Piauí inova, Ceará se move: caminhos da IA na educação
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Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2009), mestre (2012) e doutor (2016) em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC. Apresentando interesse pela Sociologia Política e Ciência Política. Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), atua como palestrante e analista político, colaborando com movimentos sociais, associações e imprensa
Piauí inova, Ceará se move: caminhos da IA na educação
. lição que o Piauí oferece é clara: é possível, sim, transformar a escola pública em ambiente de inovação, desde que haja vontade política, planejamento e uma aposta no protagonismo estudantil
Foto: Adobe Stock
Historicamente, a automação e a tecnologia da informação tendem a afetar as tarefas rotineiras, mas uma das coisas que diferencia o estado da tecnologia atual é a capacidade de impactar empregos altamente qualificados
Em tempos de transformações tecnológicas vertiginosas, o Piauí surpreende ao protagonizar uma política educacional inovadora: incluir o ensino de inteligência artificial (IA) no currículo da rede pública estadual. Trata-se de um movimento ousado, especialmente num país onde os debates sobre tecnologia nas escolas públicas costumam esbarrar em desigualdades estruturais, falta de conectividade e ausência de políticas formativas.
O que o governo piauiense fez foi mais do que introduzir uma nova disciplina — foi assumir, de forma estratégica, que a educação básica precisa preparar jovensnão apenas para o futuro do trabalho, mas para a cidadania em um mundo mediado por algoritmos.
O currículo de IA abrange desde os conceitos básicos de automação e machine learning até discussões éticas sobre o uso de dados e o impacto dessas tecnologias na vida cotidiana. A experiência, iniciada em 2023, tem como público-alvo estudantes do ensino médio e é aplicada com apoio de parcerias técnico-pedagógicas, como a da Huawei e de universidades locais.
Com isso, o Piauí passa a ser o primeiro estado do país a sistematizar o letramento digital e computacional com ênfase em IA dentro da escola pública. A lição que o Piauí oferece é clara: é possível, sim, transformar a escola pública em ambiente de inovação, desde que haja vontade política, planejamento e uma aposta no protagonismo estudantil.
No Ceará, estado historicamente reconhecido por seus avanços na educação, a experiência do Piauí lança um convite: o de ampliar os horizontes da inovação pedagógica. Temos redes de ensino bem estruturadas, escolas conectadas e um corpo docente qualificado. Nesse sentido, uma das iniciativas mais promissoras é o Projeto Educatech IA, que o Instituto Centec desenvolve -- em parceria com a Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc).
O objetivo da ação é conectar os professores da rede profissional ao universo das potencialidades e riscos da inteligência artificial, inserindo o tema nas práticas pedagógicas. É uma estratégia de política pública inovadora para aproximar a escola do presente — preparando-a para o futuro.
Ao fazer da inteligência artificial uma linguagem comum no cotidiano escolar, o Ceará, ao apostar na formação de professores multiplicadores, pode não apenas manter sua posição de liderança educacional, mas também protagonizar uma virada tecnológica inclusiva — onde jovens da periferia e do interior sejam habilitados não só para consumir tecnologia, mas para criá-la, questioná-la e transformá-la. O que está em jogo não é apenas ensinar a lidar com algoritmos, mas garantir que nossos jovens possam escrever seus próprios códigos — nos dispositivos eletrônicos e na vida.
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