Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
O governador eleito Elmano de Freitas (PT) disse que já está em discussão na administração Izolda Cela (sem partido) a instalação de câmeras nos uniformes dos policiais penais, assim como videomonitoramento nos presídios. Segundo Elmano afirmou ontem em entrevista ao Jogo Político, o secretário da Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque, é favorável à medida. Faz sentido.
A gestão de Mauro foi alvo de denúncias de tortura e maus-tratos dentro dos presídios. Ele sempre negou. Alguns casos foram levados à Controladoria Geral de Disciplina (CGD). Como Elmano ressaltou, a câmera é uma garantia para o preso, sim. Porém, é também uma proteção para o policial penal. Até para que não seja alvo de armação.
“A pessoa ou organização criminosa que está dentro do sistema prisional também monta situações para acusar o policial penal e a câmera é uma proteção para o policial de que ele não praticou aquilo que estão dizendo que ele praticou”, disse Elmano.
Para o policial correto, sério, honesto, a câmera é uma garantia. O profissional que foi acusado injustamente provavelmente adoraria ter tido uma câmera para provar a inocência. Para o gestor da área, Mauro Albuquerque, a câmera é duplamente conveniente. Se as denúncias são falsas, ele teria como provar. Se verdadeiras, as câmeras seriam instrumento para identificar responsáveis, puni-los e coibir que a violência volte a ocorrer. Claro, para quem age errado, a câmera é um problema.
Elmano ressaltou que há resultados impressionantes na gestão de Mauro. De fato. Quando ele assumiu a secretaria, o Estado havia registrado 49 mortes em presídios, em 2018. Em 2017, haviam sido 38. Em 2016, 50. Em 2015, 25. Uma mortandade ao longo do primeiro mandato de Camilo Santana (PT). No segundo mandato, com Mauro, houve três mortes em 2019, uma em 2020, uma em 2021 e duas em 2022. A diferença é brutal.
De acordo com Elmano, se a implantação das câmeras não for possível ainda no governo Izolda, ele colocará em prática quando for governador.
Onde mudar e onde manter
Na mesma entrevista, Elmano reforçou a intenção de manter parte da equipe que vem dos governos de Camilo e Izolda. Em alguns casos, a resistência a permanecer parte dos secretários. Ele afirmou que gostaria de manter Chagas Vieira na Casa Civil, mas tenta ainda convencê-lo a ficar. Chagas afirma ter projetos pessoais.
Porém, o governador eleito aponta: “Também tem umas posições que nós precisamos mexer, para não acomodar”. A fadiga é um dos maiores riscos para projetos políticos que se prolongam no poder. A capacidade de se renovar é a chave da longevidade de experiências políticas.
De todo modo, Elmano afirma que, onde houver mudança, entrarão nomes que já estão dentro do atual projeto. “Não teremos, assim, grandes novidades no sentido de pessoas que não tem a ver com nosso projeto que temos construído no Ceará.”
Nesse sentido, ele confirmou que Waldemir Catanho, braço direito de Luizianne Lins (PT), estará na gestão. Alfredo Pessoa e Ana Maria Fontenele, que foram colegas de Elmano na Prefeitura de Fortaleza, têm grande probabilidade de também ocupar cargos.
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