
Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
A imagem de Carlos Alberto gesticulando, em um cenário de iluminação azul e adornado por bolas de futebol ao fundo, rapidamente se associa à frase que intitula esta coluna. Já se passaram seis anos, mas, vez ou outra, o print, a declaração ou o vídeo circulam pela internet. E o meme voltou com tudo desde o mês passado. Filas do perdão já foram formadas.
Uma rápida recordação: em um programa da extinta Fox Sports, o campeão da Champions League pelo Porto debatia com outros ex-jogadores, como os tetracampeões mundiais Zinho e Ricardo Rocha, sobre a diferença entre os clubes brasileiros e as potências europeias. Carlos Alberto diz que as principais forças do País não levantariam taças no Velho Continente, mas crava: "Traz o Real Madrid para jogar a Série B. Não seria campeão".
O Mundial de Clubes nos Estados Unidos possibilitou confrontos que antes eram inimagináveis — sobretudo em maior quantidade. E os brasileiros mostraram força: o Botafogo bateu o PSG, recém-campeão da Champions; o Flamengo venceu o Chelsea; o Palmeiras dominou o Porto; e o Fluminense, que já tinha sido superior contra o Borussia Dortmund, despachou a Inter de Milão no mata-mata.
Ou seja, é necessário, sim, debater o nível técnico — sem o exagero apontado por Carlos Alberto, por óbvio. Pela diferença financeira, os gigantes europeus sempre estarão em um patamar acima dos principais brasileiros. A vitória do Bayern de Munique sobre o Flamengo deixa claro. O que não impede de, dentro de 90 minutos, competir com uma estratégia bem executada, como fez o Botafogo contra os franceses.
A competição em solo norte-americano deixou claro que dá para equiparar forças com os europeus do segundo escalão. Sim, eles estão em fim de temporada e os brasileiros estão no ápice físico, mas o cenário era inverso no formato antigo da competição — hoje chamada de Intercontinental —, em que equipes da América do Sul e do Velho Continente costumavam protagonizar as finais. Cada um com seus problemas.
Hoje, Fluminense e Palmeiras têm a oportunidade de mais um feito histórico. Quem sabe, chegarem juntos para uma semifinal brasileira, o que era impossível de pensar antes da Copa do Mundo de Clubes. Ao menos um deles poderá estar lá. Sonhar não custa nada. Discutir a disparidade no nível técnico, também não.
O bom senso me impede de ser tão enfático — e equivocado — quanto Carlos Alberto. Mas traz o Manchester United, a Juventus ou o Sevilla para disputar uma temporada do Brasileirão, só para testar um negócio...
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.