Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Estava previsto para hoje o encontro do PT que decidiria a tática eleitoral. Trata-se de um dos momentos decisivos para o partido antes de uma eleição. O adiamento, sem nova data, ganha tempo para negociações. Mais que isso, é uma sinalização para o PDT. De boa vontade, mas não apenas isso.
O PT tomar uma decisão hoje seria complicado. Iria aprovar ou não aliança com o PDT? Daria um cheque em branco para a escolha da candidatura, ou tomaria a iniciativa de romper. Daria um ultimato? Depois, teria disposição de sustentar o ultimato?
No mínimo, o encontro hoje pressionaria o PDT. O adiamento, também. Mas, de forma diferente. Qualquer coisa que os petistas decidissem hoje — salvo avalizar qualquer definição que viesse do comando dos Ferreira Gomes — iria esticar a corda. Partiria do PT esse tensionamento. Esse é o processo recorrente quando relações políticas atravessam crises. Raramente alguém quer tomar a iniciativa da apartação.
Nesse caso, se houver rompimento, nenhum dos lados irá querer assumir a autoria. Responsabilizarão um ao outro, e jogarão o peso da possível vitória de Capitão Wagner (União Brasil). O adiamento pelo PT passa por aí. Agora, o peso foi transferido para o PDT, ao menos por enquanto.
A sinalização de Camilo
Um fato importante é a proposta de adiamento ter partido do ex-governador Camilo Santana (PT). Não menos relevante é que isso tenha sido divulgado de imediato. Trata-se de posicionar Camilo nesse debate. Reforça a posição dele como alguém em busca de costurar o entendimento, tenta superar as dificuldades.
Semanas decisivas
A semana que se encerra reduziu bastante a pressão sobre a aliança. Na terça-feira, 28, houve a reunião entre os deputados federais José Guimarães (PT) e André Figueiredo, este último presidente do PDT no Estado. Foi o mais relevante gesto público dos partidos um em direção ao outro em um bom tempo. Depois, o adiamento da decisão. Uma semana que poderia ter sido problemática teve distensão. O que não significa que os petistas estejam dispostos, ainda, a aceitar Roberto Cláudio (PDT) como candidato a governador. Demonstração está no discurso de Guimarães ontem em Canindé, ao lado da governadora Izolda Cela (PDT) e relatando conversa na qual teria dito a Lula que será eleita uma mulher para o governo.
Peso da pesquisa
Na próxima semana, deverá ser divulgada a pesquisa do PDT. Não imagino que o partido espere os números chegarem para ver o resultado e assim definir, independentemente do que vier. Um partido com políticos tão experientes não colocaria toda a estratégia numa pesquisa. Trata-se, mais, de um instrumento de legitimidade da decisão.
Izolda Cela propôs relativizar a pesquisa. Quando se chega a esse ponto, isso se torna difícil. Mostra a pesquisa, mostra alguém na frente e alguém atrás. Vai justificar como que seja indicado o de trás e não o da frente?
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