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Linha do tempo: a conturbada trajetória partidária de Cid Gomes
Reportagem Especial

Linha do tempo: a conturbada trajetória partidária de Cid Gomes

A chegada de Cid ao PSB é na verdade um retorno. O POVO+ explica o contexto e os significados de cada mudança de partido

Linha do tempo: a conturbada trajetória partidária de Cid Gomes

A chegada de Cid ao PSB é na verdade um retorno. O POVO+ explica o contexto e os significados de cada mudança de partido
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O senador Cid Gomes se filiou nesta semana ao sétimo partido, o PSB. Ele tem a mais atribulada trajetória partidária entre os políticos cearenses em papel de protagonismo hoje. Essa é também a mudança mais conflituosa, a ponto de rachar o grupo político e até a família, pois Ciro Gomes ficou no PDT e do lado oposto da briga. O POVO+ traça a linha do tempo dessa trajetória e explica o contexto e os significados de cada mudança.

 

 

Os oito anos e quatro meses em que Cid foi filiado ao PDT foram o mais longo período em que ele permaneceu em um partido. A ida para o PSB é, na verdade, um retorno, pois ele já esteve lá entre 2005 e 2013 — inclusive foi onde se elegeu duas vezes governador.

As trocas envolveram circunstâncias diversas. A família chegou ao então PMDB no fim da ditadura, quando a sigla era a principal referência de oposição. Ciro Gomes vinha do PSD, justamente a legenda oficial do regime. Como peemedebistas, foram alçados à condição de destaque na política cearense, guindados por Tasso Jereissati, a quem acompanharam rumo ao PSDB. No partido Ciro se tornou governador e ministro da Fazenda do governo Itamar Franco. Cid foi eleito deputado e prefeito de Sobral.

Cid e Camilo cederam suas cadeiras para outras autoridades e ficam sentados no chão durante parte do evento de filiação ao PSB(Foto: Fabio Lima / O POVO)
Foto: Fabio Lima / O POVO Cid e Camilo cederam suas cadeiras para outras autoridades e ficam sentados no chão durante parte do evento de filiação ao PSB

Com Ciro em busca de espaço nacional e na oposição ao governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, no plano federal, o grupo deixou de integrar o mesmo partido de Tasso, embora não tenha havido rompimento naquele momento, e buscou um abrigo próprio, o PPS. Pela sigla, Ciro concorreu duas vezes a presidente e se tornou ministro da Integração Nacional, do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Quando o PPS rompeu com Lula e cobrou de Ciro que deixasse o ministério, o clã migrou mais uma vez, e desembarcou no PSB. Pelo partido, Cid foi eleito e reeleito governador e Ciro foi eleito deputado federal, mas não teve legenda para concorrer a presidente, em 2010, pois o PSB apoiou a eleição de Dilma Rousseff (PT). O grupo, após disputa interna, conquistou o controle do partido em Fortaleza e conseguiu eleger Roberto Cláudio prefeito.

Irmãos Ivo Gomes e Cid Gomes(Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Irmãos Ivo Gomes e Cid Gomes

O PSB decidiu ter candidato próprio a presidente — Eduardo Campos — e os Ferreira Gomes pretendiam apoiar em 2014 a reeleição de Dilma. Então, filiaram-se ao Pros, na mais breve e eleitoralmente menos expressiva passagem por uma legenda, de apenas dois anos. O destino seguinte foi o PDT, pelo qual Roberto Cláudio se reelegeu prefeito, Cid foi eleito senador, José Sarto foi eleito prefeito da Capital e Ciro Gomes concorreu duas vezes a presidente.

Foi também o partido pelo qual Izolda Cela foi indicada vice-governadora na chapa de Camilo Santana (PT) e, quando ele se desincompatibilizou para concorrer a senador, ela se tornou governadora. Ela pretendia concorrer à reeleição, com apoio de Camilo e Cid. Mas Roberto Cláudio também se lançou e teve apoio de Ciro. Com argumento de não brigar com o irmão, Cid se distanciou. Roberto Cláudio foi candidato, ficou na terceira colocação e ocorreu o racha que levou agora à saída de Cid e dos aliados. Se a intenção de Cid ao se afastar era evitar brigar com o irmão, não poderia ter dado mais errado.

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