
Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
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Mano Menezes comandou o Fluminense por 272 dias. O português Pedro Caixinha (112 dias) e o boliviano Gustavo Quinteros (109) tiveram pouco mais de três meses à frente de Santos e Grêmio, respectivamente. Ramón Díaz foi técnico do Corinthians por 281 dias, e Pepa vestiu o uniforme do Sport por exatos oito meses. Fábio Carille foi responsável por conduzir o Vasco durante 129 dias.
Estes seis treinadores foram as vítimas após sete rodadas disputadas da Série A do Brasileirão. Até agora. Outros estiveram ou estão na corda bamba, como Renato Paiva, Zubeldía e Thiago Carpini. Até mesmo o longevo Juan Pablo Vojvoda, com 300 jogos disputados pelo Fortaleza e na véspera de completar quatro anos do primeiro dia de trabalho no Tricolor do Pici, teve o trabalho questionado.
A rotina de troca de técnicos, com menos de quatro meses desde o início da temporada, deixa claro que os comandantes têm prazo de validade no futebol brasileiro. A gestão de um clube — e de um grupo de jogadores — não é uma matemática exata e nem uma equação simples.
Atraído sempre por um "bom projeto", o treinador está constantemente com a cabeça a prêmio. Vai de gênio da estratégia no domingo a "Professor Pardal" na quarta-feira. E, independentemente do resultado, precisa dar explicações após cada partida, em entrevistas coletivas que, por vezes, têm nível de exigência maior do que sabatinas do Congresso.
E aquele bom projeto vendido na negociação pode durar apenas três ou quatro meses, se os resultados não agradarem. Há momentos também em que o desempenho do time é definidor do fim do ciclo. Ou a gestão de elenco, ou a relação com torcida/imprensa, ou as decisões de escalações... Até a seleção brasileira entrou nessa ciranda após a saída de Tite: já foram três comandantes, sendo um interino. E terá um quarto em breve, ainda não definido — até o novo papa já foi anunciado, CBF.
A avaliação do trabalho de uma comissão técnica envolve diversos fatores, alguns deles empíricos, como o ambiente no dia a dia ou o esgotamento da relação, se os jogadores ainda "compram a ideia". Mas é fácil perceber que se os profissionais duram menos de um semestre nos clubes, há erro também de quem é responsável por fazer uma análise prévia e contratar: os dirigentes. Mas isso é tema para outra coluna...
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