Mesmo com os recentes fracassos brasileiros em disputas mundiais e com a hegemonia europeia, quatro equipes do País e suas respectivas torcidas só pensam em erguer o troféu daquela que, provavelmente, é a competição mais ambiciosa de clubes já realizada: o chamado Super Mundial.
A competição que começa no dia 14 de junho, com a partida entre Inter Miami (EUA) e Al Ahly (Egito), no estádio Miami Gardens, e termina no dia 13 de julho, em partida a ser disputada Nova Jersey, no MetLife Stadium. O torneio conta com 12 clubes europeus, dois argentinos, além dos quatro últimos campeões da Copa Libertadores, todos do Brasil: Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo.
Além dessas potências do futebol internacional, equipes mexicanas, asiáticas e africanas qualificadas para o torneio têm dado trabalho ao futebol brasileiro nas últimas edições do Mundial de Clubes e da recém-criada Copa Intercontinental (que tem futuro incerto), onde o Botafogo, por exemplo, foi goleado e eliminado pelo Pachuca, logo na partida de estreia.
Dois anos antes, o Flamengo caiu para o Al Hilal, da Arábia Saudita. Já o Palmeiras, em 2020, foi eliminado pelo Tigres também na partida inaugural e ainda perdeu a disputa pelo terceiro lugar para o Al Ahly, clube que vai reencontrar na fase de grupos do Super Mundial. O Flu, por sua vez, foi massacrado pelo Manchester City, na final do Mundial de 2023.
Nada disso, porém, tira a animação de botafoguenses, flamenguistas, palmeirenses e tricolores cariocas diante da possibilidade, mesmo que remota, de conquistar uma competição que pretende ser uma verdadeira Copa do Mundo de clubes, adotando, inclusive, o modelo que vigorou entre 1998 e 2022 na disputa de seleções.
São 32 equipes de todas as confederações, divididas em oito grupos de quatro times, com as duas melhores classificadas em cada chave avançando para as oitavas. O torneio segue em caráter eliminatório até a final, quando se conhecerá o melhor clube do planeta, sem qualquer ressalva.
O Super Mundial tem um grau de dificuldade tão elevado que vale nada menos que 2.048 pontos no Ranking dos Campeões do Século XXI, o dobro do que foi concedido às três equipes brasileiras que venceram o formato anterior: São Paulo, Internacional e Corinthians.
E tal pontuação elevaria um eventual campeão vindo do Brasil, no mínimo, ao G-5 do Ranking e, eventualmente, até a liderança absoluta do Ranking.
Esse seria o caso do Botafogo que depois das conquistas históricas de 2024, já havia saltado da 19ª para a 12ª posição e chegaria à 5ª em caso de título do Super Mundial, com 3.104 pontos, mesmo que não venha a conquistar nenhuma outra competição no 1º semestre.
A caminhada do Glorioso terá um grupo B na primeira fase com a presença do coanfitrião Seattle Sounders (os Estados Unidos têm ainda o Inter Miami) e de dois gigantes europeus: Paris Saint German (PSG) e Atlético de Madrid, tendo sido o único clube brasileiro a enfrentar duas equipes do Velho Continente.
O Fogão disputou e perdeu o título da Supercopa do Brasil, mas antes do Super Mundial ainda joga a Recopa Sul-Americana, além da taça do Campeonato Carioca, conquistas que poderiam lhe render mais 328 pontos e alçar o time à terceira posição do Ranking.
Se o Brasil é país com o maior número de representantes no Super Mundial, o Rio de Janeiro é a cidade com maior quantidade de equipes em disputa.
Além do Alvinegro de General Severiano, a dupla Fla-Flu vai em busca de fazer história e só podem se encontrar nas semifinais ou, mesmo na final, a depender de suas colocações na fase de grupos.
O Flamengo está no grupo D, tendo como maior adversário o Chelsea, da Inglaterra. A equipe londrina conquistou o Mundial de 2021, em seu antigo formato, ao superar o Palmeiras por 2 a 1, em jogo equilibrado. Completam a chave o experiente Esperánce, da Tunísia, e o emergente Léon, do México.
Caso seja campeão, o Rubro-Negro pularia da segunda posição para liderança absoluta do Ranking dos Campeões, com 5.372 pontos, bem à frente do Corinthians e abrindo ainda mais vantagem para o terceiro colocado Palmeiras.
Com a conquista da SuperCopa do Brasil no último dia 2 de fevereiro, caso vença o Cariocão, o Fla chegaria a nada menos que 5.524 pontos.
Já o Fluminense está no grupo F, com o Borussia Dortmund, da Alemanha. O clube germânico foi campeão da antiga Copa Intercontinental em 1997, quando superou o Cruzeiro por 2 a 0.
Completam a chave do Tricolor Carioca, o Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul, e o Mamelodi Sundowns, da África do Sul. Ambas as equipes tiveram como melhores resultados em competições de caráter internacional, a sexta colocação no formato anterior do Mundial de Clubes.
Se o Flu for campeão do Super Mundial vai pular direto da atual oitava posição no Ranking dos Campeões do Século XXI para a vice-liderança, chegando aos 3.540 pontos.
O único outro título em disputa pela equipe das Laranjeiras no 1º semestre é o estadual que lhe daria mais oito pontos, insuficientes para superar os 3.656 acumulados pelo líder Corinthians.
De todos os clubes brasileiros, o Palmeiras caiu no grupo mais acessível. A chave A tem como equipe europeia o Porto, cuja última grande conquista em nível internacional ocorreu em 2004, quando bateu o Once Caldas, da Colômbia, nos pênaltis, após empate por 0 a 0.
O time português também é velho conhecido do técnico palmeirense, Abel Ferreira, que já enfrentou o clube como jogador e como treinador em sua terra natal. Outra equipe conhecida pelo treinador do Alviverde Paulista, que está no grupo A, é o Al Ahly, do Egito, algoz improvável do ‘Porco’ no Mundial de Clubes de 2020.
Completa o grupo, o Inter Miami. O clube estadunidense foi o de classificação mais polêmica, tendo entrado na vaga do anfitrião, mas com critério contestado, já que se esperava um convite da Fifa e da Major League Soccer (MLS) à equipe melhor ranqueada dos Estados Unidos pela Concacaf nos últimos quatro anos.
Confira os grupos do Mundial de Clubes
Especial mostra os times campeões brasileiro do Século XXI num ranking criado pelo jornalista do O POVO, Adriano Queiroz