O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
O que O POVO pensa sobre os principais assuntos da agenda pública
Para marcar a passagem de 35 anos de existência do Sistema Único de Saúde, neste 2025, foram publicados estudos mostrando que o SUS consolidou-se como o maior sistema público, gratuito e universal do mundo, com acesso livre a todos que o procuram.
O Ministério da Saúde (MS), com dados do DataSUS, informa que a grande maioria dos brasileiros depende diretamente do sistema. Os números indicam que o SUS realiza 2,8 bilhões de atendimentos ao ano, sob a responsabilidade de 3,5 milhões de profissionais em atuação.
Como lembra o Ministério da Saúde, a Constituição de 1988 deixou como legado um capítulo inteiro dedicado à saúde, prevendo que o sistema deveria ser universal e gratuito, estabelecido como direito de todos e dever do Estado. A regulamentação do sistema ocorreu dois anos mais tarde, no dia 19 de setembro de 1990.
Dados do governo mostram que, atualmente, 76% da população brasileira dependem exclusivamente do SUS para serviços médicos e odontológicos. Contando com aqueles que utilizam o sistema em algum momento, como para exames, vacinas e emergência, esse percentual chega a 84%.
Alguns números do SUS impressionam, como ter a maior rede pública de transplantes do mundo, com recorde de 30 mil procedimentos realizados em 2024, segundo informações do MS. Ou como o seu extenso serviço de vacinação — que erradicou a poliomielite em 1994 —, e protege, principalmente as crianças, de aproximadamente outras 25 doenças graves.
O SUS já faz parte do dia a dia dos brasileiros, que o tomam — como deve ser — como um direito inalienável e que deve estar à disposição quando demandado. No entanto, é interessante observar como estrangeiros reagem, quando estão no Brasil, e precisam procurar uma emergência médica.
Tornou-se notícia o espanto do jornalista americano Terrence McCoy, repórter do The Washington Post, quando, em julho deste ano, após sofrer um acidente doméstico em Paraty (RJ), recorreu a um serviço de emergência. Ele passou por raio x, tomografia, sutura na cabeça, recebeu medicamentos e saiu sem pagar nada. "Isso não existe nos Estados Unidos", disse ele, comentando os altos custos dos serviços médicos em seu país.
É ainda preciso observar que a quantidade brasileiros que dependem do SUS vem aumentando: era de 71,5% em 2019 (IBGE), subindo para os atuais 76% (Ministério da Saúde), mostrando a necessidade de mais investimentos no setor.
Enaltecer o SUS não significa esconder os problemas que existem no sistema, pelo contrário é preciso expô-los para melhorar a sua administração. O SUS padece de crônico subfinanciamento; faltam médicos, remédios e existem extensas filas para cirurgias eletivas, desafios que precisam ser superados.
Mas é preciso reafirmar o SUS como uma importante conquista democrática para garantir a todos os brasileiros o direito à saúde.
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