Há cinco anos, o mundo parava. De Leste a Oeste, governos decretavam rígidos isolamentos sociais, popularmente conhecidos como lockdowns. Nem mesmo a chamada "mão invisível" do mercado foi capaz de conter os efeitos devastadores do avanço do coronavírus. Enquanto comércios, aeroportos, rodoviárias e até mesmo ruas sucumbiam ao cenário desértico, os hospitais enfrentavam uma crescente demanda, lutando para atender o número cada vez maior de pacientes.
Entre 27 de março de 2020 e 8 de fevereiro de 2025, o Brasil registrou 715.026 óbitos por Covid-19. Somente no Ceará, no mesmo período, 28.215 pessoas perderam a vida em decorrência da doença, conforme dados do Ministério da Saúde.
Poucos dias após os primeiros decretos de lockdown, o médico, pesquisador e professor Marcelo Alcântara Holanda acompanhava os debates globais sobre a insuficiência de ventiladores mecânicos e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratar os infectados pela Covid-19. Em meio a dilemas, pesquisas e notícias alarmantes, nasceu uma ideia revolucionária: o capacete Elmo.
Mais ágil que o tempo habitual de uma pesquisa, mas com qualidade técnico-científica indiscutível, os primeiros protótipos logo surgiram. Desde então, mais de 11 mil unidades, que atenderam aproximadamente 40 mil pessoas, do Capacete Elmo foram vendidas ou doadas, evitando a intubação de 66% dos usuários, segundo o estudo Elmo Registry, conduzido pela Gerência de Pesquisa em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
O impacto do dispositivo no combate à Covid-19 garantiu dezenas de premiações ao projeto, incluindo a Medalha da Abolição em 2022, a mais alta honraria do Ceará — a primeira concedida a um projeto. Na ocasião, o então governador Camilo Santana (PT) destacou o projeto como exemplo da capacidade inventiva, participativa e humana que o cearense forjou ao longo de uma trajetória de superação de desafios.
Idealizado em abril de 2020, o equipamento foi desenvolvido, testado, patenteado e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em menos de um ano, impulsionado pela urgência da pandemia. Cinco anos depois, o capacete ainda é utilizado em tratamentos de insuficiência respiratória. O futuro já aponta para novas versões, como o Elminho e o Elmo 2.0, e protocolos, segundo o professor Marcelo Alcântara. Com o fim da emergência, os investimentos na ciência voltaram a se tornar um obstáculo a ser superado.
As novas versões e protocolo
Retornando de um evento científico nos EUA, o pneumologista Marcelo Alcântara Holanda percebeu a gravidade da pandemia ao ler sobre o fechamento de uma cidade na China. A constatação se tornou alerta em uma reunião de emergência na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).
“O pessoal achava que não ia chegar tão forte. E eu disse: ‘Olha, eu nunca vi construir um hospital de urgência, fechar uma cidade, nunca, nos últimos anos. Então, esse negócio vai vir", lembra o médico. "Nos Estados Unidos, já tinha gente lá doente. Já tinha pacientes lá, naquela época, em janeiro. Até onde eu me lembro, eles fizeram o controle já nos primeiros casos, mas não tem jeito, é muito contagioso”.
O pesquisador lembra que as primeiras medidas restritivas em Fortaleza foram anunciadas, o debate mundial era a falta de respiradores (ventilador mecânico) e de leitos de UTI: "A taxa de intubação era de cerca de 4%, mas o volume de casos era tão grande que a demanda superava a capacidade do sistema de saúde".
Linha do tempo da Covid no Brasil e no Mundo
Ainda em março de 2020, Marcelo Alcântara foi apresentado a um estudo feito pelo Xavier Neto, cientista chefe da Secretaria de Saúde, à época, que relacionava a quantidade de leitos e ventiladores disponíveis com a evolução da pandemia. A previsão indicava que, no final de abril ou início de maio, o sistema de saúde já enfrentaria o colapso devido à crescente demanda.
Foi nessa mesma época que o pesquisador começou a ser bombardeado por uma avalanche de vídeos nas redes sociais prometendo soluções tecnológicas milagrosas sobre o desenvolvimento de respiradores. Foi quando a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) ligou para a agência de Marcelo, convocando uma reunião da equipe com diversos gestores.
“Essa reunião foi marcante, porque foi nessa reunião, em abril, primeira semana de abril; lembro que estava chovendo à tarde; lockdown e, dois dias antes, eu pensei: eu não vou propor respirador nenhum’ (...) Eu sabia tranquilamente, depois de conversar, inclusive, com um colega que é engenheiro que fabricou ventiladores no Brasil, e colocou claramente: ‘olha, ninguém consegue fabricar um ventilador mecânico confiável em meses. Ninguém consegue’”, relembra.
Marcelo Alcântara conta que foi para a reunião já ciente das dificuldades de importar insumos para a produção de materiais tecnológicos de alta complexidade, como respiradores, durante a pandemia. “Então eu abandonei a ideia do respirador, que estava seguindo. Isso, mais ou menos, alguns dias antes dessa reunião. E fui atrás, já sabia, a ideia de capacete já existe na literatura”, explica.
Ao chegar à sala de reuniões, ele percebeu que a equipe estava confiante na ideia de desenvolver um respirador de baixo custo, inspirado em um modelo belga. Nesse momento, foi necessário ser firme: “Não acho que seja viável”. Embora a resposta tenha sido recebida com ceticismo, o médico reforçou que, devido à gravidade das lesões causadas pela intubação, o respirador deveria ser de alta qualidade, já que precisaria operar 24h por dia.
A recusa em fabricar um respirador em meio à pandemia, com foco nos sintomas respiratórios, causou surpresa. Foi então que Marcelo teve que apresentar uma ideia inovadora: um dispositivo que prevenisse a intubação. Nesse momento, a ideia do Capacete Elmo ganhou força. O dispositivo, inspirado em um modelo de capacete italiano, ganhou seu primeiro protótipo apenas duas semanas após a reunião.
No primeiro teste, o pesquisador relembra que a equipe ficou animada ao ver o capacete inflar após o manequim ser ligado. “Aí botou no manequim, ligamos lá e o bicho insuflou, né? Ficou bonitinho. Todo mundo ficou feliz, né? Aí eu: ‘vamos ver se o cara tossiu se o capacete aguenta, né?’, porque o meu medo era o contágio.” Foi quando Marcelo deu uma leve batida na cúpula do capacete, para simular um aumento de pressão: “Pá. Rasgou”, confessa.
Sem desânimo, a equipe continuou trabalhando e, duas semanas depois, já tinha um novo protótipo. “Dessa vez, a costura era melhor,” explica o pesquisador. “Mas assim, a base era ruim. Enfim, o tamanho não era o ideal".
Entre um ajuste aqui e outro acolá, nove protótipos foram criados, em tempo recorde, até que um deles fosse considerado adequado, no dia 20 de junho de 2020, quando o Ceará contabilizava 6.770 vítimas fatais, o último protótipo ficou pronto. Para os primeiros testes, os próprios especialistas se voluntariaram, reunindo-se em um laboratório improvisado no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), da sede Parangaba, para dar início aos primeiros ensaios.
Como explica Marcelo, era fundamental que a equipe confiasse no dispositivo antes de testá-lo em pacientes.
E deu certo. Após garantir a confiabilidade do equipamento e seguir os trâmites burocráticos, em julho, os primeiros pacientes começaram a usá-lo. Desde então, mais de 40 mil pessoas utilizaram o Capacete Elmo, com uma taxa de sucesso superior a 60%.
(Foto: FERNANDA BARROS)Capacete Elmo teve sucesso em ajudar na recuperação de casos graves de Covid-19 no Ceará
(Foto: FERNANDA BARROS)Marcelo Alcântara relata que a ideia nasceu da constatação das dificuldades de importar insumos para a produção de materiais tecnológicos de alta complexidade durante a pandemia
(Foto: FERNANDA BARROS)Para os pacientes que utilizaram o equipamento, o projeto simboliza a engenhosidade cearense
(Foto: FERNANDA BARROS)A recusa em fabricar um respirador em meio à pandemia, com foco nos sintomas respiratórios, causou surpresa
Apesar disso, o pesquisador conta que precisou enfrentar outros desafios, como a dificuldade do Governo Federal em expandir o acesso e distribuição do equipamento. Marcelo Alcântara lembra que o Capacete Elmo foi apresentado ao ministro da Saúde da época, Marcelo Queiroga, mas não foi adotado pelo Ministério da Saúde.
Contrariando as expectativas iniciais, o projeto deixou seu legado na ciência, saúde e inovação cearense. Ao fim da pandemia, o equipamento passou a ser utilizado no tratamento de outras doenças, sendo utilizado em estudos clínicos para tratar condições como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), enfisema, bronquite e pacientes pós-operatórios de cirurgia cardíaca. Esses projetos estão sendo conduzidos em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC).
Sobre o legado deixado pelo projeto, Marcelo Alcântara destaca o engajamento massivo da sociedade em um projeto de inovação em saúde. A divulgação do equipamento chegou até a ser abordada em peças de humor, como um exemplo cultural.
O pesquisador compartilha com orgulho que, em 2022, ao caminhar pela Beira Mar, ouviu dois jovens conversando sobre o capacete, reforçando como a história do projeto se tornou parte da cultura local. “A sociedade se apegou ao projeto como uma esperança durante a crise da pandemia, demonstrando a força da inovação em momentos de adversidade. “Eu acho que era uma esperança mesmo”, celebra.
Confinado no front pandêmico, o médico Weiber Xavier relembra que, enquanto as recomendações governamentais exigiam o isolamento social da população, as equipes médicas atuavam de forma intensiva e coordenada na linha de frente ao atendimento às vítimas da doença. A exposição constante e limítrofe ao vírus fez do médico um paciente.
Nos dois primeiros anos da pandemia no Brasil, ao menos 4.500 profissionais da saúde morreram de Covid no País, conforme dados do Internacional de Serviços Públicos (ISP). O estudo foi produzido pelo estúdio de inteligência de dados Lagom Data, cruzando informações oficiais produzidas pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho.
“Foi naqueles meses de outubro e novembro”, evoca o médico. Por causa da aproximação rotineira com pacientes adoecidos pelo coronavírus, Weiber Xavier imaginou que, em caso de adoecimento, seus sintomas seriam mínimos. “Só que eu adoeci gravemente”, salienta.
Com o agravamento do seu caso, não demorou para que o profissional da saúde apresentasse sinais de insuficiência respiratória. Nesse momento, a expertise tornou-se sua maior fraqueza; afinal, sua rotina tratando pacientes da Covid o fez confrontar a finitude da vida e despertou um dos sentimentos mais primitivos da humanidade: o medo.
“Os pacientes que eu via acordando três meses depois, né? Amputados e muito debilitados, traqueostomizados e tudo mais. Então, assim, passava aquele redemoinho, de quando você é confrontado com a sua finitude”, relembra.
Foi então que em uma noite de domingo, um daqueles dias em que a esperança parece cada vez mais próxima de se esvair, que Weiber Xavier recebeu a visita do amigo, Dr. Marcelo Alcântara. O quadro clínico, conhecido pelos dois médicos, estava longe de indicar um cenário esperançoso. “Eu estava realmente em franca insuficiência respiratória, já a ponto de ser intubado”, reitera Weiber.
Eis que o Capacete Elmo e a equipe de fisioterapeutas que acompanhavam Marcelo Alcântara surgiram como uma condicionante quase obrigatória, uma agulha no centro do palheiro. Aquela, aliás, seria a primeira vez que o próprio Dr. Marcelo colocaria o equipamento em um paciente.
Amedrontado com a possibilidade de perder a autonomia, Weiber Xavier precisou lidar com outra inquietação que acompanhava a possível solução de seus problemas: a claustrofobia. Inesperadamente, diferente do receio inicial, o dispositivo proporcionou um alívio imenso, nas palavras do doutor. “É desconfortável, de certa forma, né? Mas eu acho que você tem que estabelecer como tudo na vida prioridades. E a falta de ar é uma prioridade, obviamente, magna. Não tem o que discutir”, realça.
A companhia da equipe médica também trouxe um conforto emocional. Nos dias em que inevitavelmente precisou encarar a rotina de isolamento já conhecida pelos próprios pacientes, a solidão foi implacável. A necessidade de alguém próximo para lidar com os cuidados exigidos na instalação do Capacete Elmo, em caso de fuga de oxigênio ou desconexão, ajudou a afastar o sentimento de claustrofobia.
"É uma coisa que me emociona muito ainda hoje, porque foi um período muito difícil da minha vida, entendeu? Você estar do outro lado, você ser confrontado com a possibilidade de morrer
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“Ele tem uma pressão positiva e aquilo ali dava um um conforto. Eu não senti sensação de claustrofobia, porque a falta de ar era tão grande que você troca uma coisa pela outra e se sente aliviado, entendeu? Então realmente foi um marco um marco nessa questão da desse esse dispositivo (...) O Elmo foi absolutamente fantástico. Além de que com o Elmo, sempre ficava alguém próximo, né? Eles no começo ficaram dentro do quarto comigo dando esse apoio. Eu acho que por isso também eu não me senti tão claustrofóbico”, agradece.
Cinco anos após encarar a solidão, a frustração e o confronto com a própria passagem, Weiber Xavier reconhece o privilégio de ter sido beneficiado pelo uso do Capacete Elmo. “Quando você tá na quase morte, né? Você tem esperança de que realmente você possa sobreviver. E eu realmente tive uma sensação de alívio”, agradece.
“É uma coisa que me emociona muito ainda hoje, porque foi um período muito difícil da minha vida, entendeu? Você estar do outro lado, você ser confrontado com a possibilidade de morrer. Outra coisa, é uma doença que ela te deixa isolado de tudo de todos, né? Ninguém quer estar presente, aliás quer, mas não pode estar presente. Isso é muito doloroso psicologicamente, né? E quando você recebe uma pessoa como Marcelo, né, que usa a sua inteligência para um benefício; não para ficar criticando, não para ficar sugerindo teoricamente: ele foi lá e criou, desenvolveu e espalhou. Então, realmente eu me sinto privilegiado”, acrescenta.
Para Weiber Xavier, o projeto simboliza a engenhosidade cearense. “Eu acho que se tornou uma ferramenta realmente da nossa engenhosidade cearense, né? Não podemos desenvolver um ventilador que custaria muito mais e mais sofisticado, mas desenvolveu-se um aparelho que pode ser adaptado com menos tecnologia, se é que a gente pode dizer assim, mas que foi absolutamente genial, né?”, conta.
Hoje, o profissional conta que o equipamento é utilizado em pacientes internados com outros quadros de insuficiência respiratória, para além do Covid. “As doenças têm isso, a capacidade de ver o que há melhor e o que há de pior no ser humano (...) É uma coisa que já tá espalhada em toda a cidade. Então, ele já está no protocolo. Eu acho que ele já ficou parte da rotina. Entendeu? É, ele já ficou um legado”, reconhece.
A professora de inglês e quituteira Alexsandra Pereira, 51, celebrava a aprovação do filho em Medicina quando recebeu a notícia de sua internação. O orgulho pela conquista admirável do primogênito se misturou à angústia.
Alexsandra Pereira relembra que estava se preparando para as produções da Semana Santa, no mês de março de 2021, quando percebeu que começou a ficar doente. “As pessoas começaram a afrouxar, começaram a sair; a gente começou a sair (...) A gente começou a dar aula, porque os pais, tinham pessoas que queriam que as crianças saíssem de casa para ter aula, porque os filhos não aguentavam mais. Posso falar que para receber os alunos a gente, tipo, descuidou”, confessa.
No começo, a quituteira conta que sentia sintomas leves, como se estivesse com uma “gripezinha”. Era na noite de uma quinta para sexta-feira quando Alexsandra Pereira explica que começou a passar muito mal. Um amigo da família conversou com o diretor de um hospital particular, que foi decisivo quanto à urgência de sua internação: “manda ela vir agora”.
A ida a unidade de saúde não foi fácil. Com o oxímetro indicando uma saturação de 76%, a professora de inglês relembra que sequer conseguia ir até o banheiro, pois lhe faltavam forças. “Então, eu desci as escadas degrau por degrau, moro no segundo andar; e fui para a Unimed. Quando eu cheguei lá, a Unimed estava lotada”, detalha. Sem saber que ficaria internada, Alexsandra Pereira foi surpreendida ao receber a notícia que não havia leitos suficientes, sendo então conduzida ao hospital de campanha construído na unidade de saúde.
No sábado, a previsão que tanto temia foi informada: precisaria ser entubada. “Aí eu comecei a me desesperar: meu Deus, por favor, eu quero viver, eu não quero morrer agora. Eu quero ver os meus filhos se formarem”, relembra emocionada.
No domingo, a chegada de uma fisioterapeuta se manifestou como um envio divino. “Dona, eu tô sabendo que a senhora não quer usar o Elmo. O Elmo vai salvar a senhora”, anunciou o profissional. “Como é o nome do senhor?”, ela perguntou. A resposta fez com que a emoção se derramasse em lágrimas: “Ele era Alexandre e eu sou Alexsandra. Eu comecei a chorar”. Antes, receosa à ideia de utilizar o Capacete Elmo, agora ela tinha certeza que o dispositivo era sua única salvação.
A sensação de alívio proporcionada pelo equipamento evitou a intubação. “A gente nem sabia que era o Elmo, aí a moça falou: ‘é um capacete que você vai conseguir respirar melhor e foi criado por um cearense’. Eu fiquei encantada”. Apesar disso, ela conta que lembra que ter visto pessoas morrendo por não conseguirem usar o equipamento, receosas de uma possível sensação claustrofóbica.
Hoje, ela reconhece que o dispositivo salvou sua vida. “Eu fiquei muito feliz que eu até disse que ia tatuar o elmo quando eu saísse lá. Eu falei que ia tatuar o Elmo, mas não tinha nenhum tatuador que fosse tatuar o Elmo, porque não sabiam. Eu falei: ‘não, então eu vou ter que fazer um pulmão”.
A emoção foi tanta que a professora cogitou até para levar o capacete consigo durante sua alta hospitalar. “Não, dona Alexsandra, não pode. Ele será usado para salvar outras pessoas”, relembra feliz o anúncio do médico. Para ela, sua maior lembrança é de sair da condição de ser uma paciente prestes a ser entubada para alguém que recebeu a plaquinha da vitória, graças ao uso do Elmo. “Aquela plaquinha que você recebe na alta é muito significativa: eu venci a Covid!”, comemora.
A Covid-19 chegou ao Brasil e à maioria dos países em 2020 e tornou-se uma das maiores tragédias do mundo contemporâneo. Cinco anos depois, série especial de reportagens discute como a pandemia afetou a ciência, a saúde e quais as repercussões da doença a médio e longo prazo