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Peças se movem na pré-campanha das eleições em Fortaleza
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Peças se movem na pré-campanha das eleições em Fortaleza

Tipo Análise
PDT encerrou os debates 
e agora definirá o candidato (Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK ROBERTO CLÁUDIO)
Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK ROBERTO CLÁUDIO PDT encerrou os debates e agora definirá o candidato

O PDT encerrou ontem sua série de debates entre pré-candidatos a prefeito de Fortaleza. Essa é a parte pública, mas o mais importante ocorre de forma reservada. Em menos de três semanas, a base governista decide candidatura a prefeito e vice - salvo um daqueles arremedos que de vez em quando aparecem para empurrar a decisão para ainda depois da convenção. Não é o objetivo e não deve ser o caso. Isso só ocorre quando há um grande impasse. A tardia decisão precisa sair até 16 de setembro. Na articulação do Paço Municipal, há quem defenda a escolha anunciada na próxima semana, antes de 7 de setembro, quando Capitão Wagner (Pros) realiza sua convenção. Seria forma de demarcar posição, criar fato frente ao candidato que tem maior visibilidade. E até tentar dividir as atenções. Para isso, as conversas já têm se desenrolado e agora ganharão velocidade e intensidade. Isso já tem acontecido. Não está descasado do encontro ocorrido ontem entre o governador Camilo Santana (PT) e a pré-candidata petista Luizianne Lins (PT). De acordo com o colega Eliomar de Lima, Camilo tentou fazer a ex-prefeita desistir da candidatura em nome de uma frente contra o Capitão. Luizianne reafirmou a candidatura.

Tudo dentro do previsto. Salvo alguma carta na manga, não será com conversas que a união PDT-PT irá se viabilizar. A maioria dos governistas já coloca na conta do sem jeito para o primeiro turno e torce apenas para que as emoções não inviabilizem acerto para o segundo turno. A informação mais relevante está nos movimentos que se afunilam e convergem, afinal.

Não será motivo para ninguém ficar espantado se, na madrugada do dia 12, os acertos estiverem sendo encerrados. Porém, a intenção do prefeito Roberto Cláudio (PDT) seria de uma definição antes. Contudo, esse relógio nem sempre está sob absoluto controle. Há conversas e negociações por fazer.

Como nenhum dos cinco pré-candidatos é lá muito conhecido da população, o tempo que poderia haver para amplificar a visibilidade antes da campanha já foi para o espaço. Os Ferreira Gomes enfileiram vitórias eleitorais dessa maneira desde a metade da década passada. Obviamente eles entendem muito mais desse negócio do que eu. Mas, esse tipo de atitude pode significar perder a eleição - ainda mais numa campanha mais curta, como têm sido desde 2016, e essa atípica como nenhuma outra.

O papel do policial

É inaceitável o ato do policial filmado virando o carro de frutas de um vendedor ambulante em Fortaleza. E entendo que a raiz do problema está na forma como muitos policiais se veem. Vários deles tratam uns aos outros como guerreiros ou heróis. Não é o que devem ser. Não se deve esperar ou cobrar deles heroísmo. Por isso, não se deve submetê-los a riscos desnecessários ou inconsequentes, deixá-los sem condições de trabalho adequadas e sem estrutura.

Também se consolidou a imagem do policial como autoridade. E ele tem autoridade. Mas, vê-se o policial alguém com poder de mando. E a autoridade que o policial tem não é de mandar em ninguém. É a autoridade da lei. O que o policial fez contra o ambulante é uma afronta à lei - e, portanto, à própria autoridade.

Ontem foram espalhadas informações pessoais que seriam do ambulante. Se são falsas é um absurdo, se forem verdadeiras é mais absurdo ainda, pela invasão de privacidade. Espalha-se que ele teria envolvimento com crimes. Ora, mas se ele tem algo a responder deveria ser conduzido pelo policial, preso que fosse. Nada justifica virar o carro de frutas.

O problema, entendo eu, é que o policial não é guerreiro, não é herói e, antes de ser autoridade, ele é servidor. A Polícia tem como única razão de existir servir ao povo. A Polícia e, aliás, o Estado inteiro. É só para isso que se presta. E servir à população deve ser um privilégio.

Porém, ao longo da história, a imagem e autoimagem que se construiu dos policiais sempre foi muito mais a da autoridade, da força, a do cara que manda. Só depois vem a imagem de alguém cuja função é servir à população.

 

Foto do Érico Firmo

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