As bandeiras de orgulho fazem parte da identidade de diversos grupos dentro da comunidade LGBTQIAP+ há décadas, sendo parte importante do processo de autodeterminação de pessoas nas inúmeras subdivisões de gênero e sexualidade. Cada bandeira tem cores com significados próprios, representando valores que são determinantes para aquele grupo.
Até o fim dos anos 1970, o símbolo utilizado pela comunidade era o triângulo rosa, que remetia à identificação dada a homossexuais na Alemanha nazista. A primeira versão da bandeira do arco-íris, símbolo da identidade LGBT como um todo, foi utilizada na então Parada da Liberdade Gay (hoje Parada do Orgulho) de São Francisco, nos Estados Unidos, em 1978. Nas últimas quatro décadas, novas bandeiras surgiram, entre elas a do orgulho trans e a não-binária.
A bandeira do orgulho trans foi criada em 1999 pela ativista Monica Helms, e é composta de faixas horizontais: uma branca no centro, rodeada por duas faixas rosas, e duas faixas azuis nas bordas. O objetivo é demonstrar as diversas manifestações possíveis de pessoas trans: a cor azul representa os homens trans, o rosa remete às mulheres trans, enquanto o branco diz respeito a quem não se enquadra no binarismo de gênero, às pessoas intersexo, e às intersecções de gênero experimentas durante a transição.
A bandeira do orgulho não-binário, por sua vez, é mais recente: a versão mais utilizada foi criada somente em 2014 por Kye Rowan, ativista da causa não-binária. É composta por quatro faixas horizontais, de cima para baixo: amarelo, branco, roxo e preto. O amarelo representa as pessoas cujo gênero não se enquadra de forma alguma no binarismo, em oposição às expectativas de “azul para meninos e rosa para meninas”. O branco, por ser a junção de luzes de todas as cores, é relacionado às pessoas que se identificam com vários ou todos os gêneros. O roxo, por ser a mistura das cores habitualmente relacionadas ao masculino e ao feminino, remete a quem possui um gênero entre estes dois, ou uma mistura deles. O preto, por ser a ausência total de cores, representa as pessoas que não têm gênero algum.
É importante compreender, porém, que estas bandeiras não são as únicas que podem representar as diversas identidades de gênero existentes. À medida que os grupos de gênero e sexualidade vão se reconhecendo e amadurecendo suas noções, outras bandeiras vão surgindo para representar novas categorias. Da mesma forma como a bandeira LGBT foi apenas o primeiro passo em relação às várias identidades que se apresentam hoje, o processo de diversidade sexual e de gênero continua evoluindo e incluindo cada vez mais pessoas.