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Os fogos, a violência e a morte de policiais
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Os fogos, a violência e a morte de policiais

Tipo Opinião

O Ceará, e o resto do mundo, concentram as atenções no combate à pandemia de Covid-19, e fazem isso com razão. Mas os outros problemas não deixam de existir e um deles, bem conhecido dos cearenses, voltou com força e intensidade. O barulho de fogos tem sido uma constante em vários locais de Fortaleza. Não é jogo de futebol nem festa de São João. Facções criminosas seriam responsáveis pelo alarido, para comemorar alianças, adesões, chegada de drogas ou apenas para tentar demonstrar força. Além disso, em apenas uma semana, três policiais militares foram assassinados, um ex-PM também foi morto e outro policial e um guarda municipal foram baleados. Houve ainda um tenente da PM que foi alvo de assaltantes, que fugiram quando ele disparou. O coronel Alexandre Ávila, comandante-geral da Polícia Militar, disse que as informações de inteligência apontam que não são ações coordenadas. Mas, vamos combinar, quanta coincidência. Em paralelo, o Ceará viu aumento considerável do número de homicídios em todos os meses deste ano, apesar da quarentena.

O Ceará vive sinais de uma crise de violência que parece se agravar. Depois da onda de ataques de janeiro de 2019, o Estado viveu seu melhor momento na segurança pública em muito tempo. Porém, sobretudo a partir da paralisação da Polícia Militar, em fevereiro, a situação preocupa bastante. Basta lembrar que, em 2012, a Polícia também parou, a violência aumentou desde então e não se recuperou até o fim do então governo, de Cid Gomes (PDT).

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  General Theophilo torce por Bolsonaro e elogia Moro
Foto: MATEUS DANTAS, EM 5/12/2018
General Theophilo torce por Bolsonaro e elogia Moro

Os movimentos do general

Fora do Governo Federal, o general Guilherme Theophilo volta à política do Ceará. Migrou da área de influência de um senador para outro. Em 2018, foi o candidato do PSDB de Tasso Jereissati. Ontem, ele assumiu a direção em Fortaleza do Podemos, partido do senador Luis Eduardo Girão.

Em entrevista ao colega Carlos Holanda, o general faz um equilibrismo difícil nos dias de hoje. Ele deixou recentemente a Secretaria Nacional de Segurança Pública e trabalhava diretamente com o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Theophilo não faz uma crítica a Bolsonaro, torce para o presidente, mas elogia o ex-ministro, diz que ele é "trabalhador e sério".

Em 2018, o general teve 11,3% dos votos para governador. Num Estado sob hegemonia de longa data, foi o segundo colocado na disputa que reelegeu Camilo Santana (PT).

A volta as aulas daqui a um mês

Não é ainda certeza, mas passou a ser possibilidade o retorno das aulas presenciais em escolas particulares de Fortaleza. Vai depender da evolução dos casos, do andamento plano de retomada das atividades. Antes de 20 de julho elas não voltam, mas poderá ser depois se houver aumento dos casos.

As escolas esperam por esse retorno já há algum tempo. Como as demais atividades econômicas, elas padecem. Entre os pais, muitos já voltando ao trabalho, alguns esperam esse retorno para ter onde deixar os filhos. Mas, esses e todos os outros se preocupam com as condições do retorno. Até mesmo quem acha que a pandemia que já matou 45 mil pessoas é uma gripezinha há de se precaver quando se trata dos filhos. Por isso, o assunto da volta às aulas é mais delicado que o retorno do comércio ou da indústria. Muitos mais já se antecipam e dizem que suas crianças não retornarão agora.

A situação das crianças preocupa mais ainda por muitas delas conviverem com idosos. Uma perigosa cadeia de transmissão pode ser construída.

Essa volta precisa ser muito bem avaliada pelas instituições e pelas famílias. Seja quando for o retorno, demandará cuidados muito criteriosos. 

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