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O que vem depois da condenação de Bolsonaro
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O que vem depois da condenação de Bolsonaro

A política brasileira está longe de encontrar tranquilidade. Até a prisão dos condenados nesta semana, deverão ser em torno de três meses
Tipo Opinião
ALEXANDRE de Moraes irá relatar a denúncia contra outros quatro núcleos (Foto: EVARISTO SA / AFP)
Foto: EVARISTO SA / AFP ALEXANDRE de Moraes irá relatar a denúncia contra outros quatro núcleos

A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus é um marco, mas não o desfecho do enredo que se desenrola desde o segundo turno da eleição de 2022. De agora em diante, a tensão tende a subir ainda mais na política.

No Congresso Nacional, a anistia envolve articulações apaixonadas de parte a parte e tende a ser motivo de tumulto de dimensões imprevisíveis. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já sinalizaram que crimes contra a democracia não são passíveis de anistia, mas a eventual aprovação levará o debate ao plenário, com mais controvérsia. No mínimo, haverá mais desgaste da relação entre poderes.

A cassação determinada do mandato de deputado federal de Alexandre Ramagem (PL-RJ), a ser realizada pela mesa diretora da Câmara, já será novo foco potencial de crise.

Enquanto isso, serão julgadas mais 24 pessoas, divididas em quatro núcleos. Não terão a mesma repercussão ou impacto que o primeiro, mas envolvem muita gente graúda do bolsonarismo, como Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência; Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF); o general cearense da reserva Estevam Theophilo e muitos outros membros graduados das Forças Armadas. Em menor nível, serão outros testes de fogo para a 1ª turma.

A política brasileira está longe de encontrar tranquilidade. Até a prisão dos condenados nesta semana, deverão ser em torno de três meses. A prisão de Bolsonaro provocará nova comoção e mais algazarra.
Enquanto isso, as ameaças dos Estados Unidos prosseguem. Sabe-se lá o que pode vir de Washington. Um fator extra e nada desprezível de instabilidade, que já teve reflexos não apenas políticos e jurídicos, mas também econômicos.

Tudo isso cria amarras inclusive para as articulações eleitorais do centrão ou da direita em 2026.

O jogo em torno do União Brasil

As negociações sobre as eleições de 2026 na oposição do Ceará têm papel central do União Brasil. O partido é hoje liderado por Capitão Wagner. Foi anunciada a filiação de Roberto Cláudio, embora ele ainda não tenha oficializado após mais de três meses. O ex-prefeito de Fortaleza disse ter recebido garantia da cúpula nacional que a legenda seguirá na oposição e com plano de ter candidato a governador. Há convite para Ciro Gomes (PDT) ingressar.

Nacionalmente, o partido deixou a base do governo Lula (PT), embora os ministros sigam nos cargos sem intenção de sair. O discurso da federação recentemente formalizada entre o partido e o Progressistas é de que não irá se aliar ao PT nos estados.

Todavia, o governo Elmano de Freitas (PT) não perde a esperança. O PP estadual é governista e pedaço importante do União Brasil também, principalmente em Maracanaú. As conversas prosseguem, inclusive com sinalização de candidatura ao Senado pela sigla na chapa de reeleição de Elmano. O cotado para a vaga é o deputado federal Moses Rodrigues.

No entorno de Elmano, há o entendimento de que a situação da federação não está resolvida nem para um lado nem para o outro e há esperança de atraí-lo.

Se não for possível, o governo espera ter o apoio pelo menos da parte da federação que atualmente está na base. Algo que Capitão Wagner refuta.

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