Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: FCO FONTENELE
CHAGAS Vieira, secretário da Casa Civil, no podcast Jogo Político
O secretário da Casa Civil do governo Elmano de Freitas (PT), Chagas Vieira, cobrou do Palácio do Planalto mais atuação e articulação com os estados para enfrentar as facções criminosas. Ele foi entrevistado no podcast Jogo Político nesta segunda-feira, 8, pelo colega Carlos Mazza, da vizinha Vertical, e por este colunista. Chagas reconheceu o tamanho do problema, elencou as ações estaduais e admitiu até que mais presídios podem ser construídos para dar vazão ao aumento do número de prisões. “O governo federal deveria, não este agora, mais ao longo dos anos participar mais do enfrentamento ao crime”, defendeu. Ele acha que o governo federal, junto a Congresso Nacional e Poder Judiciário, com “muito mais força”.
Ciro
Perguntei a Chagas Vieira se ele acredita que Ciro Gomes (PDT) será candidato a governador. Ele minimizou a questão. Disse não saber, e acrescentou: “A mim, confesso a você, não faz muita diferença, nenhuma".
Camilo
O secretário trata a candidatura de Elmano de Freitas à reeleição como “imutável”. Sobre Camilo Santana (PT), assegura que não há chance de concorrer no Ceará em 2026. A possibilidade de ele deixar o Ministério da Educação até abril do ano que vem, ele disse, seria para uma eventual eleição nacional — no caso, as opções que estarão em disputa são a presidente da República ou vice.
Capitão
Mais que a Ciro, a Roberto Cláudio ou aos bolsonaristas, Chagas fez algumas críticas ao ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil). Criticou a declaração de que pensa em colocar o colete para prender o prefeito afastado de Choró, Bebeto Queiroz (PSB). E ironizou ele já ter ido para a segurança, a saúde, as finanças e agora voltado para a segurança — sobre cargos que ocupou em prefeituras.
Referências improváveis
No julgamento no Supremo Tribunal Federal(STF), a defesa de Jair Bolsonaro (PL) fez referência ao caso Dreyfus, que abalou a França na virada do século XIX para o século XX. O senador Flávio Bolsonaro (PL) já havia tratado do assunto. Foi um escândalo marcado por um erro judicial que se tentou acobertar enquanto as evidências vinham à tona. Foi feita menção ao escritor Émile Zola, a mais importante manifestação a favor do capitão da artilharia francesa Alfred Dreyfus.
É uma referência clássica para quem se julga vítima de injustiças. Associá-lo a Jair Bolsonaro (PL) é um exercício de malabarismo. No caso, ficaram expostos o militarismo e o antissemitismo. O caso foi encampado pelos setores progressistas, enquanto os conservadores, na maioria, posicionaram-se em defesa do processo que condenou Dreyfus.
Mas o que mais me chama atenção é ver Flávio e a defesa de Bolsonaro usarem Zola como referência. O autor era anticapitalista, identificava-se como socialista, com ideias interpretadas até mesmo como anarquistas. Foi militante político, defensor de operários e sindicatos. A adaptação teatral de Germinal, de autoria dele, foi censurada devido a uma cena de confronto entre policiais e grevistas. A proibição foi criticada pela esquerda francesa.
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