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Onde assistir? O domínio dos streamings no futebol brasileiro e os desafios do novo torcedor
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Locutor esportivo da Rádio O POVO CBN. Radialista formado e acadêmico em jornalismo pela Universidade Estácio, já trabalhou em diversas rádios de Fortaleza, atuando como narrador e em outras funções, incluindo a parte técnica. Esta coluna trata sobre mídia esportiva e analisa os avanços das transmissões esportivas em todas as plataformas

Onde assistir? O domínio dos streamings no futebol brasileiro e os desafios do novo torcedor

Apesar de melhorias recentes, como a redução do delay, a experiência ainda varia de acordo com o dispositivo e a conexão de cada usuário
Visor de câmera de transmissão em jogo de futebol (Foto: Letícia Martins/EC Bahia)
Foto: Letícia Martins/EC Bahia Visor de câmera de transmissão em jogo de futebol

Com a expansão dos streamings, cada vez mais jogos de futebol são exibidos exclusivamente pela internet. A mudança traz facilidades, mas também desafios técnicos e financeiros para o torcedor brasileiro.

A cada temporada, os serviços de streaming consolidam seu espaço nas transmissões de futebol no Brasil. Se antes era comum buscar os jogos nos canais de TV aberta ou fechada, hoje, em muitos casos, o torcedor precisa estar atento a qual plataforma digital irá exibir a partida — e, não raro, assinar mais de um serviço para acompanhar todas as competições de seu interesse.

Na terceira fase da Copa do Brasil, por exemplo, sete dos 16 jogos foram transmitidos exclusivamente pela internet, via Amazon Prime Video. Confrontos importantes como Fluminense x Aparecidense, Paysandu x Bahia, Brusque x Athletico-PR, Ceará x Palmeiras, Maringá x Atlético-MG, Botafogo-PB x Flamengo e CSA x Grêmio não passaram na TV tradicional. Quem não era assinante do streaming da Amazon simplesmente ficou sem ver.

Essa mudança de paradigma não é nova, mas os desafios ainda são significativos. Mesmo com investimentos em geração de imagens, equipes de transmissão e estrutura técnica, o grande obstáculo das transmissões online ainda é a própria internet.

Apesar de melhorias recentes, como a redução do delay (aquela diferença entre o que acontece no estádio e o que chega à sua tela), a experiência ainda varia de acordo com o dispositivo e a conexão de cada usuário.

Hoje, serviços como Amazon Prime e Globoplay já reduziram esse atraso para cerca de 15 segundos — um avanço importante, se comparado ao delay de até um minuto das temporadas anteriores. Ainda assim, o tempo real permanece relativo. Em um mesmo ambiente, um notebook pode receber a imagem antes da smart TV, apenas pela diferença nos processadores. E, claro, tudo depende da estabilidade da rede.

O lado positivo é a praticidade. O processo de acesso aos jogos ficou muito mais simples: basta assinar pelo celular, baixar o aplicativo na TV e pronto. É o fim da era das ligações intermináveis para operadoras, instalação de cabos e antenas nos telhados. Para quem prioriza a conveniência, o streaming é uma solução eficiente.

Mas a popularização das transmissões esportivas online ainda enfrenta barreiras. A exclusividade dos jogos pode até atrair novos assinantes, mas o uso pleno das plataformas exige uma boa internet, um aparelho compatível e alguma familiaridade com esse ecossistema digital. Para muitos torcedores mais tradicionais, isso ainda é um desafio.

Em um país onde a paixão pelo futebol é quase universal, garantir acesso democrático às transmissões — com qualidade e clareza — é um passo essencial. O streaming é o presente e o futuro. Mas para ele ser, de fato, para todos, é preciso que essa nova forma de assistir ao jogo também seja pensada de forma mais acessível e inclusiva.

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