O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
Entrevista com Camilo Santana (PT) no Roda Viva, da TV Cultura, expôs mais uma vez divergências entre o governador e cúpula nacional petista. Afirmando que o ex-presidente Lula está “equivocado” ao criticar movimentos suprapartidários em defesa da democracia, o governador acabou se aproximando mais de teses de Ciro Gomes (PDT) para a atual crise.
“Acho que o presidente Lula está equivocado nessa postura. É hora de todos nós que acreditamos na democracia nos unirmos. Deixar um pouco de remoer o passado, de pensar em 2022”, disse o governador. Camilo também criticou postura do PT em apresentar um pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro, classificando a medida como “extrema”.
“Remédio para governo ruim é pressão popular. Impeachment é extremo e precisa ter motivos legais. Nós temos uma eleição daqui a dois anos e meio, basicamente. É muito ruim para o País", disse, em tese semelhante à defendida por Ciro para o tema. O governador também minimizou críticas ao pedetista e defendeu necessidade de união entre forças progressistas do País.
“Tem que acabar com esse extremismo todo que está acontecendo no Brasil. 25% de um lado, 25% do outro, e fica 50% assistindo a tudo isso sem entender muito bem”, diz. Apesar disso, Camilo destaca papel fundamental de petistas na defesa da democracia e diz acreditar em uma maior aproximação entre petistas e pedetistas, incluindo para a eleição deste ano em Fortaleza.
“Eu sou um otimista, acredito que sempre será possível, temos mais convergências que divergências. Pelo bem de Fortaleza, da democracia, seria importante uma aliança aqui em Fortaleza. Se isso ocorrerá, só o tempo dirá”, diz.
Em outro momento, Camilo evitou dizer se era “time Ciro” ou “time Lula”. “Tenho uma admiração pelos dois. O presidente Lula, da redemocratização para cá, foi o melhor presidente que esse país teve. E da mesma forma o Ciro Gomes, das maiores inteligências que já vi. E o que puder fazer para aproximá-los, eu farei.”
O governador também voltou a afirmar que a Polícia Militar do Ceará sofreu influência de grupos político-partidários durante motins registrados em fevereiro. Em determinado momento, o petista chegou a fazer referência clara ao deputado federal Capitão Wagner (Pros), liderança da categoria e opositor ao governo.
Questionado sobre violência policial registrada em manifestações em defesa da democracia neste domingo, 7, Camilo disse ser favorável aos atos, mas destacou necessidade de cumprimento do decreto de isolamento social em vigor no Estado. O governador disse ainda "não ter visto" cenas de violência na ação, que terminou com a prisão de uma mulher e detenção de outras seis pessoas.
O governador também defendeu posição do governo em iniciar fase de reabertura gradual da economia em Fortaleza. Afirmando que todas as decisões são tomadas a partir de critérios técnicos, o governador anunciou parceria com a Prefeitura de Fortaleza para, a partir desta terça-feira, 9, ampliar fiscalização contra aglomerações na Capital.
"Fortaleza era o epicentro, tinha quase 80% dos casos, mas conseguimos reduções signficativas". Camilo destaca ainda que, caso a reabertura provoque uma piora exagerada dos indicadores do coronavírus, a medida pode ser revertida a qualquer momento.
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