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Guimarães e o PT independente
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

Carlos Mazza política

Guimarães e o PT independente

Mais que ampliar presença do Ceará no alto escalão da sigla em São Paulo, também ganha força a tese da candidatura própria do partido em Fortaleza na eleição deste ano
Tipo Opinião
 Deputado Guimarães (PT)  (Foto: pablo valadares)
Foto: pablo valadares  Deputado Guimarães (PT)

O deputado federal José Guimarães foi eleito na última sexta-feira, 17, vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores. Além do parlamentar, também foi alçada à cúpula nacional petista a cearense Sônia Braga, aliada de Guimarães. A vitória de ambos na disputa interna, mais que ampliar presença do Ceará no alto escalão da sigla em São Paulo, também reforça tese da candidatura própria do partido em Fortaleza na eleição deste ano.

Tudo isso pois, a preço de hoje, a orientação nacional é de que o partido dispute prefeituras de todas as principais cidades do País - coisa que nem Guimarães nem Sônia têm questionado em discussões partidárias. Nos últimos anos, diversos levantamentos do PT no plano nacional também apontam Fortaleza como uma das capitais onde a sigla possui maiores chances de ganhar, sobretudo com o nome da ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins.

O otimismo petista com a capital cearense é curioso, sobretudo por conta do fraco desempenho da ex-prefeita em 2016, quando Luizianne terminou 1º o turno na terceira posição, com 15% dos votos - a metade do 2º colocado, Capitão Wagner (Pros). Para membros do partido, no entanto, o cenário era outro e acabou atingido por uma onda antipetista provocada pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) naquele ano.

Em entrevista ao O POVO neste fim de semana, a própria Sônia reiterou a tese, destacando não só Luizianne, como também o vereador Guilherme Sampaio, como possíveis pré-candidatos do partido na Capital. "Nós já estamos colocando a disposição da sociedade esses dois nomes, que já possuem grandes legados em Fortaleza", disse.

Wagner e Universal

O anúncio de adesão do Republicanos à candidatura de Capitão Wagner (Pros) a prefeito de Fortaleza tem um detalhe ainda pouco repercutido no cenário local. Mais do que só o apoio da sigla em si, a declaração representa também a adesão a Wagner da cúpula de uma das principais organizações religiosas do País: a Igreja Universal do Reino de Deus.

Ainda que não confirmadas oficialmente, são públicas e notórias as muitas relações entre a instituição evangélica neopentecostal e o Republicanos, sendo a maior parte de suas lideranças e indicações de alto escalão formada por pastores da Universal.

Principal liderança da sigla no Congresso, o ex-ministro e vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), é bispo licenciado da instituição. No Ceará, o principal líder da sigla, deputado Ronaldo Martins, também é bispo licenciado e já apresentou programas de rádio e televisão da entidade, criada e liderada pelo bispo Edir Macedo.

Em toda eleição, um dos segmentos de voto mais disputados sempre é o de eleitores evangélicos, que costumam "virar" disputas. Resta saber se, no caso fortalezense, os fiéis da Universal deverão seguir o que indica a cúpula da entidade.

Caravana cearense

Os deputados estaduais André Fernandes e Delegado Cavalcante, ambos em vias de trocar o PSL pelo Aliança pelo Brasil, viajam para Teresina no próximo domingo, 26, para participar de evento para a criação do novo partido no Piauí. Buscam retribuir, desta forma, a presença de diversos parlamentares de outros estados nordestinos ao evento da sigla no Ceará, realizado no início de janeiro em Fortaleza.

Até agora, a coordenação do Aliança pelo Brasil no Ceará não possui um balanço de quantas assinaturas pela criação do partido foram contabilizadas em todo o Estado. Segundo eles, o atraso no fechamento dos números se dá por "problemas técnicos" com cartórios do Interior. Caso não consiga assinaturas suficientes para a criação do partido a tempo para as eleições deste ano, lideranças do Aliança não destacam migrações para outras siglas "temporárias".

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