Articulação da oposição depende de cenário nacional
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: FERNANDA BARROS
WAGNER, Fernandes e RC se uniram no 2º turno de 2024
A oposição no Ceará faz movimentos em busca de uma articulação em comum. Capitão Wagner (União Brasil), Roberto Cláudio (PDT) e Luis Eduardo Girão (Novo) trabalham pela formação de um bloco. Ocorre que a principal peça do possível bloco, André Fernandes (PL), não demonstra qualquer entusiasmo. Nem ninguém no PL. Há alguns motivos para isso. Um deles é o fato de o PL ter saído da eleição em Fortaleza como uma das principais forças. Na oposição, é de longe a mais expressiva, pelo menos na Capital. Além disso, há o fator nacional, que será bastante determinante para as alianças no Ceará, particularmente na oposição.
O projeto do PL é maior que o Ceará
Ano que vem haverá eleições estaduais e também federais. Capitão Wagner assumiu função no União Brasil nacional e deve se dedicar à articulação para uma possível candidatura presidencial do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Mas, a prioridade política para ele são as eleições no Ceará. Para Roberto Cláudio (PDT), a prioridade também é estadual. Não para André Fernandes ou o PL.
A prioridade do partido de Jair Bolsonaro (PL) é a eleição presidencial. O ex-presidente está inelegível, mas quem o partido lançar tende a ser competitivo. O PL buscará garantir palanque nos estados. A formação de um bloco de oposição que não tenha o PL como cabeça de chapa não da essa segurança.
O partido de Capitão Wagner trabalha para ter candidato próprio a presidente e atualmente compõe o ministério do governo Lula (PT). É pouco provável, hoje, que apoie o PL. O PDT de Roberto Cláudio também está no governo Lula e tende a apoiar a reeleição do presidente. O Novo teve candidato a presidente desde que passou a existir. Atualmente, tem o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, como potencial concorrente.
Assim, quando Fernandes fala que o PL terá candidato próprio, não é apenas um arroubo de quem quer concentrar poder e espaço. Está afinado com o projeto nacional. E os colegas de partido no Estado estão sintonizados.
Relevância
Três dos quatro principais expoentes do pretenso bloco de oposição foram candidato a prefeito de Fortaleza no ano passado. E o quarto, Roberto Cláudio, esteve na linha de frente de outra candidatura. André Fernandes teve quase o dobro dos votos de Wagner, Girão e de José Sarto (PDT), candidato de RC,somados. Esse é o tamanho dele para uma articulação oposicionista.
Fator Senado
Fernandes não fala apenas em lançar candidato do PL a governador. Prega também duas candidaturas a senador. Haverá duas vagas disponíveis. Então, poderia abrir ao menos uma para negociar com aliados,não é? Não, ele quer as duas para o partido. Também em sintonia com o projeto nacional.
O PL tem falado em eleger senadores de direita. É uma prioridade, para encampar pautas como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Se, por exemplo, o senador eleito for do PDT, ele estará alinhado com o bolsonarismo? Se for do União Brasil, de que lado estará? Pode ser qualquer um. Claro, se for Wagner, há uma tendência de alinhamento ao PL. Com o Roberto Cláudio da temporada 2024/2025, podem ser firmados acordos. Mas, estará em conflito com a posição nacional do partido. Já o Novo é mais previsível.
O fato é que a formação de um bloco no Ceará depende de um improvável entendimento dos partidos no plano federal.
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