Diversos fósseis já foram encontrados no Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Ceará e no Maranhão. O País possui 21 espécies de dinossauros confirmadas. Destas, três foram encontradas no Ceará, na região da Chapada do Araripe. Milhares de fósseis são extraídos há décadas do local. As primeiras pesquisas realizadas na região datam de 1840. Em 1844, a Chapada do Araripe foi identificada como formação geológica do período Cretáceo, sendo a primeira área do território brasileiro a ter sua datação determinada com base em registros paleontológicos.
O número de espécies descritas no Brasil é pequeno se comparado a países como a Argentina, que possui mais de 100 identificadas. No Nordeste, o Ceará detém o maior número. Outras duas espécies foram encontras no Maranhão, onde viveu o maior dinossauro carnívoro do País, e uma em Pernambuco.
Conheça os dinossauros cearenses:
1. Angarturama limai
- Nome: Angaturama
- Nome Cientifico: Angaturama limai
- Época: Cretáceo
- Peso: Cerca de 600 quilos
- Tamanho: 5 a 6 metros de comprimento e 2,0 metros de altura
- Alimentação: Carnívora
- Encontrado na Chapada do Araripe, Ceará, em 1996
Classificação Cientifica:
- Reino: Animalia
- Filo: Chordata
- Classe: Reptilia
- Superordem: Dinosauria
- Ordem: Saurischia
- Família: Spinosauridae
- Gênero: Angaturama
- Espécie: Angatura limai
Primeiro Espinosaurídeo reconhecido no Brasil. Viveu no Cretáceo inferior, a 110 milhões de anos. O nome do gênero (Angarturama) é derivado da língua Tupi e significa nobre, enquanto que a espécie (limai) homenageia o falecido pesquisador Murilo Rodolfo de Lima, importante paleontólogo brasileiro. As principais características são a cabeça longa, muito parecida com a de um crocodilo e braços grandes e fortes. Suas dimensões são difíceis de serem medidas, pois não há muitos fósseis disponíveis atualmente. Comparando o tamanho dos ossos já encontrados com o de outros espinosaurídeos, pode-se chegar a uma estimativa, que fica entre os 5 e 8 metros de comprimento, os 500 a 600 kg de peso e 2,0 m de altura.
2. Santanaraptor placidus
- Nome: Santanaraptor
- Nome Cientifico: Santanaraptor placidus
- Época: Cretáceo
- Peso: Cerca de 40 quilos
- Tamanho: aproximadamente 2,50 metros de comprimento e 1,60 metros de altura.
- Alimentação: Carnívora
- Encontrado na formação Santana, Bacia do Araripe. Ceará. Em 1991.
Classificação Cientifica:
- Reino: Animalia
- Filo: Chordata
- Classe: Reptilia
- Superordem: Dinosauria
- Ordem: Saurischia
- Família: Spinosauridae
- Gênero: Santanaraptor
- Espécie: Santanaraptor placidus
O Santanaraptor (Santanaraptor placidus, em latim Predador de Santana) foi um dinossauro terópode (carnívoro), bípede e de tamanho regular que viveu há cerca de 110 milhões de anos. Apesar de pequeno, o dinossauro seria um grande predador, ágil e veloz.
A descoberta de seu fóssil foi uma das mais importantes do Brasil, pois foram encontrados tecidos moles, tais como músculos e vasos sanguíneos preservados. É considerado um dos fosseis mais bem conservados do mundo. Acredita-se que evolutivamente a espécie esteja ligada à linhagem que mais tarde originaria o famoso Tyrannosaurus rex. Como o fóssil encontrado estava em bom estado, foi possível reconstituir o couro, músculos e vasos sanguíneos. Uma réplica perfeita de 1,68 metros de comprimento e 80 centímetros de altura está disponível no Museu de Paleontologia de Santana do Cariri. Não existe registro de outra, no mundo inteiro, produzida a partir de tecidos não ósseos.
3. Irritator challengeri
- Nome: Irritator
- Nome Cientifico: Irritator challengeri
- Época: Cretáceo
- Peso: Cerca de 2 toneladas
- Tamanho: aproximadamente 8 metros de comprimento e 3 de altura.
- Alimentação: Carnívora
- Encontrado na Chapada do Araripe, Ceará, em 1996.
Classificação Cientifica:
- Reino: Animalia
- Filo: Chordata
- Classe: Sauropsida
- Superordem: Dinosauria
- Ordem: Saurischia
- Família: Theropoda
- Gênero: Irritator
- Espécie: Irritator challengeri
Foi um dinossauro terópode. O único fóssil conhecido é apenas um crânio de 80 cm, descoberto no Brasil. Com o objetivo de torná-lo mais completo e atraente para a venda ilegal, os traficantes que encontraram o fóssil usaram gesso para “completar” o crânio do animal. Como a sua recuperação foi complicada, o nome dele vem desse fato. O nome da espécie challengeri provém da personagem do professor Challenger, criado por Arthur Conan Doyle, no romance O mundo perdido. Acredita-se que o dinossauro possuía focinho alongado com uma pequena crista óssea. Além disso, dentes retos, pontiagudos e espaçados entre si, padrão típico de vertebrados que se alimentam de peixes.
Outros dinossauros nordestinos:
4. Amazonsaurus Maranhenesis
Maranhão
O Amazonssauro (lagarto da Amazônia) é um gênero de dinossauro saurópode do Cretáceo Inferior. Recebeu esse nome por ser o primeiro dinossauro descrito na área da Amazônia Legal. Teria sido um herbívoro, quadrúpede de médio porte, com um longo pescoço e uma cauda semelhante a um chicote. Provavelmente não passava de 10 metros de comprimento. Fosseis foram encontrados próximos a um rio na Formação Itapecuru (Bacia Parnaíba) que fica na região de Itapecuru-mirim, estado do Maranhão.
5. Oxalaia quilombensis
Maranhão
O Maior dinossauro carnívoro que viveu no Brasil. Media de 12 a 14 metros de comprimento, com peso entre cinco e sete toneladas. Os fósseis do crânio do animal, envolvendo a narina e o maxilar, foram encontrados por pesquisadores na Ilha do Cajual, no Maranhão. Trata-se de um dinossauro com crânio alongado e espinhos que formam uma espécie de vela nas costas. Ele teria habitado no país há 95 milhões de anos.
6. Mirischia asymmetrica
Pernambuco
É uma espécie de dinossauro terópode da família Compsognathidae do Cretáceo Inferior (estágio albiano) do Brasil. A espécie é a única descrita para o gênero Mirischia. Os restos fósseis, a pélvis e um membro pélvico incompleto, foram encontrados na formação Santana, em Pernambuco.
SAIBA MAIS
Terópode: Trata-se de um grupo de dinossauros bípedes (andavam em duas patas), sendo que a grande maioria era carnívora, embora existissem alguns terópodes herbívoros e insetívoros. Não utilizavam as patas anteriores para a locomoção. O que lhes permitia usá-las para outras funções, como capturar, dominar e matar as suas presas ou mesmo para manipular o alimento. Alguns terópodes dispunham de dentes afiados que eram uma das principais armas de ataque. No entanto, outros eram desdentados e possuíam uma espécie de bico, parecido com o das aves atuais.
Espinossauros: espécies carnívoras caracterizadas por grande uma vela nas costas (formada pela extensão das vértebras dorsais) e pela posição das narinas na região média da cabeça e não na ponta do focinho, como na maioria dos dinossauros. Possuem um crânio muito longo e uma dentição semelhante a dos crocodilomorfos atuais. Estas características levaram os paleontólogos a levantar a hipótese de que estes dinossauros deveriam viver muito tempo dentro da água a procura de alimentos, sobretudo peixes.
Saurópode: Dinossauros de pescoço comprido, que atingiram durante a sua evolução tamanhos incríveis para animais terrestres. Eram quadrúpedes, com patas altas, retas como colunas, terminadas em pés dotados de dedos curtos e bastante parecidas com as dos elefantes. A sua dieta alimentar era vegetariana.
Museu de Paleontologia: foi criado em 18 de abril de 1985 em Santana do Cariri, pelo professor Plácido Cidade Nuvens, então prefeito municipal. A inauguração foi em 26 de julho de 1988. Foi doado à Universidade Regional do Cariri (Urca) no mesmo ano. Desde então passou a ser referência para pesquisadores do mundo todo. Principalmente nas áreas de paleontologia, sedimentologia e estratigrafia da região. Atualmente o Museu é o mais importante núcleo de extensão da Urca.