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Pesquisa Datafolha: Capitão Wagner tem duas possibilidades para ser eleito
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Pesquisa Datafolha: Capitão Wagner tem duas possibilidades para ser eleito

Tipo Análise
 Capitão Wagner: muitos pontos para tirar em poucos dias (Foto: Barbara Moira)
Foto: Barbara Moira  Capitão Wagner: muitos pontos para tirar em poucos dias

Qualquer pessoa familiarizada com algarismos arábicos é capaz de perceber que a primeira pesquisa Datafolha para prefeito de Fortaleza neste segundo turno é muito favorável a José Sarto (PDT). É irreversível? Não, porque tal coisa não existe em política. Mas, Sarto é bastante favorito. De maneira tal que uma eventual vitória do Capitão Wagner (Pros) entrará no rol das eleições épicas - Fortaleza coleciona algumas.

Vejo duas chances de Capitão Wagner ser eleito. Uma é a pesquisa estar errada. Isso acontece. Nesse caso, os números não corresponderiam à realidade da percepção do eleitor. Estatisticamente, a chance é de 5%, considerado o intervalo de confiança de 95%. Essa é a possibilidade estatística de uma pesquisa com essa metodologia ter resultado fora da margem de erro. Vale lembrar, no primeiro turno o Datafolha apontou o resultado dentro da margem de erro: o instituto indicava Sarto 32%, Capitão Wagner 31%. Na eleição, deu Sarto 35,7%, Wagner 33,3%. A margem de erro era de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

A outra possibilidade é um crescimento vertiginoso. Tem chance? Tem. Já aconteceu? Já. Por exemplo: nesta eleição. Tomando o resultado em votos totais, a diferença é de 14 pontos percentuais para mais ou para menos. Na primeira pesquisa Datafolha do primeiro turno, Sarto estava 18 pontos atrás de Wagner. Mas, a diferença é óbvia: tempo. A votação está muito próxima. A pesquisa de hoje foi feita dez dias antes do 2º turno. Dez dias antes do primeiro turno, a diferença de 18 pontos já tinha virado empate técnico.

Com um elemento extra: Sarto, a despeito da longa trajetória, era desconhecido da maior parte da população no começo da campanha. As pesquisas apontaram isso. Para quem não é conhecido, ao ganhar visibilidade, a chance de crescer é maior. Quem já é conhecido precisa dos votos de quem já sabe quem é o candidato, mas por enquanto não pretende votar nele. Isso pode acontecer. Com redução da rejeição, melhora de avaliação. Algum fato forte contra o adversário.

Wagner tem um fator a seu favor: não há mais desvantagem no horário eleitoral. O tempo é igual. Tudo mais joga contra ele: as alianças. O tempo que resta.

Há um porém. Num segundo turno, só com dois candidatos, intenções de voto variam mais rápido. Em votos válidos, desvantagem de 18 pontos é tirada se o candidato crescer 9 pontos. Cada ponto que sobe é um que o adversário cai — em votos válidos. Ainda assim, é um ponto por dia até a votação, para empatar.

Para ser prefeito de Fortaleza a partir de 2021. Wagner precisa que algo extraordinário ocorra na campanha. Nem que seja um monumental erro de pesquisa. A mim aqueles 5% de chance de erro fora da margem parecem hoje a melhor chance do Capitão.

Podcast analisa eleições na Zona Norte, Cariri, Região Metropolitana de Fortaleza e os segundos turnos de Caucaia e Fortaleza

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