que motivou a onda de violência daqueles dias. Em levantamento no sistema de consulta processual do Tribunal de Justiça do Estado (TJCE), O POVO só localizou condenações referentes a três mortes — 58 inquéritos seguiam em andamento. O julgamento ainda é aguardado, inclusive, no caso de maior repercussão daqueles dias: o triplo homicídio que vitimou os policiais militares José Augusto de Lima, Antonio Cesar Oliveira Gomes e Sanderley Cavalcante Sampaio. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa da Cidadania (SSPDC) afirma que "os casos seguem em investigação".
O caso, porém, teve inquérito concluído e ação penal transcorre. As investigações mostraram que o triplo homicídio foi ordenado por uma das lideranças da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE). Os PMs estavam à paisana e foram escolhidos unicamente por serem policiais, conforme depoimentos, já que os criminosos suspeitavam que um integrante da facção havia sido morto, um dia antes, por PMs. Como o inquérito segue em andamento, isso não foi comprovado até agora.
No entanto, pelos menos, um dos assassinatos registrados naqueles dias teve ligação comprovada pela Polícia Civil com o triplo homicídio: o assassinato de Alisson Rodrigo da Silva Rodrigues foi cometido pelo que foi chamado pela investigação do Ministério Público do Estado (MPCE) de "grupo de extermínio", do qual participariam policiais. Seria uma retaliação direta à quadrilha que executou o triplo assassinato, com quem Alisson Rodrigo teria relação. As investigações, porém, não o citam como partícipe do crime dos policiais.
O triplo homicídio não foi o único crime que aterrorizou a Vila Manoel Sátiro naqueles dias. Além da morte ocorrida um dia antes, três outros homicídios, incluindo um duplo assassinado, também foram registrados, todos em locais próximos um do outro. Mas para entender melhor essa trama, é preciso voltar um mês antes, a 29 de julho, quando houve o assassinato de um outro policial, também em um bar, também na Vila Manoel Sátiro.
Foi durante o aniversário do próprio filho que o subtenente da reserva remunerada da Polícia Militar Juciano de Lima Barbosa, de 53 anos, foi morto. O crime ocorreu, conforme denúncia do Ministério Público do Estado (MPCE), após o PM querer que Charlesson de Araújo Souza, apontado como membro da GDE, deixasse o imóvel que o subtenente alugava ao pai dele. "Ao que tudo indica", pontua o MPCE, a motivação para o despejo era o envolvimento de Charlesson com o crime. Houve um “desentendimento” entre os dois e Charlesson foi morar com Thalys Constantino de Alencar, também apontado como integrante da GDE — ele que viria a ser morto em 22 de agosto.
O fato teria chegado ao conhecimento de Fabiano Cavalcante da Silva, o “Fabiano Jow”, apontado como líder da GDE na Vila Manoel Sátiro e também de uma célula da facção conhecida como Conselho Missão. Fabiano, então, teria ordenado a execução do subtenente, mesmo preso na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), em Itaitinga (Região Metropolitana de Fortaleza). Também fariam parte do “Conselho Missão” outros dois homens: Raimundo Costa Silveira Neto, o Raimundo Geladeira; e Waldiney de Melo Lima, o Taxista,
Um ex-integrante da GDE que prestou depoimento ao MPCE sobre os crimes que apavoraram a região da Vila Manoel Sátiro naqueles dias apresentou, porém, uma outra versão para a morte do subtenente Barbosa. “Eles querem matar a polícia”, disse, conforme documento ao qual O POVO teve acesso. Além disso, ele acrescentou que a morte de um outro policial também foi cogitada pelo Conselho Missão.
Algo muito parecido falou o filho do subtenente, momentos após o crime, em entrevista ao Sistema Verdes Mares: “O único defeito dele era ser policial militar. Porque hoje você ser policial militar é um defeito, infelizmente. O que foi que ele ganhou? Ele trabalhou 30 anos na Polícia, se aposentou e aí? Cadê meu pai agora? O que que eu vou fazer, o que vai me consolar?”
No dia 29 de julho, dois homens em uma moto vermelha abordaram o subtenente Barbosa no bar, que fica a cerca de 400 metros do comércio onde houve o triplo homicídio de seus colegas de farda. Era por volta das 20h40min quando os criminosos abordaram o PM e dispararam cerca de oito tiros nas costas da vítima.
Pelo assassinato do subtenente Barbosa são réus, além de Fabiano, Raimundo e Waldiney, Lucas Oliveira da Silva, Charlesson de Araújo Souza e Rafael Mendes Almeida, todos também denunciados pelo triplo assassinato. Em depoimento à Polícia Civil, um dos acusados do triplo homicídio contou que Lucas havia emprestado uma pistola 9 milímetros aos executores por ordem de Fabiano. Mandados de prisão preventiva chegaram a ser pedidos pela Polícia Civil a Charlesson e Lucas antes do triplo homicídio, mas só foram expedidos pela Justiça após o crime. O caso tramita em segredo de Justiça e, por isso, O POVO não teve acesso a mais detalhes do processo judicial, como se a data do julgamento foi marcada.
Foi enquanto almoçavam, à paisana, que o tenente Antonio Cesar Oliveira Gomes, 50, o sargento João Augusto Lima, 58, e o subtenente Sanderley Cavalcante Sampaio, 46 tiveram as vida brutalmente tiradas. O caso ocorreu por volta das 14 horas do dia 23 de agosto, segundo testemunhas. Foram mortos, conforme uma testemunha ouvida no inquérito, apenas por serem policiais, já que os criminosos acreditavam que haviam sido colegas de farda dos militares assassinados os autores da morte de Thalys Constantino de Alencar, crime ocorrido um dia antes também no Vila Manoel Sátiro. Apenas Sanderley ainda estava na ativa.
No dia 22 de agosto de 2018, na rua Petronília Bezerra, bairro Vila Manoel Sátiro, Thalys foi morto a tiros por homens não identificados, que estavam em um carro modelo Fox, de cor preta. Thalys havia acabado de pegar o carro de seu tio Antônio Adalberto e não chegou a dirigir por 30 metros antes de ser morto.
Além de integrante da GDE, Thalys, supostamente, forneceu a arma que matou o subtenente Juciano de Lima Barbosa. Dois anos depois, o inquérito segue em andamento e não se sabe quem, de fato, matou Thalys.
Foi um ex-integrante da GDE, de identidade preservada, que revelou ao Ministério Público do Ceará os bastidores da trama de vingança, orquestrada de dentro do presídio. “Quando eles (faccionados da GDE) souberam (da morte de Thalys), decidiram que se vingariam em qualquer policial que encontrassem pela região lá”, disse a fonte ao MPCE.
Quando perguntado pelos promotores se teria sido uma "infeliz coincidência" os três policiais terem sido os escolhidos, a fonte respondeu: "exatamente". O triplo assassinato, descobriram as investigações, foi planejado pelo “Conselho Missão”, que, na hierarquia da GDE, teria como encargo identificar e determinar a execução de inimigos. “Essa célula criminosa, dada a privilegiada posição hierárquica, não necessita, para ditar as ordens de assassinato, nem mesmo do aval da cúpula, também chamada de 'sintonia final' ou ‘conselho final’ da facção”, diz o MPCE. Fabiano Cavalcante da Silva, o “Fabiano Jow”, seria o chefe da célula. Thalys, um dos “funcionários” de Fabiano nas atividades criminosas desenvolvidas na Vila Manoel Sátiro.
Conforme o inquérito do triplo homicídio, os criminosos usaram, pelo menos, dois veículos, uma moto vermelha e um carro modelo Volkswagen Voyage, de cor preta. “Logo ao chegarem, parte dos infratores desembarcou e, sem qualquer aviso ou discussão, passou a desferir uma saraivada de disparos de arma de fogo em direção às vítimas, sem lhes dar chance de fuga ou mesmo de esboçar qualquer reação”, afirma a denúncia do MPCE.
Ao todo, 17 tiros atingiram os PMs. Depoimento de uma testemunha no inquérito afirma que, horas antes do crime, Fabiano Jow telefonou para Lucas Oliveira da Silva, dizendo que os policiais estavam "de bobeira" no bar. Em seguida, afirmou que mandaria “um veículo e alguns homens”.
Pelo triplo assassinato, o MPCE denunciou oito homens. As provas colhidas durante a ação penal, porém, fizeram o órgão ministerial mudar de entendimento. Lucas Oliveira da Silva, Rafael Mendes Oliveira e Charlesson de Araújo Souza, primeiramente, apontados como executores, passaram a ser denunciados como partícipes e tiveram processo desmembrado.
Fabiano Cavalcante da Silva, Raimundo Costa Silveira Neto e Waldiney de Melo Lima (os três do Conselho Missão) e Francisco Wellington Almeida da Silva, porém, foram pronunciados e serão julgados pelo júri popular. Fabiano encontra-se em presídio federal. Devido o caso estar em segredo de justiça, O POVO não conseguiu mais detalhes das ações penais, incluindo, se já foi marcada data para o julgamento.
O ex-integrante da GDE em seu depoimento afirmou que os executores do crime não foram presos, apenas os mandantes e ajudantes do plano. Ele chegou a citar o apelido de um dos executores, mas o homem não foi identificado. Na denúncia, o próprio MPCE admitia que mais pessoas poderiam ter participado do crime, inclusive uma pessoa cuja investigação só chegou ao primeiro nome. Em nota, a SSPDS afirma que o inquérito foi concluído.
Ainda traumatizada pelo triplo assassinatos dos PMs, a Vila Manoel Sátiro conviveu com outros assassinatos ao longo daqueles dias. As mortes eram separadas, quando muito, por centenas de metros ou então tinham como vítimas pessoas ligadas aos assassinatos de Juciano de Lima Barbosa, Thalys Constantino de Alencar, Antonio Cesar Oliveira Gomes, João Augusto Lima e Sanderley Cavalcante Sampaio.
Sem a conclusão das investigações, porém, não se sabe se os crimes estão, de fato, interligados. A exceção é o caso de Alisson Rodrigo da Silva Rodrigues, de 32 anos. Morto um dia após o triplo homicídio, seu assassinato seria uma vingança de um "grupo de extermínio", conforme a Polícia Civil. Alisson Rodrigo foi morto em plena praça em frente à Igreja de Fátima, na avenida 13 de Maio, instantes após deixar o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Ele estava no DHPP desde a madrugada do dia 24 de agosto de 2018, após surgirem informações em redes sociais de que estaria envolvido com o triplo assassinato. Só havia saído para almoçar. Na praça, enquanto esperava a refeição, foi abordado por três homens, dois deles sem camisa, e foi vítima de disparos de arma de fogo. Os assassinos, então, fugiram em duas motos.
As investigações mostraram que um dos veículos usados na fuga pertencia, ainda que informalmente, a um ex-PM. Ele ainda foi reconhecido por uma testemunha. Wandson Luiz da Silva foi preso em 13 de maio último em cumprimento a um mandado de prisão temporária. Ele havia sido demitido da PM em novembro de 2018, após ter sido preso em flagrante, em 2017, por porte ilegal de arma de fogo, receptação, estelionato e desacato.
O inquérito da morte de Alisson Rodrigo prossegue visando identificar os demais assassinos, assim como as investigações de outras mortes que o suposto grupo de extermínio teria praticado. Entre os crimes suspeitos está o que vitimou Bruno Rafael da Silva, em dezembro de 2018, no bairro Jardim América. Neste inquérito, uma denúncia anônima chega a elencar o nome de outros integrantes da suposta organização.
Conforme o ex-integrante da GDE, em depoimento ao MPCE, Alisson teria ligação com Fabiano Cavalcante da Silva, chefe da facção no Vila Manoel Sátiro — o que foi confirmado por um dos réus no caso do triplo homicídio, que afirmou que ele era “correria” de Fabiano, isso é, vendia drogas e fazia outros pequenos serviços. O ex-faccionado, porém, disse que Alisson não se envolveu no assassinato dos PMs, o que foi corroborado pelo inquérito policial, que não o cita.
Além de Alisson, no mesmo dia do triplo homicídio, ainda houve uma morte decorrente de oposição à intervenção policial — quando agentes de segurança afirmam ter matado em legítima defesa. Gerlan Lima teria atirado contra policiais que faziam buscas pelos suspeitos dos assassinatos e foi morto em troca de tiros.
Outras três mortes naqueles dias assustaram a Vila Manoel Sátiro. Em 26 de agosto, Thiago da Silva Moura e Antônio Victor Araújo Nobre foram mortos a menos de 100 metros do local onde Thalys havia sido assassinado. Thiago foi morto com 13 tiros, enquanto Antônio Victor, 9. O caso segue em investigação e nenhum suspeito foi indiciado até o momento. Já no dia 27 de agosto, a 60 metros do duplo homicídio, foi morto Antônio Adalberto Constantino de Alencar, que era tio de Thalys Constantino de Alencar. Antônio Adalberto foi morto na oficina onde trabalhava.
Segundo familiares, ele não tinha envolvimento com crimes e não usava drogas. A Polícia constatou que ele não tinha antecedentes criminais. Adalberto, porém, testemunhou o assassinato do sobrinho, aponta o inquérito instaurado para investigar a sua morte. Era dele o carro em que Thalys foi morto. Os assassinos foram dois homens em uma moto, que não usavam capacete e chegaram atirando sem falar nada. O caso foi mais um a não ter resposta até o momento, estado comum à maioria das mortes ocorridas entre 23 e 26 de agosto de 2018.
A violência naqueles dias não se restringiu ao bairro Vila Manoel Sátiro. A onda de violência se espalhou a outros bairros e mesmo municípios do Interior do Estado. Em quatro dias, foram 86 assassinatos no Ceará — a média de 21,5 crimes por dia é bastante superior ao registrado naquele ano, que foi de 12 homicídios diários.
A não conclusão das investigações impede saber se os crimes mantinham relação entre si. Conforme levantamento de O POVO com base no sistema de consulta processual do Tribunal de Justiça do Estado (TJCE), dois anos depois, 58 desses inquéritos seguiam em andamento. Outros sete haviam sido arquivados sem que os autores do crime fossem responsabilizados. O POVO não localizou 14 dos processos abertos para apuração das mortes.
Algumas das regiões da cidade sofreram mais que outras com essa violência. As Áreas Integradas de Segurança (AIS) 2, 6 e 9 tiveram, respectivamente, 7, 11 e 8 assassinatos no período, o que significa 63% dos homicídios ocorridos em Fortaleza. A AIS 9 é onde está inserida o bairro Vila Manoel Sátiro, assim como bairros como Mondubim e José Walter. A AIS 6 tem bairros como Jóquei Clube, Pici e Quintino Cunha. Neste último bairro, foram registrados três crimes. Entre eles, um duplo homicídio que foi gravado por câmeras de vigilância, no sábado, 25.
As imagens mostram as vítimas sendo mortas por quatro homens de balaclava, que chegaram em um carro preto. Eles atiram sem manter nenhum tipo de conversa com as vítimas e fogem. Na ação, foram mortos Edson de Oliveira Sousa e Carlistênio Ricardo Magalhães Oliveira. Também aqui, nenhum suspeito foi preso até o momento e as investigações seguem em andamento.
Outro duplo homicídio na AIS 6 ocorreu no bairro Pici, na sexta-feira, 24. Rafael Abreu e Silva e José Mauro de Oliveira Neto foram mortos enquanto trafegavam em motos, por homens que estavam em duas outras motos. Conforme testemunhas, momentos antes do crime, as vítimas foram abordadas por PMs, que teriam furado os pneus da moto em que os dois trafegavam. Mais um crime sem elucidação até o momento.
Já na AIS 2 ficam os bairros Conjunto Ceará e Genibaú. Ambos os bairros registraram três homicídios nesse período. No Conjunto Ceará, as mortes de Jonas Silva Lima, Micael Lima Ferreira e Jaelson Farias da Silva foram separadas por apenas 12 horas, entre quinta e sexta-feira. No Genibaú, entre os assassinatos esteve um duplo homicídio que vitimou pai e filho: Felipe Júnior Barbosa da Silva, de 24 anos, e Isaac da Silva, de apenas 4 anos, foram mortos em frente à própria casa. Quatro homens em um carro modelo Gol, de cor preta, eram os assassinos. Todos casos sem solução até o momento.
Apesar da falta de conclusão das investigações, algumas hipóteses foram traçadas, como a de que as vítimas possam ter sido mortas por engano. Exemplo é a morte de Renato Pereira Alves, no sábado, no bairro Cristo Redentor. Conforme o inquérito, por volta das 20h40min, ele foi morto por quatro homens encapuzados, que chegaram ao local do crime em um carro modelo HB20, de cor preta. O executor estava ao lado do motorista e disse "te encontrei, sabia que te encontrava", antes de disparar.
Relatos colhidos pela investigação apontam que "os indivíduos se portavam e agiam como policiais", conforme parecer do MPCE. Ainda conforme a investigação, a vítima não tinha histórico de envolvimento com atividades criminosas nem inimizade. Na hora do crime, esperava amigos para comemorar convite para começar em um novo emprego. "Até o momento, a principal linha de investigação é que a vítima tenha sido morta por engano, ao ser confundida com terceira pessoa", diz o parecer do MP.
A violência se estendeu também ao Interior, sobretudo, a Juazeiro do Norte, que também registrou um súbito crescimento no número de homicídio naqueles dias. Até ali, aquele mês de agosto só havia registrado dois assassinatos no município do Cariri Cearense. Entre quinta e sexta-feira, foram 11 homicídios.
Também esses casos seguem sem solução passados dois anos. Três dessas mortes haviam sido arquivadas sem nenhum tipo de indiciamento. No caso de Cicera Maria dos Santos Rocha, as investigações até chegaram a uma possível linha de investigação, que afirmava que o alvo do crime seria um parente dela, apontado como membro de uma facção. Os criminosos nunca foram encontrados também.
Mesma coisa no homicídio que vitimou Paulo Sérgio Lopes Silva. A investigação apontou apenas que ele e um outro jovem, que conseguiu sobreviver, foram feridos à bala quando iam comprar maconha em um local conhecido como "Faixa de Gaza", no bairro Santa Tereza. Os assassinos eram dois homens em uma moto.
O levantamento de O POVO ainda mostra que apenas dois dos casos tiveram condenação. Um ocorreu em Ipueiras, em 23 de agosto, vitimando Antônio Carlos Pereira da Silva e Maria Cleonice da Silva. Paulo de Oliveira Almeida foi condenado em primeira instância por matar Antônio Carlos, mas foi absolvido pela morte de Maria Cleonice. Conforme a acusação, o homem, após ingerir bebida alcoólica, veio a cometer o crime ao ver Maria Cleonice, sua companheira, com Antônio Carlos trocando carícias físicas.
Outro caso em que houve condenação de primeiro grau foi o da morte de Levi Gomes Ferreira. José Marcos Nascimento da Silva foi preso em flagrante pelo crime. Os policiais conseguiram visualizar no celular dele mensagens em que uma pessoa identificada como "Mestre" pedia para enviar a foto do "safado", ou seja a vítima morta. Marcos ainda foi condenado pelo pertencimento à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).