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O trabalho de Vojvoda no Fortaleza se esgotou?
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Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas

O trabalho de Vojvoda no Fortaleza se esgotou?

Treinador não consegue encontrar soluções em primeiro semestre ruim do Tricolor e vive momento de maior pressão no cargo
Tipo Opinião
Técnico Vojvoda no jogo Fortaleza x Racing, no Castelão, pela Copa Libertadores 2025 (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Técnico Vojvoda no jogo Fortaleza x Racing, no Castelão, pela Copa Libertadores 2025

Mais derrotas do que vitórias no ano, perda do título estadual, eliminação vexatória na Copa do Brasil, presença na zona de rebaixamento do Brasileirão, atritos internos, várias atuações ruins, decisões incompreensíveis em escalações e substituições... Ainda há justificativa para a continuidade de Juan Pablo Vojvoda no comando do Fortaleza?

Os méritos do treinador não se apagam. O argentino é o maior treinador da história do Tricolor. Mudou o clube de patamar com campanhas históricas em Série A, Libertadores e Sul-Americana, cinco títulos conquistados e vitórias inéditas em território nacional e internacional. Criou rápida identificação com o Leão e ganhou o coração da torcida.

Vojvoda virou mosaico, emocionou-se em várias ocasiões ao falar da relação com o Fortaleza e construiu o longevo trabalho — são mais de 300 jogos — com poucos momentos de grande turbulência, sempre respaldado pelos dirigentes e com voto de confiança das arquibancadas, até por ter dado resposta positiva nos cenários ruins.

 

Talvez as reações em outras crises — sobretudo em 2022, quando o Fortaleza deixou a lanterna da Série A e chegou ao G-8 — fossem a maior esperança da tão aguardada virada de chave em 2025. Mas os problemas foram se acumulando e se agravando.

E o semblante de Vojvoda também foi mudando, tanto à beira do campo quanto nas entrevistas. O que, naturalmente, são sinais de um comandante vivendo o momento mais difícil dos últimos quatro anos, como ele mesmo definiu. O tradicional discurso de "estou com dor" após as derrotas deu vez a uma postura mais combativa diante das perguntas incômodas, devolvendo questionamentos aos repórteres e cobrando "perguntas originais".

Contrariado, o treinador parece sufocado diante de tantos resultados ruins e tentativas de mudanças que não surtem efeito. Recebeu a recomendação do recém-chegado diretor de futebol de se "reinventar", ouviu o CEO prometer "mudanças drásticas" e ponderou que ainda confia nos jogadores e que a solução está no próprio vestiário tricolor.

Depois de um semestre sem encontrar soluções, Vojvoda não dá sinais de que conseguirá conduzir a reação necessária para evitar o rebaixamento. E, na verdade, o trabalho em 2025 oferece poucos argumentos para mantê-lo no cargo. Tudo pode mudar depois da pausa da Copa do Mundo de Clubes, mas essa expectativa tem sido nutrida após cada rodada e não tem se concretizado.

Agarrar-se à história de 2022 não será suficiente. A intensidade do time não é mais vista, o ambiente interno teve problemas, as escolhas não funcionam. Fortaleza e Vojvoda precisam discutir a relação e considerar um fim de ciclo para evitar maiores desgastes — e consequências — para ambos.

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