Impulsionado pela busca por esportes ao ar livre durante a pandemia de Covid-19, o beach tennis virou o esporte do momento entre os cearenses. Conhecido pelas praias de águas quentes e as diversas opções para práticas esportivas, o litoral do Ceará tornou-se local propício para receber a modalidade.
De acordo com a Associação Cearense de Beach Tennis (ACBT), são aproximadamente dez mil praticantes — entre profissionais e amadores — no Estado. Somente no litoral de Capital e Região Metropolitana de Fortaleza, há cerca de 250 quadras exclusivas para a pratica da modalidade. Com a alta demanda, é necessário entrar em contato com os locais com dois ou três dias de antecedência para conseguir reservar uma quadra para o período da noite. Os preços variam entre R$ 50 e R$ 80 por uma hora de atividade.
Praticante da modalidade desde 2015, Mateus Santiago, de 24 anos, é professor de beach tennis desde 2019. De acordo com o tutor, a procura pela atividade não parou de crescer mesmo após o período mais crítico da pandemia.
"Desde que comecei a praticar beach tennis não parei mais. É uma paixão e o meio de vida para mim. Aqui no Estado, o esporte tem evoluído bastante, ganhando apoiadores, aumentando premiações e com estrutura muito organizadas. A procura segue alta. As pessoas estão conciliando o trabalho com o esporte, principalmente por ser uma atividade de lazer", ressalta Mateus.
Apesar de a moda ser recente, o beach tennis é praticado no Estado há pelo menos dez anos. O esporte reúne características de vôlei de praia — modalidade olímpica mais difundida do Ceará —, além de tênis e badminton. Podendo ser disputado em duplas ou individualmente em uma quadra de areia separada por uma rede, o objetivo da modalidade é fazer com que a bola caia na quadra do adversário com apenas um toque da raquete. O ponto também pode ser conquistado em caso de erros do oponente, que pode acertar a bola na rede, errar o saque ou colocar a bola para fora.
A empresária Carla Roma é praticante de beach tennis há cerca de um ano e relata que criou interesse pelo esporte durante a pandemia. Desde então, toda a família passou a praticar a modalidade regularmente.
"O interesse surgiu durante a pandemia, por ser uma atividade que a gente pode fazer na praia. Tudo começou pelo meu irmão. Ele sempre nos estimulou a praticar o esporte e acabou cativando a família inteira. Para você ter uma ideia, o meu pai tem 72 anos e também pratica. Os irmãos, cunhadas, esposas e filhos jogam. Virou o esporte da família e tirou todo mundo do sedentarismo", comenta a empresária.
Mesmo com a melhora do condicionamento físico, fortalecimento muscular e alto gasto calórico — em média, uma hora de atividade proporciona o gasto de 600 calorias — como grandes atrativos, Carla considera que a facilidade para praticar o esporte é o principal fator para o sucesso da modalidade nos últimos anos.
"O mais interessante do beach tennis é ser um esporte totalmente democrático. Você consegue jogar com pessoas mais velhas ou mais novas, com quem está um pouco fora de forma, enfim, um esportes para todos. Acaba sendo um negócio muito prazeroso, envolve a todos e, mesmo sendo uma brincadeira, é algo muito saudável. Reúne meu esposo e meus filhos e nos divertimos com algo relacionado ao esporte, o que é ótimo", relata.
Considerado um esporte "fácil" de aprender, por não exigir técnica apurada, o beach tennis requer pouco tempo de quadra para que o praticante consiga se divertir. Para prática de qualquer esporte ou atividade física, no entanto, é necessário que o interessado busque avaliação ou orientação de profissionais da área, como fisioterapeuta, profissional de educação física, nutricionista ou médico, uma vez que ainda não há estudos mais aprofundados sobre riscos de lesões dessa modalidade.
"O fato do beach tennis ser praticado na areia da praia reduz a força de reação do solo, mas, mesmo assim, exige deslocamentos rápidos e movimentos coordenados, que podem ser complexos para os iniciantes. Em casos de ausência de um suporte adequado, os praticantes podem ficar vulneráveis a entorses ou lesões musculares. Há vários espaços especializados que oferecem treinos específicos para os mais diversos níveis de praticantes. A grande dica é se movimentar com cuidado e com a orientação profissional. Desta forma, todos podem aproveitar plenamente os inúmeros benefícios da prática regular da atividade", alerta Paulo Henrique Palácio, fisioterapeuta e membro do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Ceará.
Para aqueles que pretendem praticar a modalidade de forma mais avançada, a escolha do equipamento passa a ser uma preocupação. O material das raquetes, por exemplo, pode ser de carbono, kevlar, fibra de vidro ou grafite, todos com propósitos diferentes. De acordo com Santiago, o recomendado é se habituar com a modalidade antes de fazer qualquer investimento em material.
"Existem várias diferenças entre as raquetes, como peso, espessura e o material. Algumas oferecem durabilidade, outras diminuem a resistência do vento ou amortece a bola na hora do saque. O que eu sempre recomendo para os meus alunos é que se apaixonem pelo esporte e só depois fazer alguma aquisição. Não adianta fazer um investimento sem saber se vai continuar praticando. Após essa definição, o mais indicado é uma raquete intermediária ou avançada, como as de carbono, para não ser necessário trocar o material com pouco tempo de uso", orienta.
O beach tennis reúne características do vôlei de praia e do tênis de quadra, podendo ser disputado em duplas ou individualmente. O objetivo da modalidade é fazer com que a bola caia na quadra do adversário com apenas um toque da raquete.