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Tasso toma gosto por ser candidato a presidente, e mostra isso
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Tasso toma gosto por ser candidato a presidente, e mostra isso

Senador já admite trabalhar e até mesmo disputar prévias para ser candidato a presidente
Tipo Opinião
Tasso Jereissati mostra disposição para ser candidato (Foto: AURELIO ALVES)
Foto: AURELIO ALVES Tasso Jereissati mostra disposição para ser candidato

O senador Tasso Jereissati (PSDB) está pegando gosto pela ideia de ser candidato a presidente da República. Há uma semana, na Globonews, ele dizia: "Não é projeto de vida meu chegar à Presidência da República." Em entrevista publicada domingo pelo Estado de S.Paulo, ele disse: "Ser candidato à Presidência não está ainda nos meus planos." A diferença é sutil, mas não é pequena. E ele reforçou: "Eu falo 'ainda'."

Tasso percebe o movimento para fazer dele candidato. É político, não rejeitaria a hipótese. Mas, deixa claro que não quer entrar numa guerra interna, como a em que se viu envolvido em 2001. Também não quer embarcar em aventura. Não quer pressão. Sobre ser cogitado como o "Biden brasileiro", brinca: "Fico extremamente lisonjeado, mas acho que é por causa da idade."

Disposição para concorrer

Tasso não mudou fundamentalmente de opinião. Mas, dá um passo além. Antes era quase como se, caso o partido quisesse, ele poderia avaliar ser candidato. É uma postura que Tasso manteve no Ceará desde que governou o Estado pela primeira vez. Em 1994, dizia que não queria concorrer a governador, mas acabou dispuytando. Em 1998, dizia não querer a reeleição, mas concorreu. Em 2006, 2010 e mesmo 2018, havia burburinho sobre ele concorrer de novo a governador. A exceção talvez tenha sido 2014, quando Eunício Oliveira (MDB) era o candidato da oposição e Tasso vinha de derrota. Foi buscar mesmo a vaga de senador. No Ceará, Tasso se acostumou a ser assim, fosse para negar a candidatura ou finalmente ceder. Para presidente, quem ficar sentado esperando que façam dele candidato não concorrerá nunca.

Tasso segue dizendo que não tem plano de ser presidente, mas agora reforça que ainda não tem. Mas, poderá ter. Nesse jogo, a disposição para a disputa é indispensável. Ele já admite disputar prévias. É do jogo. Até Lula, quando foi eleito presidente, teve de disputar prévias. Contrariado que fosse, teve de vencer Eduardo Suplicy. Ele que tem uma ascendência no PT que nem Tasso nem ninguém jamais terá no PSDB. Talvez ninguém tenha em partido nenhum no Brasil.

Ser candidato a presidente demanda disposição para brigar. Ser presidente exige ainda mais.

O lugar do centro

A situação hoje é muito diferente da outra ocasião em que Tasso pleiteou a candidatura a presidente. Em 2002, o posto era disputado por ser pelo então partido do governo. Agora, o partido vem do seu pior resultado numa eleição presidencial na história. A posição não tem o mesmo apelo. Mas, a candidatura tenta explorar hoje o espaço entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. O espaço hoje mais congestionado da política brasileira, que muita gente quer ocupar. Até Lula, que flerta com o centro, que já atraiu para se eleger em 2002.

Redes de centro

Um diagnóstico que Tasso faz é sobre a falta de presença forte do centro nas redes sociais. “O centro não tem rede social organizada e espalhada. Nenhum desses candidatos que estão aí tem. Vamos precisar ter.”
O problema talvez seja maior. As redes sociais são ambiente de paixão, de extremos, de polarização. É possível construir um fenômeno de massas nas redes sociais de centro? Pautado pela moderação, por ponderar os lados? É possível “viralizar” nas redes sociais sem um lado muito claro, sem posições extremadas?

Lira, o Congresso e a delegacia

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou a CPI da Covid, que o Senado instala hoje. “O Congresso não é delegacia de polícia neste momento.” Nem neste nem em momento algum, nem precisa ser para cumprir o papel de fiscalizar. É dever, não é se quiser, não é se der na telha.
Lira afirma que a CPI irá atrasar ações contra a pandemia e a vacinação em massa. Tolinho o Lira. Parece não saber que as ações e a vacinação já estão bem atrasadas sem CPI mesmo.

Ouça o podcast Jogo Político:

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