Curta o Gênero disponibiliza 96 curtas em mostra on-line
João Gabriel Tréz é repórter de cultura do O POVO e filiado à Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine). É presidente do júri do Troféu Samburá, concedido pelo Vida&Arte e Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará. Em 2019, participou do Júri da Crítica do 13° For Rainbow.
Curta o Gênero disponibiliza 96 curtas em mostra on-line
Festival Curta o Gênero dá partida na próxima terça, 17, para a Mostra Internacional de Audiovisual, que traz na edição deste ano 96 curtas do Brasil e do mundo
Resistências, desejos, dores e possibilidades em temas diversos como masculinidades, vivências anticoloniais, envelhecimento, educação e ditadura militar são desvelados de diferentes formas nos 96 curtas que compõem a XI Mostra Internacional de Audiovisual do Festival Curta o Gênero, promovido pela ONG Fábrica de Imagens. Os filmes ficarão disponíveis no YouTube do festival a partir de terça, 17, e seguindo até o dia 29 de agosto.
Na primeira edição do evento, em 2012, o total de curtas inscritos foi de 90, até mesmo menor do que o número de selecionados neste ano, quando foram quase 500 as obras que se inscreveram. Para o coordenador geral do evento Marcos Rocha, os dados apontam uma intensificação das discussões sobre gênero.
"A participação vem se intensificando e me refiro tanto ao aspecto quantidade quanto à abrangência, diversidade temática", ressalta, afirmando ainda que as pessoas que "se dedicam às questões de gênero, sexualidades e interseccionalidades têm conseguido complexificar conceitualmente e politicamente suas obras".
"De algum modo, ações como o Curta o Gênero tem contribuído para esse processo, para o qual não há volta. A tendência é que os olhares estejam cada vez mais apurados seja nas denúncias, seja nas proposições", avalia.
Os 96 filmes que compõem a programação da Mostra são divididos em 15 sessões diferentes. Seis delas pertencem à chamada Mostra Temática, na qual os curtas foram aproximados pelos assuntos que abordam. Outras seis estão na chamada Mostra Paratodes, que reúne um panorama geral de temas, formas de narrar e linguagens.
Há ainda as duas sessões da programação Colorindo o Gênero, voltada ao público infantil, que aborda temas como direitos humanos e cidadania a partir da ludicidade. O segmento apresenta filmes cuja curadoria foi construída coletivamente por estudantes do curso Audiovisual e Direitos com Crianças, com acompanhamento parental e de profissionais da psicologia.
Finalizando o total de 15 sessões, está aquela para as obras ligadas à Rede Cearense Cultura Viva de Gênero e Sexualidades, que foram construídas no processo formativo Cinema Instantâneo realizado pela Rede com a Ypuarana Cultural da Paraíba. Elas foram desenvolvidas por participantes dos Pontos de Cultura que integram o grupo.
"A ideia de nos organizarmos em Rede já era antiga e se concretiza nesse momento pandêmico e com o apoio da Lei Aldir Blanc. Juntamo-nos em rede para estudar, produzir e difundir produtos e ideias para a afirmação das sexualidades e da equidade de gênero, sempre atentos e atentas a outros marcadores sociais como classe e raça", elabora o coordenador.
As obras, ressalta Marcos, foram "produzidas por companheiras e companheiros que tiveram sua primeira experiência com audiovisual nesse contexto de pandemia, com aulas e orientações on-line".
No total, são oito curtas-metragens que trazem olhares de dentro de diferentes espaços do Ceará. "Vivências Femininas no Cariri Cearense", de Emanuel Silva e Laís Paz, relata as experiências de duas líderes sociais da região.
Já "Unidas do Roçado de Dentro", com direção de Conceição Pinheiro, Jorge Alcântara e Janaísa Oliveira, apresenta a força das mulheres do Sítio Roçado de Dentro, de Várzea Alegre, que dá vazão à uma escola de samba no município.
Completam a lista "Ser e (re)existir", de Antônio Rodrigues (Boa Viagem), "Sou do Gesso", de Ricardo Alves e Marta Regina Amorim (Crato); "Meu Corpo, Minha Dança, Meu Território, Meu Espaço Político - Mestre Maria De Tiê", de Valéria Pinheiro (Jati); "Nas Mãos Das Mulheres Linhas E Sonhos", de Ívina Nascimento (Paraipaba); "Mulheres Que Lutam", de João Arthur Ribeiro Gonçalves Monte Rocha (Fortaleza); e "A Renascença De Carmem", de Robéria Oliveira (Jaguaretama).
IX Mostra Internacional de Audiovisual do Curta o Gênero
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