Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
A federação se chama União Progressista, mas é conservadora e desunida. No Ceará, a hegemonia é oposicionista, mas há partes importantes que pressionam na direção do governismo
Foto: Reprodução/Instagram: capitaowagnersousa
ANTÔNIO Rueda, presidente nacional do União Brasil com deputados da oposição, Roberto Cláudio e Capitão Wagner
Antônio Rueda não tem voto, mas no fim de semana foi o principal alvo de cortejo dos líderes políticos do Ceará. Ele não é nada da Xuxa, mas é o presidente do União Brasil, que, ao lado do Progressistas, forma hoje o maior conglomerado partidário do País — mais governadores, mais prefeitos, mais senadores e mais deputados federais. Esse último quesito o transforma também no maior tempo de horário eleitoral e maior volume de recursos do Fundo Eleitoral. Rueda é um burocrata de partido, mas o controle da máquina dá a ele ascendência sobre muita gente que tem bastante voto. Isso o torna poderoso.
A federação se chama União Progressista, mas é conservadora e desunida. No Ceará, a hegemonia é oposicionista, mas há partes importantes que pressionam na direção do governismo.
Será uma surpresa para mim se a federação não ficar na oposição no Ceará. Para mim e para eles também, que consideram as legendas como parte garantida do bloco. Na situação, tratei disso na coluna passada, há esperança de atrair os partidos.
O Progressistas cearense já é base. No União Brasil, a cúpula, liderada por Capitão Wagner, é contrária à gestão Elmano de Freitas (PT). Mas há a banda governista. Inclusive os dois deputados federais mais votados pela agremiação — Moses Rodrigues e Fernanda Pessoa. Também os prefeitos dos dois maiores municípios administrados pelo partido no Ceará — Roberto Pessoa, de Maracanaú, e Oscar Rodrigues, de Sobral. A propósito, pais de Fernanda e Moses, respectivamente.
Rueda se encontrou com Chagas Vieira, secretário da Casa Civil de Elmano de Freitas (PT), e com Wagner e o ex-prefeito Roberto Cláudio. Este último anunciou a filiação desde junho.
Há várias versões sobre o que ele falou nas conversas do fim de semana. Nenhuma aponta que ele tenha dito algo substancialmente importante. A mensagem política transmitida é a de que flerta com os dois lados sem fechar portas e sem se comprometer. Ao melhor estilo do centrão, é capaz de cozinhar a situação por algum tempo. Deixa as opções em aberto e ainda é cortejado.
Para além das articulações partidárias, Rueda foi para o Aviões Fantasy e, em termos de política, estava na pista.
Bolsonaros denunciam ditadura e não confiam em urna, mas querem concorrer
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o sabotador-geral da República, afirma: “O Brasil hoje vive uma ditadura”. Mas ele afirma que, se o pai, Jair Bolsonaro (PL), não puder ser candidato a presidente em 2026, ele próprio gostaria de concorrer. E poderá, diz, fazer campanha remotamente. É o novo patamar do entreguismo e do servilismo aos interesses estrangeiros: o cara quer pedir voto a partir dos Estados Unidos para ser presidente do Brasil.
Bom, mas o plano A da família é ter Bolsonaro candidato a presidente. Os advogados dizem que a saúde está bem debilitada. Mas o presidente do PL, o Valdemar Costa Neto, afirmou que ele sara na hora se for solto. Entendi qual é a doença.
O voto de Alexandre de Moraes pela condenação do ex-presidente situou entre os primórdios da trama golpista os ataques às urnas eletrônicas.
Se essa gente acha que o Brasil atravessa uma ditadura e não confia no processo eleitoral, por que brigar tanto para se candidatar? Se o resultado é passível de manipulação, se o País atravessa um período autoritário, por que disputar a eleição? Para legitimar o que eles dizem ser uma farsa?
Essa gente sabe que não tem ditadura nenhuma. Para lamento deles, inclusive, que sempre amaram autoritarismo e militarismo. E sabem que a urna é confiável. Querem é promover tumulto, pois sempre viveram desse negócio.
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