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MPCE fez 39 operações contra desmontes em prefeituras desde 2016 no Ceará
Reportagem Especial

MPCE fez 39 operações contra desmontes em prefeituras desde 2016 no Ceará

Para combater esse tipo de fraude a Procap faz parcerias com outros órgãos de fiscalização e controle fiscal

MPCE fez 39 operações contra desmontes em prefeituras desde 2016 no Ceará

Para combater esse tipo de fraude a Procap faz parcerias com outros órgãos de fiscalização e controle fiscal
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Prefeituras de cidades cearenses foram alvos 39 vezes de operações contra os chamados desmontes desde as últimas eleições municipais. As investidas coordenadas pela Procuradoria da Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap) ficaram concentradas em 2016, período, à época, de transição entre os mandatos vigentes e os recém-eleitos. Há menos de um ano das próximas eleições, os promotores se preparam para encarar novamente um dos períodos mais críticos para aqueles que agem em combate a tais praticas criminosas.

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A Procap funciona como um braço do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e desenvolve atividades de prevenção e repressão dos crimes contra a administração pública. De acordo com os promotores, o período pós-eleitoral é onde mais ocorrem os desmontes – além das fraudes em decretos de emergência. 

Segundo eles, o descaso dos gestores com o patrimônio municipal facilita esse tipo de crime. “Algumas prefeituras nem sequer tem tombo, registro patrimonial, as coisas somem. Às vezes, quando uma gestão vai passar para a outra, chegam a formatar até os computadores. A equipe que entra chega no escuro”, afirma o promotor Breno Rangel.

Para combater essas ações ilegais, a Procap faz parcerias com outros órgãos de fiscalização e controle fiscal. Com o Tribunal de Contas do Ceará (TCE-CE), criam uma “matriz de risco”, onde são listadas prefeituras com maior risco de desmonte.

“Fazemos ‘fotografia’ do município. Pegamos as contas, o patrimônio, o endividamento, os pagamentos etc. No ano seguinte, vamos a esses municípios e refazemos essa ‘fotografia’ e comparamos para avaliar se os decretos fazem sentido e se existiu desmonte”, aponta. Na escala de "risco", é levado em conta o histórico do município e do gestor, além da situação do grupo político (se foi ou não derrotado nas eleições).

Decretos de emergência

Já as fraudes em decretos de emergência são comuns entre os gestores que tomam posse. A medida deve ser editada em situação de calamidade pública, quando é necessário urgente atendimento à população em um cenário que pode comprometer a segurança e os serviços prestados à sociedade. Quando em vigor, esse recurso autoriza às prefeituras a realização de contratos com dispensa de licitação.

Contudo, na fraude, os políticos aproveitam para escolher empresas atendendo a interesses pessoais. “Eles baixam o decreto, contratam sem licitação, mas, quando se verifica, não tem emergência. Às vezes, contratam a mesma empresa que fazia a coleta de lixo e dizem que tinha caos na coleta. É a mesma empresa, com a mesma quantidade de pessoas e máquinas”, relata Rangel.

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