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Como a base do prefeito usará o tempo extra até a eleição
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Como a base do prefeito usará o tempo extra até a eleição

Tipo Análise
Roberto Cláudio coordena as negociações dentro de certos limites (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR Roberto Cláudio coordena as negociações dentro de certos limites

Adiar a eleição de 4 de outubro para 15 de novembro foi decisão por motivo de saúde, não de política. Mas, 42 dias fazem diferença na campanha? Depende. Não devem ser determinantes. Porém, neste alucinante Brasil 2020, seis semanas são tempo suficiente para mudanças drásticas. Como estarão os humores em relação à Covid-19? Espera-se que os casos estejam absolutamente sob controle. Mas, pode haver diferentes realidades pelo País. A economia, como estará? Clima de depressão ou recuperação? O discurso de Jair Bolsonaro ao responsabilizar governadores e prefeitos será recebido de que forma até lá? As denúncias de fraudes que têm surgido terão chegado a alguma conclusão? As eleições não são federais, mas o presidente da República sempre tem peso. Bolsonaro deu palpite em eleição na Argentina, no Uruguai, nos Estados Unidos. Acha que ele não vai se meter nas disputas nas principais cidades do Brasil? Como Bolsonaro estará até lá? Terá conseguido pacificar o governo? Terá mais demissões de ministros? A educação e a saúde terão gestores? E o Queiroz? Todos esses são fatores que mudam do dia para noite, que dirá em 42 dias.

E Fortaleza? Os Ferreira Gomes têm por método usar os prazos até o limite. Será que, com mais 42 dias, farão isso? Aproveitarão o tempo extra nas articulações de bastidor? Ou vão, finalmente, colocar o bloco na rua? O prazo para oficializar candidaturas, que começaria dia 20 deste mês, fica do fim de agosto a meados de setembro. O mais provável principal adversário, Capitão Wagner (Pros), já deu a largada em sua pré-campanha tem é tempo.

Salvo uma surpresa que não está no horizonte, a candidatura governista em Fortaleza será de um novato em eleições majoritárias. Usará Roberto Cláudio (PDT) e seu grupo esse tempo para tornar o candidato conhecido? Ou consumirão o tempo em debates internos?

Ainda há costuras por fazer. A mais delicada, ou mais ousada, é com o PT. O partido do governador Camilo Santana está com tudo encaminhado para lançar Luizianne Lins a prefeita. Mas, ainda há no Palácio da Abolição esperança de costurar entendimento. Há menos de um mês, Camilo dizia haver tempo, não mostrava pressa alguma.

A base aliada não acena com uma coisa que a oposição tem: uma personalidade conhecida, popular, de apelo. Os governistas têm algo que a oposição passa longe de apresentar: experiência em montar campanhas muito profissionalizadas. Os Ferreira Gomes são profissionais da política como não há outros no Ceará. Tanto que, ao bater de frente, deram traço até em Tasso Jereissati (PSDB), que os projetou.

Eles claramente confiam no método. Foram vitoriosos desse jeito mesmo em condições adversas como agora - em 2014, com o pouco conhecido Camilo Santana contra Eunício Oliveira (MDB). Ocorre que Fortaleza não é o Ceará e o Capitão não é Eunício.

O dia da eleição

A data do primeiro turno, 15 de novembro, é dia histórico na trajetória eleitoral brasileira. Na redemocratização, foi a data das eleições até 1989. Em 15 de novembro, Gonzaga Mota foi o primeiro governador do Ceará eleito pelo voto direto após a interrupção democrática nos anos de ditadura, em 1982. Também foi o dia da eleição de Maria Luiza Fontenele prefeita de Fortaleza, em 1985. De Tasso Jereissati para governador cearense, em 1986. E Ciro Gomes para prefeito, em 1988. Em 1989, foi o dia da votação que levou Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva ao segundo turno.

É um dia no qual o eleitor tomou boas decisões?

O PSL no Ceará

André Fernandes deixou o PSL, partido com o qual não tinha mais identidade alguma. A saída foi pacífica - algo não muito comum para o deputado. Outro parlamentar do PSL na Assembleia, Delegado Cavalcante também está rompido com a legenda, mas a briga é mais séria e o acordo talvez mais complicado. Isso se o presidente do PSL Ceará, Heitor Freire, não quiser mais é ver Cavalcante longe.

 

Podcast O Jogo Político

Jornalista analisa que Capitão Wagner tem mais a perder com adiamento; ouça podcast: Listen to "#87 - Quem ganha e quem perde com o adiamento das eleições para prefeito" on Spreaker.

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