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Camilo entra na campanha contra o Capitão
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Camilo entra na campanha contra o Capitão

Tipo Opinião
Carol Solberg foi advertida por manifestação contra Bolsonaro (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)
Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV Carol Solberg foi advertida por manifestação contra Bolsonaro

O governador Camilo Santana (PT) encontrou brecha como talvez não ache outra neste primeiro turno para entrar na campanha. Ele vem explorando o limite das possibilidades para demonstrar o apoio que não pode explicitar a José Sarto (PDT). Quando Luizianne Lins (PT) passa a usar a imagem e o nome do governador, confunde ainda mais as coisas. Ocorre que Camilo não pode fazer campanha a favor. Porém, entrou com os dois pés na campanha contra Capitão Wagner (Pros). Não é muito o estilo do governador. Mas, ele bateu com força. Trouxe episódio que incomoda o Capitão. Quando teve postura questionada pela própria categoria. Antes do início do movimento, ele articulou para que houvesse acordo. Foi acusado pela categoria, e pediu desculpas, por aceitar termos que não agradaram aos policiais. Quando o movimento começou, ele ficou ao lado deles. Mas, evitou se envolver demais. Foi diferente de 2012.

A declaração de Wagner ao Sistema Verdes Mares, dando a brecha para Camilo entrar na campanha, foi comemorada nas fileiras do governismo cearense. Vinham buscando meios de colocar o governador na campanha, e encontraram ontem.

O Capitão reagiu com sangue frio. Evitou morder a isca de entrar nesse debate. Sabe que não interessa a ele, nem debater com Camilo Santana.

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Pesquisa tem Capitão na frente,
mas é boa para Luizianne e Sarto

A pesquisa Ibope para a Prefeitura de Fortaleza, divulgada pela TV Verdes Mares, mostra Capitão Wagner com o maior percentual, mas em situação pouco confortável. Tem 28%. Claro, qualquer dos outros candidatos trocaria de lugar com ele. Mas, para quem despontava como o mais forte na largada, quem com mais antecipação se preparou, não apresenta folga. Está tecnicamente empatado com Luizianne Lins (PT), com 23%.

Se o Ibope captou o real sentimento do eleitor, a ex-prefeita aparece forte. Até pela rejeição dela, a mais alta, também em empate técnico com Wagner. Ela tem 36% e ele, 33%. Aliás, a rejeição é outro aspecto que deve preocupar o Capitão.

José Sarto (PDT) tem 16% e o número me surpreende. Considerável para quem é tão pouco conhecido e com tão pouco tempo de campanha. A rejeição, 17%, é inferior à dos líderes.

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Fundo de quintal

Transmissão de jogo da seleção brasileira pela TV Brasil teve abraço para o presidente Jair Bolsonaro. Lembrou-me aqueles shows realizados nos rincões mais atrasados, com a banda de forró mandando alô para o prefeito. A TV Brasil é pública, não é feudo particular do presidente. Lembrou os piores anos da exploração política do futebol pelo populismo de Estado.

Carol Solberg foi advertida por manifestação contra Bolsonaro
Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV
Carol Solberg foi advertida por manifestação contra Bolsonaro

A quem interessa o silêncio

No mesmo dia em que a televisão pública mandava alô para o presidente na transmissão do futebol, a jogadora de vôlei de praia Carol Solberg recebeu advertência por ter gritado "Fora Bolsonaro", após receber medalha, em transmissão do Sportv.

Exploração política do esporte remonta ao menos a Getúlio Vargas. Tem sido recorrente ter governantes misturados durante festas de títulos - vide o recentemente afastado Wilson Witzel - e até entregando taças - caso de Jair Bolsonaro.

O esporte brasileiro está repleto de problemas, mas o maior deles não é a manifestação política de atletas. Pelo contrário. A cúpula do futebol brasileiro foi alvo de investigações de denúncias, o então presidente da CBF, José Maria Marin, foi preso na Suíça.

Há uma fila de políticos e empreiteiros presos por irregularidades na organização da Copa do Mundo e nas Olimpíadas. Denúncias atingem um monte de federações esportivas, inclusive do vôlei. E quase ninguém do meio fala nada. Por isso querem os atletas calados.

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