Logo O POVO+
CSP: A história da siderúrgica que mudou a balança comercial cearense
Reportagem Especial

CSP: A história da siderúrgica que mudou a balança comercial cearense

Após o início da operação da Companhia Siderúrgica do Pecém, em 2016, o Ceará deu um salto em relação à exportação aumentando anualmente o volume, com exceção dos anos iniciais da pandemia

CSP: A história da siderúrgica que mudou a balança comercial cearense

Após o início da operação da Companhia Siderúrgica do Pecém, em 2016, o Ceará deu um salto em relação à exportação aumentando anualmente o volume, com exceção dos anos iniciais da pandemia
Tipo Notícia Por

 

 

Após décadas de planejamento para efetivação do funcionamento de uma siderúrgica no Ceará, foi apenas em 2016 que, de fato, começou a operação da Companhia Siderúrgica do Pecém, a CSP, que proporcionou uma elevação gigante na exportação do Estado.

 

 

Linha do tempo sobre a história da Companhia no Ceará

Somente no primeiro ano de funcionamento registrou um aumento de 23,7% na exportação do Estado ante igual período de 2015, superando o resultado do País, que apontou queda de 3,1% na ocasião.

Em 2016, o Ceará já alcançou um volume de vendas para o Exterior de U$ 1.2941.02.035 itens, sendo a CSP responsável por U$ 183.931.711 deste montante.

Já até julho de 2022, o Estado exportou US$ 1.574.102.322, sendo US$ 849.569.125 apenas da siderúrgica, de acordo com dados da ComexStat. Veja o gráfico:

Balança comercial do Ceará com a CSP 

Acontece que foi também em julho deste ano que a ArcelorMittal comunicou ao mercado a assinatura do contrato de compra da CSP por US$ 2,2 bilhões e passou a ser a única proprietária da indústria, localizada no Complexo Industrial e Portuário do Porto do Pecém (Cipp).

O fechamento da transação está sujeito a aprovações corporativas e regulatórias, inclusive aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que é esperada até o final de 2022. 

Mas, diante deste movimento de mercado, para o professor PhD da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rubens Ifraim, há sem dúvida um enorme salto da ArcelorMittal para outro patamar de competitividade interna e global.

Hoje a empresa é líder mundial em siderurgia e mineração, com presença em 60 países e instalações siderúrgicas primárias em 16 países.

 

 

Principais produtos


Para se ter ideia do tamanho da compradora, em 2021, a multinacional teve receita de US$ 76,6 bilhões e uma produção de aço bruto de 69,1 milhões de toneladas, enquanto a de minério de ferro chegou a 50,9 milhões de toneladas.

“Dentre suas principais diretrizes estratégicas, além da verticalização, a companhia possui a meta de diminuir em 25% a intensidade de CO2 em seus produtos até 2030 e atingir a neutralidade de carbono em 2050”, informa.

A oportunidade de negócios é grande, já que a demanda brasileira por aços laminados a frio e galvanizados deve passar de 1,5 milhão de toneladas nos próximos anos.

“Isso potencializada por aumentos de consumo por setores como automotivo e industrial, onde a capacidade atual das montadoras do País é de cerca de 5 milhões de veículos, enquanto as vendas projetadas para este ano são de cerca de 2,3 milhões de unidades”.

 

 

Impactos da Companhia Siderúrgica do Pecém 

 .

Noutra frente, Ifraim pontua que o grande foco atual do Ceará, o hidrogênio verde, pode ser usado pela ArcelorMittal para substituir parte do carvão queimado (coque) usado como combustível nos altos-fornos de produção de aço, fundamental para os interesses da empresa.

Além disso, a CSP já está instalada em uma região com enorme potencial para a geração de energia solar e eólica, o que fomenta um hub de eletricidade limpa e de hidrogênio verde de interesse para a descarbonização da compradora.

Dentre as vantagens que a ArcelorMittal adquire da Companhia Siderúrgica do Pecém, está o alto-forno com capacidade de três milhões de toneladas e o acesso direto ao Porto do Pecém.

É a quarta maior siderúrgica do mundo na produção de placas de aço de alto nível a preços competitivos, e exporta para Estados Unidos, México, Canadá, Coréia do Sul, Itália, dentre outros, além de empregar 22 mil pessoas direta e indiretamente. Confira o mapa:

Para onde vai a produção da siderúrgica no Ceará 

 .

A questão das energias renováveis do território também é vista como de grande relevância para Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.

“A importância do ativo do ponto de vista verde, por conta da força da energia solar e eólica da região, vai ajudar a deixar a produção da ArcelorMittal mais limpa e sustentável."

Também enfatiza a verticalização da produção que vai acessar com mais relevância a indústria automotiva local, que tem potencial para dobrar a produção nos próximos anos a medida que a demanda for se normalizando na retomada da economia. (Colaborou Karyne Lane/Especial para O POVO)

 

 

Mais notícias de Economia

Veja mais notícias sobre a Companhia Siderúrgica do Pecém 

O que você achou desse conteúdo?