Por que Ciro Gomes prioriza enfrentar Lula e não Bolsonaro
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Evilázio Bezerra, em 6/10/2018
Ciro Gomes entre Camilo Santana e Roberto Cláudio. O petista, então governador, fez campanha para presidente tanto para Ciro quanto para Fernando Haddad (PT)
Na coluna de ontem, comentei sobre a mudança do desempenho eleitoral de Ciro Gomes no Ceará em 2022, na comparação com as outras disputas presidenciais nas quais concorreu.
Em 1998, 2002 e 2018, ele sempre foi o mais votado no Estado. Na primeira vez em que concorreu a presidente, recebeu 34,2% dos votos cearenses. Lula teve 32,8%. O então presidente Fernando Henrique Cardoso, que recebeu o apoio do então governador Tasso Jereissati (PSDB), alcançou 30,3%. Em 2002, Ciro ficou com 44,5%, Lula com 39,4%, enquanto José Serra teve 8,5%. Em 2018, o candidato do PT foi Fernando Haddad. O ainda pedetista teve 40,9%. Haddad obteve 33,1% e Jair Bolsonaro, 21,7%. Em 2022, mudou tudo: Lula teve 65,9%, Bolsonaro, 25,4%, e Ciro, 6,8%.
As mudanças de uma eleição para outra ajudam a entender o que prejudicou o ex-governador e explicam a estratégia dele. De 2018 para 2022, perdeu 34,1 pontos no Estado. Bolsonaro ganhou 3,7 pontos. Não foi Bolsonaro quem mudou a vida de Ciro, quem tirou espaço dele. Quem afetou a votação dele no Ceará foi Lula.
O hoje presidente alcançou resultado que ele só teve parecido em um primeiro turno no Estado em 2006, na reeleição. O ex-governador não era candidato naquela ocasião e o petista recebeu 71,2%.
Na comparação com o candidato do PT em 2018, Lula teve 32,8 pontos percentuais a mais do que Haddad havia conseguido entre os cearenses.
Os votos migraram para Lula. Não significa, necessariamente, que esses eleitores passaram a preferir o petista ao ainda pedetista. Podem ter achado que o novamente presidente era mais viável para derrotar Bolsonaro. O fato é que os números ajudam a entender a estratégia de escolher Lula e o PT como principais adversários.
É com eles que hoje há disputa pelos eleitores. E Ciro vem perdendo.
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