Empresário, natural de Maranguape, presidente do Clube de Dirigentes Lojistas de Fortaleza, é também escritor, autor dos livros "História de Assis" e "Gonzagão no céu e outras histórias"
Empresário, natural de Maranguape, presidente do Clube de Dirigentes Lojistas de Fortaleza, é também escritor, autor dos livros "História de Assis" e "Gonzagão no céu e outras histórias"
Imediações da Praça do Ferreira, tempos idos. Um sujeito por nome de Predicado bebericava no Cleobaldo’s Bar, em sábado festivo, tirando o gosto com cajá do Baturité. Vestia um silaque branco e rumava à “Esquina do Pecado”, onde veria a bela Srta. Preposição. Última bicada, despediu-se da gerente Interrogação e saiu “caldeado”, como se carregasse tijolos de 12kg nos bolsos.
No meio da Praça, agora requalificada, estacou e pôs-se a discursar a turistas: a ausência do banco dos Gatos Pingados, o chão de pedras portuguesas emborcadas, o relógio da Coluna da Hora atrasado em 11 segundos, os jacundás no cacimbão achado pelo amigo Pio Rodrigues... Apontou pra esquina da Rua Floriano Peixoto e anunciou com voz de papelão mofado: “Ali jazia o Cajueiro da Mentira, onde se contavam as maiores aldrabices do ano”.
Chegando à calçada da Farmácia Osvaldo Cruz, a lembrança do dia em que um repórter de O POVO viu o cearense vaiar o sol em sol maior. Diante de aposentados da Praça maravilhosa - Substantivo (RVC), Adjetivo (Flama), Verbo (Casa Bicho) e Advérbio (Inamps) -, entrou em debate sobre as fornadas da Padaria Espiritual, limpando bolinhas deixadas pelo vereador Bode Ioiô. Uma certa Conjunção, com a filha Interjeição, nota o dedo mindinho dele pintado de violeta genciana.
Do alto do Cine São Luiz, Luiz Severiano Ribeiro grita: “Ei, psiu!”, mas Predicado nem fé deu, focado no rumo a seguir. Já perto da Esquina do Pecado, lembrou do antigo quiosque Café Java, onde o pai fazia fiado. E do Jardim 7 de Setembro, onde o genitor alimentava jumento com capim-santo.
Se estou inventando? Sim! Faço-o pra ver se frases e orações, concordâncias e regências, crases e metáforas se encorajam, animadas por sinonímias robustas, diante da avalanche das palavras encurtadas de hoje: pk? / tb / blz / vlw / vc / algm / obgd / nmo / tlgd / é nois, enoix / mds, meu deos / qm / td / hj / fds / msg / prt... Desaprendemos a escrevinhar de carreirinha o certo.
Essa é minha voz ativa, nesse período substantivo de desconstrução da gramática, movida por um imperativo de coerência que urge. Em tempo: Predicado até quis ir ao banheiro da Leão do Sul, mas... trancou-se em copas. E voltou pra casa.
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