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A forma como Izolda se move
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

A forma como Izolda se move

Governadora faz política como quem não quer nada, mas quer
Tipo Opinião
Petistas em torno de Izolda (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Petistas em torno de Izolda

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A governadora Izolda Cela (PDT) começa a se mover com mais desenvoltura na política. Na segunda-feira, fez reunião com os parlamentares aliados, mais significativo momento com a base de sustentação legislativa desde que tomou posse. Izolda faz política como quem não quer nada. É uma estratégia esperta para o método Ferreira Gomes de decidir. A foto com a bancada do PT não é inocente. O partido tem deixado claro, por todos os seus principais nomes e com todas as letras, que prefere a governadora como candidata. Mas, a foto dos parlamentares petistas em torno de Izolda e apontando para ela produziu a imagem que traduz a preferência.

Izolda fez um encontro com parlamentares que serve para estabelecer ritos, fazer sinalizações e demonstrar abertura. No mais, é protocolar. Ela disse que os receberá individualmente. A bancada é grande. Tomará tempo de agenda. Mas, estes momentos reservados com a governadora são aqueles que os parlamentares de fato esperam.

Capitão Wagner em Sobral

O deputado federal Capitão Wagner escolheu Sobral para o primeiro encontro regional do União Brasil. A opção pelo reduto da família Ferreira Gomes para a largada da legenda tem um quê de desafio. Os Ferreira Gomes têm muito apoio, mas também muitos opositores locais. Foi lá onde se deu o terrível episódio do senador Cid Gomes (PDT) com a retroescavadeira, no qual levou dois tiros após avançar com a máquina contra o quartel tomado por manifestantes amotinados. O encontro carrega carga simbólica.

A largada da oposição

A opção não é só provocativa e tem sentido político. Uma alternativa seria Fortaleza, mas Wagner já tem na Capital a maior força política e precisa avançar no Interior. No sul do Estado, o maior município é Juazeiro do Norte, onde foi eleito um prefeito de oposição — Glêdson Bezerra (Podemos) — que se aproxima da base governista e declarou apoio ao ex-governador Camilo Santana (PT) para o Senado. Outra opção seria Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Mas, o prefeito Vitor Valim. hoje sem partido, também está cada vez mais governista e manifestou apoio à continuidade da governadora Izolda Cela. Não seriam situações confortáveis.

Haveria sempre a opção por Maracanaú, comandada pelo opositor Roberto Pessoa (União Brasil). Mas, assim como Caucaia, fica na Região Metropolitana de Fortaleza, onde Wagner já tem alicerces sólidos.

Das opções entre os maiores municípios, entre locais nos quais a oposição já é consolidada e outros onde teria desconforto, parece mesmo mais astuto levar o desconforto aos governistas e fazer o ato sob as barbas de Ciro e Cid.

O teto baixo da “terceira via”

Sem Sergio Moro (União Brasil), Ciro Gomes (PDT) se consolida com alguma folga como nome mais forte da chamada “terceira via”. A pesquisa FSB/BTG simulou um cenário em que há apenas Ciro contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Ciro chega a 14%. A campanha do pré-candidato divulga o número.

Ciro se sai melhor que todos os outros. João Doria (PSDB), o segundo melhor entre essas alternativas, tem 9%.

O problema para Ciro é que, nesse cenário enxuto, Lula tem 45% e Bolsonaro, 34%. Ciro segue muito longe. As simulações mostram que, mesmo com a terceira via unificada, ela ainda larga bem longe da perspectiva de segundo turno.

Foto do Érico Firmo

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