Logo O POVO+
Pandemia faz solidariedade chegar antes do Natal
Reportagem Especial

Pandemia faz solidariedade chegar antes do Natal

O Natal de 2020 chega com muitas particularidades. Uma delas é ter antecipado o espírito da partilha impulsionado pela pandemia que assola o mundo desde março último. No Ceará, muita gente se reuniu um projetos para atender milhares de outras em suas necessidades. Neste vídeo, conheça boas histórias de mostram que a solidariedade natalina vigorou quase em todo 2020.

Pandemia faz solidariedade chegar antes do Natal

O Natal de 2020 chega com muitas particularidades. Uma delas é ter antecipado o espírito da partilha impulsionado pela pandemia que assola o mundo desde março último. No Ceará, muita gente se reuniu um projetos para atender milhares de outras em suas necessidades. Neste vídeo, conheça boas histórias de mostram que a solidariedade natalina vigorou quase em todo 2020.
Por

Se há um verbo que consegue definir de que trata o Natal, esse verbo é partilhar. Seja na celebração à mesa de casa, rodeada pelos seus, seja nas ruas ofertando ajuda a quem precisa, há no âmago do Natal a partilha. 2020, ano que vai findando, no entanto, escancarou necessidades e mostrou que é preciso tornar verdade aquela máxima de fazer o Natal durar o ano todo. A pandemia de Covid-19 ceifou existências, adoeceu milhões, tirou temporariamente ou não a convivência de entes. E fez mais: aprofundou desigualdades, reforçou vulnerabilidades… abriu outras pandemias em meio a do vírus

Diante da vida de lonjuras, houve quem foi capaz de estar presente. Houve quem criou formas de partilhar. Houve quem fez o Natal começar mais cedo. Gente que juntou as próprias habilidades às de outros, desbravou territórios, uniu a vontade de compartilhar com a necessidade de muitos. Gente que se travestiu de solidariedade onde as mãos das políticas públicas não conseguem alcançar, que separou tempo e dedicação para ser elo em muitas frentes.

Clique aqui para baixar a imagem.

Gente que, à luz da ciência, combateu o negacionismo. Liderou um levante em defesa de um Sistema Único de Saúde (SUS) fortalecido - única possibilidade de se opor às mortes que a Covid-19 impôs. Assim se estruturou o Coletivo Rebento, com 130 médicos que reúnem informação e defesa científica e ética quando um mar de fake news se instalava sobre a pandemia. Um ajuntamento que não perde a importância, com a horda antivacina ganhando força.

Jessica Rodrigues, coordena o  instituto Esporte Mais: este ano além de bolas, distribuiu cestas básicas
Foto: Fábio Lima
Jessica Rodrigues, coordena o instituto Esporte Mais: este ano além de bolas, distribuiu cestas básicas

Como as mulheres, que nos bairros periféricos de Fortaleza, ampliaram a atuação do Instituto Esporte Mais. As atividades esportivas se adaptaram às novas possibilidades e passaram a ser virtuais, mas não só. Foi preciso mobilização para atacar outro ponto: a da segurança alimentar. Assim, agregaram apoios para distribuir cestas básicas para 1.336 famílias, além de bolas de futebol para que crianças e adolescentes continuassem a prática esportiva.

Clique aqui para baixar a imagem.

Sem possibilidade de trabalho, isoladas em casa, ou nas ruas, porque a miséria é antiga presença antes mesmo do novo coronavírus, era preciso combater uma outra pandemia: a da fome. Assim, a Auê do Amor chegou a distribuir 9 mil refeições semanais no auge do isolamento social. A parceria foi criando laços que se estendem até hoje e busca fortalecer projetos perenes de cidadania, como o Pensando Bem e o SOS Periferia.

A forma tradicional de escoar a produção nas feiras livres foi prejudicada e era preciso inovar para garantir o sustento de famílias que têm na agricultura a principal e por vezes única fonte de renda. Lideradas por mulheres e auxiliadas pelo Sebrae, encontraram um jeito de levar o que era produzido, Do Chão do Maciço à mesa de casas cada vez mais longe. Ganharam em não parar de produzir e nem perder o que já havia sido feito, mas ganharam também em fortalecimento de uma cultura sustentável e familiar, alinhada com o cuidado do meio ambiente.

 Valéria Pinheiro , Jamieson Simões, Natália Escóssia e Lídia Raiely Borboleta integram  o projeto Ser Ponte, que tem foco na transferência solidária de renda para mulheres chefes de família em áreas precarizadas de Fortaleza
Foto: Aurelio Alves
Valéria Pinheiro , Jamieson Simões, Natália Escóssia e Lídia Raiely Borboleta integram o projeto Ser Ponte, que tem foco na transferência solidária de renda para mulheres chefes de família em áreas precarizadas de Fortaleza

O coletivo que buscou Ser Ponte e intuiu que era preciso chegar junto, amparar e construir caminhos para a autonomia, prioritariamente, de famílias lideradas por mulheres com crianças ou idosos e que não recebessem ajuda governamental. Uma organização que começou com 75 famílias e hoje atende 210.

 Milena Cerqueira, assistente social, do projeto Justiceiras que presta assistência às mulheres vítimas da violência doméstica durante a pandemia
Foto: Aurelio Alves
Milena Cerqueira, assistente social, do projeto Justiceiras que presta assistência às mulheres vítimas da violência doméstica durante a pandemia

Com o lar transformado, em muitos casos, em cárceres para mulheres vítimas de violência doméstica, outras mulheres se uniram em busca de soluções que não carecessem de deslocamentos e conseguissem levar proteção. Assim surgiu em março o projeto Justiceiras - que atende denúncias por meio de Whatsapp e busca saídas às violências cotidianas que se tornaram ainda mais frequentes na pandemia.

Esses foram alguns exemplos de gente capaz de sentir a dor do outro e ser doação sem estar preso a amarras de calendário, e sim guiadas pelo desejo de fazer o bem - essa força propulsora de que é feito o Natal, que começou antes e que vai se estender e seguir alumiando doravante. Essas histórias e as muitas mãos que se juntaram para escrevê-las e mudar destinos ao longo do ano estão reunidas no vídeo deste especial de Natal. 

O que você achou desse conteúdo?