Jornalista formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É editora digital de Economia do O POVO, onde começou em 2014. Atualmente, cursa MBA em Gestão de Negócios e está andamento de Certificação Internacional em Marketing Digital pela ESPM
Compensa? Arrecadar e encher os cofres públicos de dinheiro das bets e ver uma pandemia de viciados em jogos de apostas de azar. Não são apenas influencers que se beneficiam das bets. Os sites trazem muito poder econômico e fazem o dinheiro girar de forma legal e ilegal no País. Em outros tempos, os bondes de tigrinhos e bets seriam contravenção. Agora, em nome da arrecadação vale regularizar e enfrentar a onda de ludopatia. É esse o sinal que se vê hoje no Brasil.
Seria preciso coragem para dificultar o acesso a bets. Mais ainda urgente é atacar nas propagandas. O impacto será enorme. Quantos times de futebol, arenas têm suas marcas atreladas a casas de apostas. Algumas delas, inclusive, que nem se preocuparam em se regularizar diante do Ministério da Fazenda. E é que a sancionada Lei 14.790/2023, que regulamentou as apostas esportivas online (bets), já previa que era vedado a casas de apostas realizar qualquer tipo de bonificação ou vantagem prévia por meio de propaganda estimulando os jogos, mas até se fechou os olhos para isso.
Se o próprio Ministério da Saúde, por meio de Nísia Trindade, quem usou a palavra pandemia para categorizar o atual panorama dos jogos de apostas no País, sabe-se que o governo já estava ciente dos danos dessas empresas aos montes circulando, mas abrir mão de arrecadar parece que dói. Apesar de atingir todas as camadas sociais, a ilusão do dinheiro fácil e de que apostar seria "rendimento" ou "investimento" chega com maior peso sobretudo à população de baixa renda. Agora, resta realizar medidas em cima de medidas para atenuar o irremediável.
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