
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Qualquer análise econômica ou social sobre 2020, nas próximas décadas, virá acompanhada de um asterisco. Nele, o contexto da pandemia do novo coronavírus, que desde o fim do ano passado afeta a população global, terá de ser esmiuçado para justificar os dados de padrão e ordem diferentes.
O ápice da infecção no Ceará, entre abril e junho, fez despencar a economia, tratada há anos com responsabilidade fiscal e contenção de gastos. A complexa equação de segurança sanitária e crise financeira se impôs, tanto para aqueles estados onde o fechamento comercial foi rigoroso, quanto para quem optou por manter atividades econômicas sob risco de grave impacto social.
A recessão é reflexo da pandemia, não do lockdown. Milhares de pessoas morreram, apesar do esforço para evitar perdas. Com o cenário sanitário mais controlado, o Governo pôde, um passo de cada vez, retomar atividades econômicas. Com isso, a economia cearense volta a recobrar a saúde.
No mês de agosto, o resultado no Estado foi acima das positivas médias de Nordeste e Brasil. O Índice de Atividade Econômica Regional (IBC-Br), espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB) medido pelo Banco Central, aponta crescimento de 1,82% no mês ante o mês anterior. A Região marcou 1,09% e o País, 1,06%.
Mais que isso, a alta se mantém mesmo na comparação com o contexto pré-pandemia. Na comparação com agosto de 2019, o crescimento foi tímido, de 0,66%, mas a cifra ganha força pelos contextos divergentes.
A crise, entretanto, é bem mais profunda. A retração ainda é o retrato do ano. De janeiro a agosto, com ajuste sazonal, o IBC-Br registrou queda de 3,24%. No acumulado de 12 meses, o resultado também é negativo, com baixa de 1,2%.
No país, a recuperação começou em maio e tem se mantido estável, ainda que tímida. No Ceará, um dos primeiros a estabelecer medidas rígidas de isolamento social para conter a Covid-19, já são dois meses consecutivos de alta.
A economia é rápida para cair. Diante do desafio global de enfrentamento de uma pandemia que matou mais de 1 milhão de pessoas, seria impossível driblar a recessão mesmo com toda a contenção de gastos do mundo.
Já o crescimento é sempre lento. E o Ceará necessita de uma população com saúde para retomar a velocidade de cruzeiro em que avançava a economia do Estado.
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