Abismo digital em Fortaleza: pior média de antenas por habitante do Brasil
Jornalista formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É editora digital de Economia do O POVO, onde começou em 2014. Atualmente, cursa MBA em Gestão de Negócios e está andamento de Certificação Internacional em Marketing Digital pela ESPM
Abismo digital em Fortaleza: pior média de antenas por habitante do Brasil
O melhor cenário é o de Florianópolis, com média de 1.039 habitantes por infraestrutura. Fortaleza tem mais que o dobro, com média de 2.628 habitantes por antena, o pior cenário do Brasil
A pesquisa “o abismo digital no Brasil” mostra como a desigualdade de acesso à internet, a infraestrutura inadequada e a educação deficitária limitam nossas opções para o futuro.
O estudo é da PwC em parceria com o Instituto Locomotiva e mostra que, em infraestrutura, no Brasil, o levantamento aponta que será preciso eliminar deficiências de desigualdade de conexão à internet no País. Um deles é a falta da infraestrutura de conexão, que deve ser resolvida para já.
Segundo o movimento Antene-se, todas as capitais brasileiras apresentam defasagem de infraestrutura para garantir boa conectividade ao cidadão. O recomendado para boa conectividade, por exemplo, é ter uma antena para cada 1.000 habitantes.
O melhor cenário é o de Florianópolis, com média de 1.039 habitantes por infraestrutura. Fortaleza tem mais que o dobro, com média de 2.628 habitantes por antena, o pior cenário do Brasil.
E o que a pesquisa aponta é que é preciso investir em estrutura de telecomunicações para universalizar o sinal de qualidade, pois a carência de infraestrutura tem relação direta com a renda de uma determinada região: quanto menor a renda, pior o sinal.
Mas para além da própria falta de equipamento, ainda há fatores apontados com empecilhos: 8% dos domicílios sem acesso à internet apontam o alto preço dos serviços como um dos motivos para não os contratar.
No mundo, os dados apontam que, no ranking global de custo de acesso à internet, o Brasil ocupa a 48ª posição entre 210 países. Se considerar a tarifa pós-paga de celular, o país cai para a 91ª posição na lista. Para 58% dos usuários no país, no entanto, o celular é o único meio de acesso à internet. O uso exclusivo do aparelho aumenta entre os indivíduos de renda mais baixa e os negros, o que revela o impacto do custo do hardware e dos serviços de banda larga nas escolhas sobre os meios de conexão.
A conclusão do levantamento é que o País terá “grandes dificuldades” de avançar no processo de digitalização enquanto o acesso à internet continuar a ser amplamente desigual, os equipamentos disponíveis não forem adequados para a formação digital e o sistema de educação básica continuar a formar um grande contingente de brasileiros incapazes de interpretar textos, sem conhecimentos suficientes de matemática e do idioma inglês.
O mapeamento mostra que apenas um terço da população pode ser considerada plenamente conectada, principalmente brancos das classes A e B. Já os majoritariamente negros - classes C, D e E - ficam sem conexão quase metade do mês. Da forma de uso da internet, 58% dos brasileiros acessam apenas via smartphone.
E os efeitos da pandemia já são realidade, com piora no Índice de alfabetização infantil, após dois anos sem ensino presencial. Levantamento da organização Todos pela Educação divulgado em fevereiro de 2022 mostra que o número de crianças entre 6 e 7 anos que não sabia ler ou escrever saltou de 25,1% em 2019 para 40,8% em 2021.
O resultado mostra que o brasileiro tem uso limitado dos recursos da tecnologia e da internet para conseguir explorar as oportunidades de educação, exercício da cidadania e inserção no mercado de trabalho.
Atualizada às 6h31min do dia 19/4/2022
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