Barbárie no Recife: falta pouco para um jogador ser assassinado no Brasil
Jornalista formado na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi repórter do Vida&Arte, redator de Primeira Página e, desde 2018, é editor de Esportes. Trabalhou na cobertura das copas do Mundo (2014) e das Confederações (2013), e organizou a de 2018. Atualmente, é editor-chefe de Cidades do O POVO. Assinou coluna sobre cultura pop no Buchicho, sobre cinema no Vida&Arte e, atualmente, assumiu espaço sobre diversidade sexual e, agora, escreve sobre a inserção de minorias (com enfoque na população LGBTQ+) no meio esportivo no Esportes O POVO. Twitter: @andrebloc
Barbárie no Recife: falta pouco para um jogador ser assassinado no Brasil
Ônibus do Fortaleza foi atacado por torcedores na madrugada desta quinta-feira, após empate entre o Tricolor e o Sport pela Copa do Brasil
Tem vezes que a gente prefere estar errado. Mas a cada barbárie que surge, mais se aproxima o dia em que se cumprirá a minha antiga e óbvia profecia de que um dia que a sociedade brasileira terá de enterrar um atleta vítima de violência.
O Brasil é tanto o país do futebol como o futebol é o espelho do Brasil. A violência que degrada a sociedade nacional não tem como não respingar no esporte.
Deixei há muito de me perguntar por que o futebol brasileiro é alvo de violência. Questiono o que impede a barbárie de desandar de vez. Como na Colômbia, em 1994.
Ironia do destino, mas um dos jogadores do Fortaleza em estado mais grave é do lateral-esquerdo Gonzalo Escobar. Mesmo sobrenome de Andrés, uma das mais famosas vítimas da história do esporte. O zagueiro colombiano foi assassinado em 1994, após a eliminação da Colômbia na Copa do Mundo vencida pelo Brasil.
Espero que o lateral-esquerdo colombiano fique bem. Espero não ter de pensar em Andrés Escobar tão cedo.
Espero que o papo de "não são torcedores, são vândalos" não retorne. Porque a violência não é exceção. Não está circunscrita a uma torcida organizada do Sport. Nem se quer é limitada pelas quatro linhas do campo.
O problema são as carências de uma sociedade sem valores e que se fia desacerbadamente no sucesso esportivo. O problema é um país que se acostumou a índices de homicídios na ordem dos milhares e se anestesiou ao choque da barbárie. O problema é o ser humano, que faz poesia sob o som das bombas.
Falta pouco para um jogador ser assassinado. Espero estar errado. Duvido estar.
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