Jakub Jankto: o primeiro gay de uma seleção nacional
Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc
Não tarda escalaremos uma seleção formada exclusivamente por jogadores de futebol masculino assumidamente LGBTQIA+. Hoje a frase não passa de um sonho. Nem mesmo se contarmos os que saíram do armário após a aposentadoria conseguiríamos montar um time competitivo.
Acontece que a cada dia essa lista ganha novos nomes. Na década de 1990, o atacante inglês Justin Fashanu reinava só. Ele, que se assumiu quando encarava o futebol semiprofissional e se suicidou poucos anos mais tarde após décadas de preconceito e uma grave acusação à qual negava.
Depois veio a geração de jogadores que se assumiam ao se aposentar. O meia norte-americano Robbie Rogers, em 2013, o ala/volante Thomas Hitzlsperger, no ano seguinte. Um pouco antes, em 2011, o goleiro brasileiro Messi, então na elite do futebol potiguar, já havia contado pra quem quisesse ouvir que era gay. Como poucos ouviram a voz do ex-jogador do Palmeira de Goianinha, essa história é pouco contada.
Outros vieram. No ano passado vieram dois nomes relevantes. O ex-lateral/volante Richarlyson, ex-São Paulo e seleção brasileira (e Fortaleza), assumiu-se bissexual após a aposentadoria, enquanto o jovem lateral-esquerdo australiano Josh Cavallo se tornou o primeiro atleta de um time de elite do futebol nacional a sair do armário.
Nesta semana, novo marco. O tcheco Jakub Jankto, de 27 anos, se assumiu publicamente gay. Ele joga hoje no Sparta Praga, time mais campeão do país europeu, tem passagens ainda pela elite do futebol italiano (Udinese, Sampdoria) e pertence a clube da elite espanhola (Getafe). Mais que isso, ele jogou dezenas de partidas pela seleção tcheca, incluindo a Euro-2020 e amistosos ainda no ano passado. É o primeiro jogador de seleção assumido em atividade.
Esses são nomes fora do armário. Podemos até escalar uma seleção com eles — vá lá Bonn já ter morrido e alguns serem completamente desconhecidos. Mas em breve, como o progresso sempre vem, teremos um time completo. Será no dia que não pudermos mais contar os LGBTQIA+ do futebol masculino nos dedos das mãos.
Minha seleção, hoje: Messi; Richarlyson (improvisado), Bonn, Berling e Cavallo; Hiltzperger, Jankto, Martin e Rogers; Rouyer e Fashanu.
Existem outros. Dentro e fora dos armários. Conhecidos e desconhecidos.
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