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IA nas estratégias políticas e judiciais nas Eleições 2024 no Ceará
Reportagem Seriada

IA nas estratégias políticas e judiciais nas Eleições 2024 no Ceará

Quais as expectativas e perspectiva de uso das inteligências artificiais nas eleições municipais de 2024 em Fortaleza? O POVO+ conversou com profissionais do universo político e com o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) para ter uma ideia de como as campanhas vão se comportar neste cenário onde as IAs devem estar no centro do debate

IA nas estratégias políticas e judiciais nas Eleições 2024 no Ceará

Quais as expectativas e perspectiva de uso das inteligências artificiais nas eleições municipais de 2024 em Fortaleza? O POVO+ conversou com profissionais do universo político e com o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) para ter uma ideia de como as campanhas vão se comportar neste cenário onde as IAs devem estar no centro do debate
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A inteligência artificial representa potenciais riscos às Eleições Municipais de 2024, como a produção massiva de desinformação. Ao mesmo tempo, elas estão se tornando cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, oferecendo oportunidades que vão da produção de conteúdo até análises de cenários. Mas será que esta realidade está próxima das candidaturas cearenses? E como a Justiça Eleitoral está se preparando para lidar com o desafio de manter um pleito justo e combatente às fake news?

No primeiro episódio desta série, O POVO+ destacou as diversas maneiras pelas quais as inteligências artificiais podem servir como aliadas das campanhas políticas, auxiliando candidatos com recursos limitados e otimizando o tempo em meio a correria pela busca de votos. Na ocasião também foram levantadas muitas preocupações sobre os possíveis abusos na produção de desinformação, bem como as oportunidades para combatê-las por meio do uso ético das próprias IAs.

Agora, ao abordar o contexto local, a reportagem visa a explorar como profissionais experientes entendem as possibilidades oferecidas por essas tecnologias durante o agitado período eleitoral, buscando compreender a percepção das campanhas que disputam a Prefeitura de Fortaleza em relação às IAs e, também, como o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) está se posicionando diante desse cenário.

Antes de adentrar na discussão das IAs nas eleições em si, porém, é importante compreender que um político normalmente conta com uma equipe que trabalha ao seu lado durante a corrida eleitoral. Para garantir uma campanha bem-sucedida, inclusive, o candidato emprega uma variedade de estratégias para alcançar o cargo pretendido. Um dos aspectos cruciais que influenciam o sucesso (ou o fracasso) nas urnas é o papel da comunicação.

Formado por equipes muitas vezes robustas, esse braço das campanhas geralmente é liderado por um profissional especializado em diversas áreas da comunicação, como estratégias de marketing, assessoria de imprensa e publicidade, mas com ênfase particular no marketing político. São esses os responsáveis por gerenciar a imagem, o discurso e até mesmo os gestos de seus clientes. Ou melhor: seus candidatos.

Nesse contexto, o marketing político surge com uma atuação crucial durante as eleições, algo bem diferente daquilo a que era associado décadas atrás. No início século XX, por exemplo, as propagandas políticas frequentemente refletiam estratégias associadas a regimes autoritários, como o nazismo e o comunismo. Na metade do século, essa prática continuou a ser duramente criticada por estar “vendendo” os candidatos como “produtos quase perfeitos”.

 

Uma breve linha do tempo das percepções sobre o marketing político ao longo da história

 

Ao acompanhar transformações técnicas e conceituais no decorrer do tempo, o segmento contou com uma maior profissionalização, passando a ficar mais voltado sobretudo para o mercado, com foco em desempenho e em estratégias baseadas nos desejos e nas necessidades do eleitorado, identificados a partir de pesquisas de opinião encomendadas pela imprensa, pelos partidos ou pelas próprias candidaturas. Em suma, o marketing político começou a ser visto como:

 
Oryporan

“O conjunto de técnicas e procedimentos que tem como objetivos adequar um(a) candidato(a) ao seu eleitorado potencial, procurando fazê-lo, num primeiro momento, conhecido do maior número de eleitores possível e, em seguida, mostrando-o diferente de seus adversários, obviamente melhor do que eles.”

Rubens Figueiredo, em “O que é marketing político”, citado por Flávia Ruiz Evelim, no estudo “Marketing PolÌtico: A influência da imagem de um candidato no processo decisório de uma eleição”

 

Tal análise é obtida a partir das obras do cientista político Rubens Figueiredo, autor de livros que abordam a atuação do marketing na política. Diretor do Cepac – empresa especializada em pesquisas para candidatos, governos, entidades de classe e empresas privadas –, ele escreve que os profissionais de marketing e comunicação da área política se empenham em compreender as perspectivas, os valores e as atitudes do eleitorado, buscando identificar os temas mais pertinentes e os meios de comunicação mais eficazes para cada discurso.

Também conhecidos como “marqueteiros”, esses profissionais passaram a ser figuras desejadas por muitos candidatos. Tamanha importância, a propósito, fez com que alguns deles se tornassem cruciais para o andamento de uma campanha. Exemplo disso são Duda Mendonça e João Santana, os quais estão entre os nomes responsáveis por evidenciar a influência dos marqueteiros não somente em eleições nacionais, como também internacionais.

É fato, porém, que nos últimos pleitos personagens assim perderam espaço na cena política, seja por conta de envolvimento em escândalos de corrupção, seja pela desatualização frente às potentes redes sociais. Diante disso, questionamentos sobre a atuação desses profissionais se tornam inevitáveis, sobretudo no período atual que conta com a popularização massiva das ferramentas de inteligência artificial.

 

Duda Mendonça

Duda Mendonça ficou conhecido por sua habilidade em criar campanhas impactantes. Teve destaque por sua atuação na campanha que elegeu Lula presidente da República em 2002.

 

João Santana

João Santana é famoso por suas campanhas eleitorais bem-sucedidas, como as das eleições de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014). Também tem vitórias em outros países.

Conforme lembra o co-fundador do Coletivo IA, Gabriel Myrrha, o marketing foi “o principal mercado impactado pela inteligência artifical”, portanto, “quem faz o marketing das campanhas eleitorais deve usar as IAs em todos os momentos que puderem”. Sendo assim, será que agora os candidatos conseguirão conduzir suas campanhas sozinhos e com apenas o auxílio da inteligência artificial?

A dúvida surge especialmente pelo poder que as IAs desempenham, como as possibilidades de traçar cronogramas inteiros de comunicação para diferentes mídias e públicos, com linguagem apropriada para cada uma e ainda medindo o grau de satisfação dos eleitores praticamente em tempo real.

A verdade é que tal dúvida deve continuar por alguns meses ou anos, uma vez que 2024 terá a primeira eleição brasileira com as IAs em voga. Ainda assim, é possível perceber que responsáveis por comandar as campanhas políticas já estão atentos a essas novas tecnologias, incorporando-as em suas rotinas a passos lentos, sem esquecer das preocupações que as acompanham.

 

 

Entre as inovações tecnológicas e a cautela ética nas campanhas

Aos poucos, as ferramentas de inteligência artificial estão sendo introduzidas no contexto da produção de campanhas políticas no Brasil. Apesar da regulamentação já estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em que proibe deep fakes, exige que o eleitor seja informado sobre o uso de IA na propaganda, limita o uso de chatbots e estipula outras medidas, é inegável a possibilidade de utilização dessas tecnologias no cenário de uma campanha.

Com 18 anos de experiência em eleições no Ceará, Leurinbergue Lima reconhece que as inteligências artificiais surgem com inúmeras possibilidades para produzir conteúdos de qualidade, em alta velocidade e evitando erros. Além de CEO da MSL Comunicação e Estratégia, que atualmente atende mais de 15 campanhas eleitorais pelo Interior do Ceará, ele destaca que as oportunidades são incontáveis.

O cearense Leurinbergue Lima é um dos autores do livro "Marketing Político no Brasil", obra referência para profissionais da área(Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal O cearense Leurinbergue Lima é um dos autores do livro "Marketing Político no Brasil", obra referência para profissionais da área

“A inteligência artificial é um negócio sensacional, uma tecnologia incrível. A gente tem usado na empresa para auxiliar na escrita de textos publicitários, por exemplo. A IA refina algumas ideias. A gente dá o briefing (resumo da atividade) e ela dá novas ideias, novos conceitos. Campanhas inteiras podem ser feitas com inteligência artificial. Dá para aproveitar muita coisa dentro desse aspecto”, diz. Embora mencione essa variedade de usos, ele observa que hoje sua empresa se limita à utilização do ChatGPT.

Segundo Leurinbergue, há uma harmonia entre o trabalho humano e da máquina em qualquer das atividades desenvolvidas. “Às vezes a gente coloca uma ideia na plataforma e o chat vai dar a ideia dele. Aí a gente mescla, vê o que ficou legal, se foi o que a IA gerou ou o que a gente pensou. Isso até chegar ao produto final”, afirma, completando que apesar disso o pensamento estratégico continua sendo do profissional de carne e osso.

“O pensamento estratégico ainda é nosso. A IA nos ajuda a refinar a campanha, com ideias de slogan e frases de efeito, e a gente vai dosando. Mas às vezes a pressa nos faz apelar para ele mesmo (o ChatGPT). A gente joga o briefing, vê o que vem de lá e depois faz as alterações necessárias”, narra.

Também diretor para a região Norte-Nordeste e membro fundador do Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (Camp), Leurinbergue comenta que, do mesmo modo como pode ser uma forte aliada, a IA chega ao pleito causando certa preocupação relevante. “O avião foi criado como uma atitude muito nobre, mas ele também pode ser utilizado para soltar uma bomba. Então é preciso estar atento sobre como as IAs vão ser utilizadas nas eleições”, alerta.

Ele lembra que a primeira grande eleição no mundo que utilizou inteligência se deu na Argentina em 2023. Durante a disputa entre Javier Milei e Sergio Massa, no entanto, foi observado o uso massivo de deep fakes em uma verdadeira corrida de difamação de cada um dos lados. “A gente vai ver agora no Brasil qual o resultado prático das IAs. A verdade é que está tudo meio que no submundo das campanhas, mas vamos ver como vai ser milhares de candidatos a prefeito e a vereador produzindo seus materiais de campanha com IA em quase 6 mil municípios”.

Em Fortaleza, O POVO+ entrou contato com as campanhas dos pré-candidatos à Prefeitura Municipal para saber como elas estão lidando com as inteligências artificiais no processo eleitoral que se aproxima. Porém, as chapas do senador Eduardo Girão (Novo) e do ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) foram as únicas a darem retornos efetivos, por meio de notas, sobre essa questão.

Eduardo Girão não confirma se sua candidatura utilizará IA, apesar de dizer considerar tais ferramentas como “importantes aliadas”, principalmente para analisar grandes volumes de dados, como os levantados por pesquisas de opinião. “São esses dados, por exemplo, que nos trazem parâmetros de atuação dentro de uma corrida eleitoral e nos mostram os diferentes perfis do eleitorado. (Os dados) Podem nos mostrar os maiores anseios da sociedade, quais áreas carecem de mais atenção, quais localidades ou bairro estão no esquecimento dos governantes locais”, escreve.

Por outro lado, ele revela sua apreensão quanto ao uso indiscriminado para gerar desinformação, “com o agravante de que hoje já é possível até mesmo simular voz e rosto de um político, deixando a fake news ainda mais perigosa e com um poder devastador”. “Reconheço a importância das novas tecnologias, mas defendo que sejas utilizadas a bem da verdade. Defendo uma política pautada na verdade, na ética e transparência. Qualquer artifício que fuja disso precisa ser combatido”, declara.

 

A nota completa da campanha de Eduardo Girão pode ser conferida ao clicar na foto abaixo:

 
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Confira nota do senador e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo Novo, Eduardo Girão | Foto: Fco Fontenele / O POVO

Por meio de sua assessoria jurídica, a campanha de Capitão Wagner considera como “um passo importante” a regulamentação do TSE sobre essa questão. Informando ainda não ter definido se usará ou não IAs durante a corrida eleitoral, a candidatura diz compreender que a medida do judiciário “toca apenas a superfície do vasto oceano de possibilidades que a IA oferece às campanhas eleitorais”, também afirmando que o potencial transformador das inteligências artificiais estaria sendo “subestimado”.

“Além da propaganda, a IA tem o poder de remodelar completamente as campanhas, tornando-as mais eficientes, estratégicas e conectadas. Sua aplicação vai desde a otimização de processos internos, como gestão administrativa e logística, até a personalização da comunicação com eleitores, análise preditiva para tomada de decisões e otimização de recursos. A IA pode desempenhar um papel crucial na gestão de voluntários e na análise de sentimentos nas redes sociais, proporcionando uma compreensão mais profunda e imediata das reações do eleitorado”, comunica.

 

A nota completa da campanha de Capitão Wagner pode ser conferida ao clicar na foto abaixo

 
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Confira nota do ex-deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo União Brasil, Capitão Wagner | Foto: Fco Fontenele / O POVO

No último ano de mandato, o prefeito José Sarto (PDT) informou por meio de sua assessoria que tem priorizado os assuntos da Cidade e que as questões relacionadas à estratégias de campanha devem ser discutidas mais adiante. Já as pré-candidaturas da deputada federal Luizianne Lins e do deputado estadual Evandro Leitão, ambos pelo PT, e de Técio Nunes (Psol) não deram retorno às mensagens enviadas pelo OP+. Por sua vez, a assessoria de imprensa do deputado federal André Fernandes (PL) afirmou não ter interesse em participar da reportagem.

 

Posicionamento dos demais pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza em relação às IAs nas Eleições 2024

 

 

 

Estratégias do TRE-CE para lidar com IA nas Eleições Municipais 2024

No contexto desafiador das Eleições Municipais de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) está adotando uma abordagem proativa para lidar com a disseminação de desinformação. Consciente dos riscos associados ao uso crescente da inteligência artificial no ambiente político, o órgão judicial informa estar empregando ferramentas avançadas de IA para justamente combater as possíveis estratégia de manipulação da opinião pública por meio da propagação de informações falsas.

Em entrevista ao O POVO+, o juiz Tiago Dias declara que o tribunal busca fazer com que IAs trabalhem como parceiras em sua atuação. Segundo ele, atualmente já existem utilizações dessas tecnologias para otimizar o trabalho dos servidores do TRE-CE, bem como para combater as fake news no cenário das disputas políticas. Essas últimas, aliás, são reconhecidamente um problema quando alinhadas às potências das IAs, mas não estão sendo tratadas com alarmismo.

“As IAs não causam apreensão, mas exigem algum tipo de cautela. Nós estamos observando como é que isso vai se comportar. Na verdade, a inteligência artificial é um recurso tecnológico do desenvolvimento do poder computacional que evolui até chegar ao ponto de aplicações que tentam imitar a inteligência humana. No âmbito da Justiça, isso tem aspectos positivos e negativos, como toda a inovação”, menciona.

O Janus é uma ferramenta que possibilita o julgamento mais célere de processos de baixa complexidade na Justiça Eleitoral(Foto: TRE-BA)
Foto: TRE-BA O Janus é uma ferramenta que possibilita o julgamento mais célere de processos de baixa complexidade na Justiça Eleitoral

Do ponto de vista positivo, ele diz que internamente os tribunais regionais pelo Brasil, incluindo o TRE-CE, contam com uma ferramenta de IA que possibilita o julgamento mais célere de processos de baixa complexidade na Justiça Eleitoral. Trata-se do Janus, que são vários robôs (bots) usados para executar tarefas repetitivas antes realizadas por pessoas, funcionando sem pausa e podem diminuir em até 40% as tarefas humanas, eliminando erros dos processos.

Criado pelo TRE da Bahia em 2021 e implantado no ano seguinte, o Janus foi desenvolvido com a finalidade de aumentar a agilidade e a produtividade na prestação jurisdicional, na tentativa de cumprir o princípio constitucional da duração razoável do processo, fortalecendo a credibilidade da Justiça Eleitoral e promovendo a cidadania. Os primeiros resultados surgiram nas Eleições de 2022, quando 68,8% dos Requerimentos de Registro de Candidaturas na Bahia, autuados no sistema Processo Judicial Eletrônico (PJe), foram minutados pelo Janus.

Hoje presente em 24 estados e no Distrito Federal (ver mapa abaixo), a ferramenta traz para as Eleições Municipais de 2024 a expectativa de que possa processar casos como registros de candidatura e prestações de contas eleitorais.

 

Estados que já aderiram ao Janus

 

“Imagina ter que analisar todos os documentos dos candidatos com o trabalho braçal. Isso traz um custo e uma demora muito maior. A Inteligência Artificial está baixando esse custo, porque está automatizando uma série de tarefas e isso é muito positivo para a Justiça Eleitoral”, retoma o juiz Tiago Dias, que é supervisor do Laboratório de Inovação, Inteligência e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Liods), que é o núcleo que busca promover inovações dentro do TRE-CE.

À frente do Liods, Tiago afirma que as tecnologias de inteligência artificial, por outro lado, também promovem o receio de ajudarem a propagar a desinformação, agora de maneira muito mais aprimorada na produção de informações falsas. Produzir e espalhar áudios, vídeos e notícias inverídicos ou descontextualizados, por exemplo, estão entre as principais preocupações. “Tudo isso já existia, mas com o incremento da IA isso pode ser mais convincente e, consequentemente, trazer potencial lesivo é maior”, constata.

Juiz Tiago Dias é supervisor do Laboratório de Inovação, Inteligência e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Liods), do TRE-CE(Foto: TRE-CE)
Foto: TRE-CE Juiz Tiago Dias é supervisor do Laboratório de Inovação, Inteligência e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Liods), do TRE-CE

Nesse sentido, Tiago aponta que outra ferramenta que está sendo desenvolvida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também emerge como combatente à desinformação. Seria uma espécie de banco de dados em conjunto com plataformas de redes sociais (Facebook, Google, TiktTok) que armazenaria informações que anteriormente foram compartilhadas e comprovadamente consideradas falsas, mas que eventualmente poderiam ganhar vida novamente com novos compartilhamentos.

“A ideia é identificar se aquele conteúdo é similar ou idêntico a um conteúdo que já foi considerado falso pela Justiça. Então não se trata de censurar o conteúdo, não é isso. É identificar se corresponde àquilo que já foi declarado como sendo ilícito”, aponta, refletindo que os obstáculos a serem enfrentados para encontrar uma eleição justa se manifesta como uma responsabilidade compartilhada entre todos os envolvidos: Justiça Eleitoral, candidatos, redes sociais, eleitores.

Justamente por isso, Tiago Dias menciona que a IA pode ser uma ferramenta poderosa para fortalecer a democracia. “A IA pode ajudar a garantir eleições mais justas e transparentes. Mas é importante que todos os setores da sociedade se mobilizem para combater a desinformação e promover a educação para o bom debate político”, completa.

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