O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu início à sua gestão à frente do Governo Federal pela terceira vez no domingo, 1º de janeiro de 2023. Junto com ele, outros 37 personagens também ganharam destaque ao assumir o comando dos ministérios brasileiros. O perfil desses novos ministros é diverso, com recorde de mulheres e pluralidade de cores, mas ainda dominado por homens brancos, do sudeste e com carreira política.
Ao vencer uma disputa eleitoral em 2022 em que o voto feminino foi bastante discutido e disputado, Lula lançou 11 mulheres para cargos ministeriais. O número é inédito na Esplanada. Até então, o recorde pertencia a sua correligionária Dilma Rousseff, que chegou a ter dez mulheres ministras ao longo de seus seis anos de governo.
Representando 30% dos ministérios, o protagonismo feminino é sentido ainda em outras instâncias do governo Lula. A exemplo disso, duas mulheres foram escolhidas para presidir os principais bancos públicos brasileiros: Banco do Brasil (com Tarciana Medeiros) e Caixa Econômica Federal (com Maria Rita Serrano). Além delas, a ex-governadora do Ceará, Izolda Cela, assumiu o secretariado executivo do Ministério da Educação.
Sobre os perfis das ministras, a questão da raça também chama atenção, uma vez que 3 mulheres negras assumiram o posto de mando em algum ministério, são elas: Margareth Menezes (Cultura); Anielle Franco (Igualdade Racial); e Marina Silva (Meio Ambiente). Por sua vez, Sônia Guajajara (Povos Indígenas) é indígena e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) é parda, enquanto as outras 6 ministras são brancas.
Apurado 100% das urnas eletrônicas em 30 de outubro, nas Eleições de 2022, Lula venceu Bolsonaro em 15 dos 27 estados brasileiros. Ele venceu em todos os nove estados do Nordeste, em quatro do Norte e em apenas dois do Sudeste. Ainda assim, a grande maioria dos ministérios (45,95%) ficou com representantes do Sudeste, o que representa 17 nomes. Para o Nordeste, foram destinadas 13 pastas (35,14%).
Maior colégio eleitoral do Brasil, São Paulo foi quem ficou com maior fatia dos ministérios. Ao todo, são 11 ministros paulistas, o que representa 29,73% de todas as pastas. Na sequência, o Rio de Janeiro aparece com cinco (13,51%) e Pernambuco com quatro (10,81%). Bahia e Maranhão empatam com três representantes, cada um. Outras dez unidades da federação estão contempladas com um ministério, incluindo o Ceará.
Os novos ministros do Governo Federal foram escolhidos por diversas razões, tanto por questões políticas como técnicas. Diante disso, nem todos os nomes são necessariamente já de dentro da política em si, tanto é que essa parcela é representada por dez personagens que não são filiados a nenhum partido. Esse valor corresponde a 27,03% dos ministérios, que foram distribuídos por oito partidos.
O partido de Lula, PT, ficou com 10 pastas 29,73%). PSB, PSD e MDB, por sua vez, ficaram com três ministérios, cada um.
Apesar de muitos serem de fora da política institucional, 26 deles já detinham carreira política. Inclusive, tendo sete deputados federais, seis ex-governadores e seis senadores.
Conforme citado no início deste texto, o governo Lula bateu recorde de mulheres à frente de seus ministérios. Apesar disso, os homens ainda são os maiores protagonistas, com o comando de 26 pastas.
O padrão da cor da pele também se mantém: o de pessoas brancas à frente dos cargos de mando. Ao todo, 24 ministérios (64,86%) são comandados por brancos. Os pardos são 18,92% (7 ministros), os pretos 10,81% (4) e os indígenas 5,41% (2).
A idade dos ministros também chama atenção, variando entre os 38 e 78 anos. Os mais novos são Anielle Franco (PT), na Igualdade Racial, e Juscelino Filho (União Brasil), nas Comunicações; enquanto o mais velho é Jader Filho (MDB), que assumiu o ministério das Cidades.