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Bolsonaro escolherá "a dedo" nomes ao Senado, inclusive no Ceará
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Bolsonaro escolherá "a dedo" nomes ao Senado, inclusive no Ceará

Quem diz é o deputado André Fernandes, que mantém relação estreita com o presidente Bolsonaro. E o nome do escolhido no Ceará não será necessariamente alguém ligado ao Ca´pitão Wagner
Tipo Opinião
Deputado André Fernandes e as intenções de Bolsonaro (Foto: Dario Gabriel/ALCE)
Foto: Dario Gabriel/ALCE Deputado André Fernandes e as intenções de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro terá como uma das prioridades para 2022 o lançamento de candidatos próximos a ele em quase todos os Estados do Brasil. A informação é do deputado estadual André Fernandes (Republicanos), um dos parlamentares mais próximos do presidente no Ceará. Neste sentido, o parlamentar destaca que Bolsonaro também deverá escolher "a dedo" um candidato para a vaga no Estado, que não necessariamente será o nome ungido pelo bloco de Capitão Wagner (Pros) na oposição local.

Segundo outros bolsonaristas cearenses, o nome para o Senado procurado é de alguém "da cozinha" do presidente, que poderia sair até mesmo do próprio Exército. O apoio do presidente a este nome não depende da chapa lançada pelo bloco da oposição no Estado, que terá uma dinâmica própria de alianças costuradas por Wagner.

Entre outras prioridades para o Ceará, está a eleição de pelo menos três deputados federais, sendo hoje as principais apostas do presidente o próprio Fernandes, o marido da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e presidente da Força Nacional de Segurança, coronel Aginaldo, e a médica Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde e conhecida como "Capitã Cloroquina".

De líder a presidente

Disputa para a sucessão de Antônio Henrique (PDT) no comando da Câmara Municipal de Fortaleza ainda está longe, mas já começa a ter seus primeiros movimentos no parlamento local. Nos corredores do Legislativo, o comentário geral é que o grupo do prefeito José Sarto (PDT) já possui candidato certo para a disputa, o líder do governo Gardel Rolim (PDT), que só não é oficializado por conta da distância até o pleito – marcado para ocorrer só no final do ano que vem – e pela existência de "variáveis" envolvidas no processo.

Uma delas é que o ajuste dependerá da eleição de Antônio Henrique para deputado estadual em 2022. Hoje, o presidente da Câmara é tido como "candidato natural" a ocupar a vaga aberta na Assembleia pela eleição de José Sarto em Fortaleza. A outra é a possibilidade de o comando da Câmara entrar na negociação política de olho na construção da chapa majoritária da base aliada de Camilo Santana (PT) para 2022.

VEREADOR Gardel Rolim, líder do governo Sarto na Câmara(Foto: Érika Fonseca/CMFor)
Foto: Érika Fonseca/CMFor VEREADOR Gardel Rolim, líder do governo Sarto na Câmara

Manda quem pode…

O fato é que, a preço de hoje, Gardel é o franco favorito de Sarto para a disputa. Próximo do prefeito e hoje líder do prefeito na Câmara, o vereador é evangélico e participou da articulação de pastores em apoio ao prefeito na eleição de 2020. Como tradicionalmente a decisão pela presidência da Câmara costuma ser selada do próprio Paço Municipal, Gardel acaba despontando também como favorito na disputa em si.

…obedece quem tem juízo

O claro favoritismo interno de Gardel pelo grupo do prefeito, no entanto, tem incomodado alguns integrantes da base aliada na Câmara Municipal. Apesar de não existirem em vista hoje outros nomes para disputar contra o líder do governo, alguns vereadores têm reclamado do pouco debate envolvido no processo. O protesto vem principalmente de pessoas que possuíam papel de maior relevo durante os governos Roberto Cláudio (PDT).

Pacto

Candidata à Prefeitura de Fortaleza em 2020, a deputada federal Luizianne Lins (PT) diz que recebeu ligação do então candidato do PDT na disputa, José Sarto, propondo um "pacto de não agressão" entre os dois durante a campanha daquele ano. Apesar da proposta, a petista foi alvo em programas eleitorais do hoje prefeito no 1º turno. "Foi combinado. O governador Camilo me chamou e propôs um pacto de não agressão, e eu topei em não atacar o Roberto Cláudio. O Sarto me ligou, propôs, através do deputado Elmano (Freitas, do PT), essa não agressão e que a gente iria se encontrar no segundo turno. Aceitei e fui de coração aberto, como sempre faço, sem atacar ninguém", diz.

 

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