Logo O POVO+
Temporada de intrigas, fofocas e fuxicos
Foto de Érico Firmo
clique para exibir bio do colunista

Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Temporada de intrigas, fofocas e fuxicos

No aquecimento para um jogo que ainda está longe de começar, há uma quantidade enorme de fofocas, blefes e mexericos. Há também muita intriga mal disfarçada na tentativa de criar desunião no lado contrário
Tipo Opinião
Eleição é só em outubro, mas bastidor já fervilha (Foto: Samuel Setubal/O POVO)
Foto: Samuel Setubal/O POVO Eleição é só em outubro, mas bastidor já fervilha

Esta é uma época em que pouca coisa acontece de fato na política, mas muito se conversa, se articula e se conspira. Os bastidores fervilham. Ninguém vai decidir agora nada de fundamental para a eleição — ou quase nada. Exceções são definições de direções partidárias, como no caso do PT, que elege presidentes em julho. E o PL, no qual haverá a troca de Carmelo Neto por André Fernandes na presidência estadual. Haverá ainda a filiação de Roberto Cláudio ao União Brasil, até antes do prazo em que isso precisaria ocorrer, que seria em abril do ano que vem. Os movimentos de agora, a mais de um ano do período de oficialização de candidaturas, são preparativos para as escolhas realmente fundamentais. A filiação de RC não significa que ele concorrerá a governador, assim como o novo presidente do PL e a provável recondução de Antônio Alves Filho, o Conin, no PT não estabelecem de modo absoluto o rumo que os dois partidos tomarão. Embora sejam peças muito importantes para as deliberações futuras — Fernandes principalmente.

O momento é, também, de se posicionar para estar em boa situação quando as decisões forem tomadas. Alguém pode até querer comer pelas beiradas e ficar quietinho, mas corre o risco de ser atropelado por quem se viabilizar nesse período. As definições virão lá na frente, mas as bases e as condições serão construídas desde já. Assim, é o momento de mandar recados e emitir sinais.

No aquecimento para um jogo que ainda está longe de começar, há uma quantidade enorme de fofocas, blefes e mexericos. Há também muita intriga mal disfarçada na tentativa de criar desunião em relacionamentos ou ainda em fase embrionária ou já atravessando o desgaste do tempo.

A oposição passou a explorar a quantidade de pré-candidaturas de situação ao Senado. “Camilo (Santana) prometeu para sete pessoas diferentes que seriam seus candidatos a senador. Obviamente, aí teremos pelo menos cinco chateados”, disse André no fim de maio, na linha do que passou a ser repetido pelos oposicionistas, ao levantar a hipótese de que acordos não serão mantidos e promessas não serão cumpridas no governismo.

Dias depois, o deputado estadual Carmelo Neto (PL), em resposta ao secretário da Casa Civil de Elmano, Chagas Vieira, também tratou de tentar semear dúvidas na base aliada. Para isso, fez uma analogia bem ao gosto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em relação a relacionamentos amorosos.

“Deixa eu usar outra metáfora para ser claro: e se o Elmano souber que o Chagas não é o único que dorme com ele e não para de pensar em nós? Tanta gente pra vir, que precisaríamos de mais vagas na chapa”.

Ação e reação

Os governistas também sabem semear a discórdia. E foi bem além da intriga e fez movimentos concretos para tentar atrair um dos pilares da oposição estadual. “Nós já tivemos conversas com a União Brasil. Nós sabemos que no União Brasil tem uma divisão, tem parlamentares e lideranças que são da oposição, tem parlamentares que são da base do governo do presidente Lula, tem parlamentares da base do nosso governo. E nós vamos, evidentemente, dialogar permanentemente com todos os partidos que queiram colaborar”, disse o governador na segunda-feira.

O presidente do partido no Ceará, Capitão Wagner, já havia falado sobre os acenos feitos à direção nacional para o partido mudar de lado, com promessa sobre — de novo — vaga de candidato a senador. Se o União Brasil vira a casaca, atrapalha bastante os planos da oposição — a começar por Roberto Cláudio,que recentemente decidiu se filiar, com garantias, segundo ele, de que a legenda seguirá oposição. O incômodo demonstrado pela oposição é crescente. Nesta terça-feira, Wagner divulgou uma nota bem agressiva.

No mais de ano que falta até a eleição, ainda há por acontecer muita intriga, e muitas investidas para atrair aliados alheios. As piscadelas trocadas agora podem dar resultados apenas muito à frente. E, se não derem em nada, mas causarem noites sem dormir ao lado contrário, já terão cumprido algum papel.

Foto do Érico Firmo

É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?