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Reforma de Elmano muda o núcleo palaciano
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Reforma de Elmano muda o núcleo palaciano

Governador muda articulação política e indica pessoas bem próximas. Dá secretaria de maior peso para a vice-governadora Jade Romero, acomoda Domingos Filho e promove rearranjo após crise com Cid Gomes
Tipo Opinião
NELSON Martins, discreto e fundamental para todos os governadores desde Cid Gomes (Foto: Mauri Melo, em 23/1/2017)
Foto: Mauri Melo, em 23/1/2017 NELSON Martins, discreto e fundamental para todos os governadores desde Cid Gomes

Há muitos componentes políticos na reforma de secretariado feita pelo governador Elmano de Freitas (PT). O mais significativo: todo o comando do núcleo palaciano mudou. As trocas haviam começado com Chagas Vieira, que reassumiu a Casa Civil, com Max Quintino remanejado para o Porto do Pecém. Além da secretaria que gerencia o governo, mudou também a Articulação Política. Waldemir Catanho (PT) deixa a função e vai para o Detran. Assim, é afastada do Palácio a presença mais significativa de alguém ligado à deputada federal Luizianne Lins (PT). Assume o posto Nelson Martins (PT), que estava na chefia de gabinete. Para o lugar de Nelson, Elmano escolheu Gabriel Motta Rochinha.

Outra indicação pessoalmente próxima ao governador é a de Frank Ranier Prado, que assume a assessoria especial de Assuntos Comunitários. É um cargo de muita relevância política, na interlocução direta com líderes de influência local, nas bases. É responsável pelo relacionamento do governo com muita gente. Na função estava o coronel André Barbosa, que foi escolhido pelo prefeito eleito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), para comandar secretaria da mesma área em Fortaleza. Barbosa teve papel importante na eleição de Evandro, desde a disputa interna contra Luizianne no PT.

Fechando a articulação política, uma mudança que precisaria ocorrer era na liderança do governo na Assembleia Legislativa. Com a eleição de Romeu Aldigueri (PDT) para presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual em exercício Guilherme Sampaio (PT) foi indicado novo líder.

Espaço do PSD

O PSD é um dos maiores partidos do Ceará e indicou a vice-prefeita eleita na chapa de Evandro Leitão (PT) em Fortaleza — Gabriella Aguiar. Porém, a legenda não estava no primeiro secretariado montado por Elmano. A adesão foi posterior, pois a sigla apoiou Roberto Cláudio (PDT) em 2022 contra o atual governador. A entrada no governo ocorreu com a criação da nova pasta da Proteção Animal, que em princípio teve à frente o deputado federal Célio Studart, entre idas e vindas da secretaria. Enquanto isso, segue lá interino David Rattacaso. A indicação de Domingos Filho, pai de Gabriella, para a secretaria do Desenvolvimento Econômico reacomoda o aliado também na gestão estadual. Em Fortaleza, Evandro sinalizou com secretaria para a vice. É uma das poucas funções ainda a ser anunciadas. É provável que aguardasse ainda as composições também no plano estadual, tudo passando pela influente família.

Papel de Jade

Jade Romero (MDB) foi remanejada da Secretaria das Mulheres para a Proteção Social. Vai para um orçamento bem mais robusto. A nova secretaria da vice-governadora é uma das prioridades de Elmano, conforme o governador disse nesta quinta-feira ao O POVO.

Lia no governo e aceno ao grupo de Cid

Para o lugar de Jade na pasta das Mulheres irá Lia Gomes (PDT). Recompõe assim o espaço do grupo de Cid Gomes (PSB) no governo, com a saída de Salmito Filho (PDT) da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, para a qual foi Domingos. Lia, porém, é uma escolha pessoal e simbólica para próxima a Cid — irmão dela — com quem Elmano teve grave estremecimento.

Espaços

Outra vaga do grupo é Eduardo Bismarck (PDT) no Turismo. Ele também contempla a bancada federal do PDT cidista, pois o deputado federal Robério Monteiro (PDT) já havia deixado os Recursos Hídricos, para onde foi Fernando Santana (PT), que abriu mão da candidatura a presidente da Assembleia na crise com Cid Gomes — responsável ao menos indiretamente por pelo menos três das seis mudanças em secretarias.

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